Quando tudo lhe for silêncio
Simplesmente escute
Sua voz interior
O chamado de sua vontade
Absorva sua própria alma
Lhe sobrevindo o calor
Transpire calmamente
Contemple cada esforço
Gotejando sobre solo fértil
Seja semente de sua criação
Ao sinal dos sinos de novos tempos
Ouça cada badalar atenciosamente
Oriente-se pela vibração de sua essência
Equilíbrio advém do domínio das ondas sonoras
Arrebentando nas areias de seu corpo
Pois quando lhe saltar aos olhos a maior das verdades
Aceite que sua visão é finita e simples
Desaprenda a não querer entender
Aquilo que é incontestável
Somos felicidade em potencial
Atravesse agora os campos fartos, vastos, castos
Macule de benfeitorias os frutos de seus esforços
Estenda mãos desejantes e quentes
Transforme cada dia num divino presente
Dê atenção aos mínimos detalhes
Também aos grandes
Que pelo porte são coisas
Mas não são objetos
Descartáveis, desprezíveis; previsíveis
Reconhecer valor é expor afeto
Abramo-nos para o mundo
Que vá embora esta mania torpe
De nos mantermos intocados
Deixemo-nos infectar pela pureza
Residente no amor que cerca a tudo
Então, neste momento, enverede pela sinestesia
Deixe arrepiar o imo
Esqueça nossas ridículas armas, trilhas; armadilhas
Que murcham nossa vivacidade
Não há vergonha em ser e permanecer feliz
E quando parecer não mais caber em si
Use-se a seu favor
Exacerbe, abunde, transborde
Seja maior que um dia supôs não poder ser
Viva completa e plenamente