9.12.05

Intenção

Quando tudo lhe for silêncio
Simplesmente escute
Sua voz interior
O chamado de sua vontade

Absorva sua própria alma

Lhe sobrevindo o calor
Transpire calmamente
Contemple cada esforço
Gotejando sobre solo fértil

Seja semente de sua criação

Ao sinal dos sinos de novos tempos
Ouça cada badalar atenciosamente
Oriente-se pela vibração de sua essência
Equilíbrio advém do domínio das ondas sonoras

Arrebentando nas areias de seu corpo

Pois quando lhe saltar aos olhos a maior das verdades
Aceite que sua visão é finita e simples
Desaprenda a não querer entender
Aquilo que é incontestável

Somos felicidade em potencial

Atravesse agora os campos fartos, vastos, castos
Macule de benfeitorias os frutos de seus esforços
Estenda mãos desejantes e quentes
Transforme cada dia num divino presente

Dê atenção aos mínimos detalhes

Também aos grandes
Que pelo porte são coisas
Mas não são objetos
Descartáveis, desprezíveis; previsíveis

Reconhecer valor é expor afeto

Abramo-nos para o mundo
Que vá embora esta mania torpe
De nos mantermos intocados
Deixemo-nos infectar pela pureza

Residente no amor que cerca a tudo

Então, neste momento, enverede pela sinestesia
Deixe arrepiar o imo
Esqueça nossas ridículas armas, trilhas; armadilhas
Que murcham nossa vivacidade

Não há vergonha em ser e permanecer feliz

E quando parecer não mais caber em si
Use-se a seu favor
Exacerbe, abunde, transborde
Seja maior que um dia supôs não poder ser

Viva completa e plenamente