Em troca do benefício alheio
Dias passam
Ficam nossas faltas
Faltam nossas coisas
Deixamos de viver pequenas eternidades
Como se adivinhassemos valer a pena
Abrir mão de tanta vida indiscriminadamente
Por indivíduos indistintos
Risco grande tomar todos como iguais
Mas é indispensável
Senão perder-se-ia muito com tarefa desimportante
É preciso separar o realmente útil
Porem sejamos metodológicos
Usemos o instinto puro e salvador
Para que nos livremos do nosso próprio mal
A teimosia de não fazer
A facilidade em dar-se
A dificuldade de tentar
O medo fóbico de conseguir
Como se ser feliz fosse um pecado, um estigma
Ironicamente somos ultra capazes
Sabemos fazer coisas inimagináveis
Sem ter que sofrer por ou com isso
Simplesmente saber merecer
Querer é dom gratuito
Amoral por não ser punível
Atípico por não reter forma
Alucinante por suas virtudes
Amável por ser aquilo que buscamos
Atômico por sua indivisibilidade
Que difere completamente de ser egoísta
Queira ser feliz e compartilhe
Alce vôos longínquos
Alcance grande numero de pessoas
Leve em suas asas bondade e paz
Rancorise o rancor que arranca tristezas
Incruste jóias de atitudes boas
Ignore a falta de brilho que faz pesar
Seja luz de sua própria penumbra
Sorria por todo seu sempre
24.8.05
22.8.05
16.8.05
Instrumental
Não consigo enxergar a dificuldade
Em se fazer desta maneira
De se entregar de forma verdadeira
Com o entusiasmo de como se fosse a primeira
Com a liberdade de uma brincadeira
Experimentar cada novo movimento
Que baila ao sabor do vento
Que se move pelo firmamento
Amanhecendo noite adentro
Olhar sorridente de contentamento
Aquele arrepiar gostoso
Brisa fina, toque saboroso
Carinho iniciado no pescoço
Descendo costa abaixo em contorno sinuoso
Sensação de prazer vultoso
Grandes são estas pequenas coisas
Escondidas em enormes detalhes
Essas fendas, estes entalhes
Ferro quente em que se malhe
Criando formas que por si valem
O esforço, o suor, o gosto
A lágrima do corpo
Todo o seu sacro exposto
Beleza infinda sem sequer um rosto
Apenas a vontade incrível de se fazer
Precisamos de calor
De contato, toque, tato: imediato
Trocar, receber, doar: compartilhar
Fazermos sós, mirando a nós
Simplesmente desesperar
No sentido de não querer troco
De não retribuição
De ser senhor de todos os atos
Ser sozinho em comunhão
Abrir a porta ao coração
Sem exibir ou emitir convites
Fazer com que passem por nós
Como se portais fossemos
Levando nossos viajantes
Ao mundo mais bonito
Desinteressa se perfeito
Melhor ou insubstituível
Necessário que estes emigrantes
Percebam sua natureza
Que se saibam portadores da riqueza
De sermos enfim eternos construtores
Fazedores de construções imensas
Tão atateis quanto densas
Não queira ser cobiçado
Almeje ser dividido
Prepare-se para o bem intraduzível
Que é ser querido, preferido
Ser mais um entre os tantos bons
Conter e ser contido
Saibamos não ser preteridos
Grite a si mesmo que precisamos de amor
Que ele se espalhe por todas as esferas
Demos carinho indiscriminadamente
Independente do bem que tenham nos feito
Pandóricos de coisas boas
Tenhamos em mente sempre que as ruins existem
Enfurnam-se em nosso ócio e persistem
Encontrando lugar em maus vícios
Na mistura de maldade e cobiça: malícia
Convivamos com ela então
Mas sejamos inteligentes
Informemo-nos sobre as atrocidades morais
O suficiente para reconhecê-las
Troquemos contato com elas o necessário para não exerce-las
Mergulhemos na lama pútrida e respiremos pureza
Acreditemos que mesmo sob escombros
Seguros como água em represa
Há força para romper barreiras
Dúvidas para se alcançar certezas
Existe amor, invasor de qualquer fortaleza
Em se fazer desta maneira
De se entregar de forma verdadeira
Com o entusiasmo de como se fosse a primeira
Com a liberdade de uma brincadeira
Experimentar cada novo movimento
Que baila ao sabor do vento
Que se move pelo firmamento
Amanhecendo noite adentro
Olhar sorridente de contentamento
Aquele arrepiar gostoso
Brisa fina, toque saboroso
Carinho iniciado no pescoço
Descendo costa abaixo em contorno sinuoso
Sensação de prazer vultoso
Grandes são estas pequenas coisas
Escondidas em enormes detalhes
Essas fendas, estes entalhes
Ferro quente em que se malhe
Criando formas que por si valem
O esforço, o suor, o gosto
A lágrima do corpo
Todo o seu sacro exposto
Beleza infinda sem sequer um rosto
Apenas a vontade incrível de se fazer
Precisamos de calor
De contato, toque, tato: imediato
Trocar, receber, doar: compartilhar
Fazermos sós, mirando a nós
Simplesmente desesperar
No sentido de não querer troco
De não retribuição
De ser senhor de todos os atos
Ser sozinho em comunhão
Abrir a porta ao coração
Sem exibir ou emitir convites
Fazer com que passem por nós
Como se portais fossemos
Levando nossos viajantes
Ao mundo mais bonito
Desinteressa se perfeito
Melhor ou insubstituível
Necessário que estes emigrantes
Percebam sua natureza
Que se saibam portadores da riqueza
De sermos enfim eternos construtores
Fazedores de construções imensas
Tão atateis quanto densas
Não queira ser cobiçado
Almeje ser dividido
Prepare-se para o bem intraduzível
Que é ser querido, preferido
Ser mais um entre os tantos bons
Conter e ser contido
Saibamos não ser preteridos
Grite a si mesmo que precisamos de amor
Que ele se espalhe por todas as esferas
Demos carinho indiscriminadamente
Independente do bem que tenham nos feito
Pandóricos de coisas boas
Tenhamos em mente sempre que as ruins existem
Enfurnam-se em nosso ócio e persistem
Encontrando lugar em maus vícios
Na mistura de maldade e cobiça: malícia
Convivamos com ela então
Mas sejamos inteligentes
Informemo-nos sobre as atrocidades morais
O suficiente para reconhecê-las
Troquemos contato com elas o necessário para não exerce-las
Mergulhemos na lama pútrida e respiremos pureza
Acreditemos que mesmo sob escombros
Seguros como água em represa
Há força para romper barreiras
Dúvidas para se alcançar certezas
Existe amor, invasor de qualquer fortaleza
10.8.05
Anseio
A vida se encarregou de fazer a arte
Escreveu tudo com tinta muito colorida
Trouxe a brisa
Levou o sossego
Ficou a saudade
Toda vez que ela bate em minha porta
Pergunto-me se devo mesmo abrir
Se preciso desta rotina tão incerta
Que é não saber o momento depois do agora
De viver por derradeiro instante
Sou feito de vida
Que reside em meu corpo útil
Um sentimento vital
Que quer você sempre e mais
Amor que me faz único, imortal
Quero mais e sempre
Alucinado, descontrolado
Suplicante de sua especificidade
Louco por sua poesia única
Cego diante de sua aparição
Ofuscando as estrelas
Neste momento, tão pequenas
Fazendo da lua enorme
Detalhe quase despercebido
Frente sua grandiosidade
Vindoura e edificante
Pilar de uma vontade que transcende
Arrimo de verdade incontestável
Impossível aquilo que nos fará parar
Continuarei indefinidamente
Mas quero todas as definições
Preciso daqueles pontos finais, afinal
Não quero ser mais reticente
Desdesejo ser o último ponto de suas reticências
Serei a interrogação mais concreta de sua vida
Para que se pergunte sempre
O que somos definitivamente
E que se responda todas as vezes
Que somos perfeitos
Feitos um para o outro
Escreveu tudo com tinta muito colorida
Trouxe a brisa
Levou o sossego
Ficou a saudade
Toda vez que ela bate em minha porta
Pergunto-me se devo mesmo abrir
Se preciso desta rotina tão incerta
Que é não saber o momento depois do agora
De viver por derradeiro instante
Sou feito de vida
Que reside em meu corpo útil
Um sentimento vital
Que quer você sempre e mais
Amor que me faz único, imortal
Quero mais e sempre
Alucinado, descontrolado
Suplicante de sua especificidade
Louco por sua poesia única
Cego diante de sua aparição
Ofuscando as estrelas
Neste momento, tão pequenas
Fazendo da lua enorme
Detalhe quase despercebido
Frente sua grandiosidade
Vindoura e edificante
Pilar de uma vontade que transcende
Arrimo de verdade incontestável
Impossível aquilo que nos fará parar
Continuarei indefinidamente
Mas quero todas as definições
Preciso daqueles pontos finais, afinal
Não quero ser mais reticente
Desdesejo ser o último ponto de suas reticências
Serei a interrogação mais concreta de sua vida
Para que se pergunte sempre
O que somos definitivamente
E que se responda todas as vezes
Que somos perfeitos
Feitos um para o outro
4.8.05
Amplidão
Concede a graça do início dos tempos
Planta em minha natureza pura sua pureza
Infinita e simples como este que respiro
Ar denso, intenso e precioso
Indispensável como minha vontade
Ser despretensioso é no mínimo hipócrita
Não há aquele que nada pretende
Pois até tentar não querer
Já é uma enorme tentativa
Negar o tudo é infame e grandioso ato
Das variáveis que se apresentam
Algumas são importantes
O caminho em si
Transmutado e revestido por coragens e medos
Deriva de quesitos ainda maiores
Mire o ímpeto e repare
Tudo que te move lhe comove
Faz seu olhar queimar
Seu corpo arde e a paralisia incomoda
Inexplicavelmente pulamos abismo acima
Deixar o corpo cair simplesmente é fácil
Qualquer um tem descontrole sobre o corpo
Basta abrir mão das dificuldades
Embrenhando-se no marasmo do destino
Sempre calado, falso: cadafalso
Onde a humanidade se esvai
Buraco iluminado, atrativo
Convite quase irrecusável
Sedução constante, beirando o paraíso
Cheiro cru e instigante dos anjos
Abra a mente para a clareza dos fatos
Quanto mais alto o despenhadeiro
Mais fundo estaremos ao chegar lá em baixo
Gradação de solidão, tristeza, frio
Quanto menor seu espaço, maior o vazio
Almeje deparar-se com infinitas montanhas
Contemple sua magnitude
Quão indevassa é aquela estrutura
Postada a sua frente, realmente imóvel
Porém, completamente transponível
Desnecessário mover um músculo
Verter uma gota sequer de suor
Mudez completa, ausência de grunhidos
Inamovibilidade delirante
Basta querer
O mundo transforma-se no tabuleiro perfeito
O mestre do jogo imbuiu-se da arte de jogar
Admitiu a possível derrota
Conseguindo o que faltava para a fatídica vitória
Agora é preciso e precioso vencer
Não somos mais deuses
Tampouco vermes demoníacos incapazes
Apenas e completamente humanos
Que sentem na carne cada lança, cada lance
Geradores das atitudes mais lindas e perfeitas
Os seres celestiais mais belos e complexos
São reflexo de nossas atitudes
Enumere uma só exclusiva destes seres
E torne-se o único a conhecê-la
Pois ninguém é capaz dos atos que proferimos
Abra mão das tradições, dos costumes, dos ditames
Destrua todos os dogmas, leis e superstições
Corrompa o medo mais profundo de sua alma
Prostitua sua certeza mais decente
Adolesça a velhice de ser criança
Afie o instinto que lateja em suas entranhas vermelhas
Aguce o tino de seu faro que pulsa em músculos fortes
Contraia ao máximo cada pensamento de desistência
Decante a dor na leveza de suas lágrimas
Torne-se filtro daquilo que realmente merece
Suba cada vez mais alto e livre
Use toda força de suas pernas
Infle estes pulmões de energia
Pra poder berrar a todos os ventos ao chegar:
Consegui, pois quis estar neste lugar
Repare as mãos doídas e cortadas
Fixe-se nesta imagem absurda e completa
Lembre para o resto de sua vida
Que elas são apenas extremidades
De um ser capaz, pleno em vontade
Aprenda que seu momento do agora
Este mesmo, crível e verossímil
É somente a tangibilidade da imensidão que carregamos
Da vastidão chamada experiência
Que de tão grande, só se mostra em partes
Pedaços indissociáveis e indissolúveis
Do conjunto grandioso e harmônico que somos
Presente único e inigualável
Continente de amor e fé
Acredite-se, pois no mínimo, somos aquilo que é
Planta em minha natureza pura sua pureza
Infinita e simples como este que respiro
Ar denso, intenso e precioso
Indispensável como minha vontade
Ser despretensioso é no mínimo hipócrita
Não há aquele que nada pretende
Pois até tentar não querer
Já é uma enorme tentativa
Negar o tudo é infame e grandioso ato
Das variáveis que se apresentam
Algumas são importantes
O caminho em si
Transmutado e revestido por coragens e medos
Deriva de quesitos ainda maiores
Mire o ímpeto e repare
Tudo que te move lhe comove
Faz seu olhar queimar
Seu corpo arde e a paralisia incomoda
Inexplicavelmente pulamos abismo acima
Deixar o corpo cair simplesmente é fácil
Qualquer um tem descontrole sobre o corpo
Basta abrir mão das dificuldades
Embrenhando-se no marasmo do destino
Sempre calado, falso: cadafalso
Onde a humanidade se esvai
Buraco iluminado, atrativo
Convite quase irrecusável
Sedução constante, beirando o paraíso
Cheiro cru e instigante dos anjos
Abra a mente para a clareza dos fatos
Quanto mais alto o despenhadeiro
Mais fundo estaremos ao chegar lá em baixo
Gradação de solidão, tristeza, frio
Quanto menor seu espaço, maior o vazio
Almeje deparar-se com infinitas montanhas
Contemple sua magnitude
Quão indevassa é aquela estrutura
Postada a sua frente, realmente imóvel
Porém, completamente transponível
Desnecessário mover um músculo
Verter uma gota sequer de suor
Mudez completa, ausência de grunhidos
Inamovibilidade delirante
Basta querer
O mundo transforma-se no tabuleiro perfeito
O mestre do jogo imbuiu-se da arte de jogar
Admitiu a possível derrota
Conseguindo o que faltava para a fatídica vitória
Agora é preciso e precioso vencer
Não somos mais deuses
Tampouco vermes demoníacos incapazes
Apenas e completamente humanos
Que sentem na carne cada lança, cada lance
Geradores das atitudes mais lindas e perfeitas
Os seres celestiais mais belos e complexos
São reflexo de nossas atitudes
Enumere uma só exclusiva destes seres
E torne-se o único a conhecê-la
Pois ninguém é capaz dos atos que proferimos
Abra mão das tradições, dos costumes, dos ditames
Destrua todos os dogmas, leis e superstições
Corrompa o medo mais profundo de sua alma
Prostitua sua certeza mais decente
Adolesça a velhice de ser criança
Afie o instinto que lateja em suas entranhas vermelhas
Aguce o tino de seu faro que pulsa em músculos fortes
Contraia ao máximo cada pensamento de desistência
Decante a dor na leveza de suas lágrimas
Torne-se filtro daquilo que realmente merece
Suba cada vez mais alto e livre
Use toda força de suas pernas
Infle estes pulmões de energia
Pra poder berrar a todos os ventos ao chegar:
Consegui, pois quis estar neste lugar
Repare as mãos doídas e cortadas
Fixe-se nesta imagem absurda e completa
Lembre para o resto de sua vida
Que elas são apenas extremidades
De um ser capaz, pleno em vontade
Aprenda que seu momento do agora
Este mesmo, crível e verossímil
É somente a tangibilidade da imensidão que carregamos
Da vastidão chamada experiência
Que de tão grande, só se mostra em partes
Pedaços indissociáveis e indissolúveis
Do conjunto grandioso e harmônico que somos
Presente único e inigualável
Continente de amor e fé
Acredite-se, pois no mínimo, somos aquilo que é
2.8.05
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