Há algum tempo
Resolvi que as letras fariam um bem
Arrancando das profundezas
Mágoas e tristezas enormes
Estava absolutamente errado
Fariam muito mais
Mostrariam realidade
Um ser que residiu sempre em mim
Que esperava a linguagem certa de pedir
A liberdade arrebatadora e simples
Encontrei a forma da minha matéria
Descobri que somos muitos
Que existem outros, ainda bem
Do mesmo teor e quilate
Sim, somos diferentes e melhores
Acredite na força que propagamos
Levamos sentimento em coisas mortas
Palavras não são nada sem nossas vidas
Deixam de ser simples através de nossos conteúdos
Signos de nosso significado
Afinidades são construídas neste nicho ao qual pertencemos
Atitudes de respeito, admiração, deslumbramento
Deparo-me por vezes com perfeições estruturais
Outras, derreto-me diante a desregrada entrega total
Transparente que são as palavras
Existe um lugar destes que mexeu comigo
O primeiro contato foi bem no início da minha jornada
Caminhava buscando silencio próprio
Para que não se assustassem comigo
Por muito fui mesmo solitário
Não tive coragem de expressar-me
A beleza do local arrebatou
As figuras, as letras, as idéias
Tomaram conta de minha calma
Condensaram meu querer em grandiosas nuvens
Constantemente retorno a este local
O fundo cinza chumbo remete a chuva que vem
As letras, em branco, gotas que nos molham
Nós, comentando, trovões, trovejando
As fotos, destino entre a imensidão das águas
Espero que tenha acertado outra vez
Pois gostaria de retribuir realmente
Por ser tempestade constante
De coisa tão sua
Fazer parte de seu Dias de Chuva
29.7.05
27.7.05
21.7.05
Convívio
Há horas em que a vontade é arrebentar tudo
Destruir todas as fragilidades próprias
Fazer sucumbirem as defesas mais imponentes
Subjugar a prepotência alheia esmagadoramente
Esmigalhar qualquer atitude de resistência
A facilidade de agir inconsequentemente é deliciosa
Devastar, humilhar, espezinhar é fácil e natural
Tornar a paz um bem inalcançável, distante; errante
Exercício de ignorância plena, intensa, bestial
Tempo onde nem o mais celestial dos anjos reza
Por não ter sossego
Preocupado com a manutenção de sua vida
Retira as asas que agora pesam
Levanta os joelhos da calmaria segura e firme do solo
Exercitando o equilíbrio sobre pés frágeis, finos: franzinos
Como é densa a carne que levamos
O prazer proporcionado equivale à dor que ela suporta
Cada golpe, cada bofetada, cada espinho
O sorriso, o carinho, nosso vinho
Sentimos na vida o que passamos
Exacerba a concretude imediata e física
Infernalmente, nascemos sabendo
Invertidamente, uma analogia errada
Pois nem sempre o que dói é ruim ou mau
Afastamo-nos do instinto primário e salvador
Deixamos de ser animais e nos animalizamos
Absorvemos a sutileza da vida em comum
Tornando-nos sarcásticos, cáusticos, ácidos
Enchemo-nos de preconceitos
Convertendo-nos em enormes vazios
Cheios de nada até as grimpas
Envaidecidos por sermos apenas diferentes
Quando deveríamos ter nojo do que nos tornamos
Meros repetidores, receptores
Temos a obrigação de ser condutores
Convertendo a inimizade em entendimento
Levando a diante desejo de vida
Contrariando ensejos de alheia morte
Espalhar pensamentos de puro querer
Mas isso é diferente, incomum: perigoso
Imperceptível este desapegado
O quase santo que ama e peca
Com nome comum e simples
Perambulando entre os normais mortais
Sejamos nós, este pilar exemplificante
Traga para o seio de suas responsabilidades
Ser autor de lindos atos
Tão importantes quanto vulgares
Intente sua repetição aleatória e constante
Ensine como reproduzi-lo em série
Continue querendo destruir tudo de podre
Nefasto, vil, obtuso, abjeto
Mesquinho, pequeno, incorreto
Prime pela perfeição da eterna tentativa
Podemos ser melhores a cada instante
Irá sangrar e doer certamente
Perderemos carne e ganharemos alma
Trocaremos a ansiedade pela inexorável calma
Porém, sentiremos menos pavor
Deflagraremos um antes perdido mistério
Destilando amor do ódio
No aprendizado pelo bem frente à dor
Pois existe o retalho do frio
Mesmo sob intenso calor
Levemos a felicidade mais a sério
Pois somos muito a fazer
Por nos próprios, por quem merecer
Pelas mãos estendidas pelo caminho
Através de punhos cerrados a combater
Pelo prazer da arte que é conviver
Destruir todas as fragilidades próprias
Fazer sucumbirem as defesas mais imponentes
Subjugar a prepotência alheia esmagadoramente
Esmigalhar qualquer atitude de resistência
A facilidade de agir inconsequentemente é deliciosa
Devastar, humilhar, espezinhar é fácil e natural
Tornar a paz um bem inalcançável, distante; errante
Exercício de ignorância plena, intensa, bestial
Tempo onde nem o mais celestial dos anjos reza
Por não ter sossego
Preocupado com a manutenção de sua vida
Retira as asas que agora pesam
Levanta os joelhos da calmaria segura e firme do solo
Exercitando o equilíbrio sobre pés frágeis, finos: franzinos
Como é densa a carne que levamos
O prazer proporcionado equivale à dor que ela suporta
Cada golpe, cada bofetada, cada espinho
O sorriso, o carinho, nosso vinho
Sentimos na vida o que passamos
Exacerba a concretude imediata e física
Infernalmente, nascemos sabendo
Invertidamente, uma analogia errada
Pois nem sempre o que dói é ruim ou mau
Afastamo-nos do instinto primário e salvador
Deixamos de ser animais e nos animalizamos
Absorvemos a sutileza da vida em comum
Tornando-nos sarcásticos, cáusticos, ácidos
Enchemo-nos de preconceitos
Convertendo-nos em enormes vazios
Cheios de nada até as grimpas
Envaidecidos por sermos apenas diferentes
Quando deveríamos ter nojo do que nos tornamos
Meros repetidores, receptores
Temos a obrigação de ser condutores
Convertendo a inimizade em entendimento
Levando a diante desejo de vida
Contrariando ensejos de alheia morte
Espalhar pensamentos de puro querer
Mas isso é diferente, incomum: perigoso
Imperceptível este desapegado
O quase santo que ama e peca
Com nome comum e simples
Perambulando entre os normais mortais
Sejamos nós, este pilar exemplificante
Traga para o seio de suas responsabilidades
Ser autor de lindos atos
Tão importantes quanto vulgares
Intente sua repetição aleatória e constante
Ensine como reproduzi-lo em série
Continue querendo destruir tudo de podre
Nefasto, vil, obtuso, abjeto
Mesquinho, pequeno, incorreto
Prime pela perfeição da eterna tentativa
Podemos ser melhores a cada instante
Irá sangrar e doer certamente
Perderemos carne e ganharemos alma
Trocaremos a ansiedade pela inexorável calma
Porém, sentiremos menos pavor
Deflagraremos um antes perdido mistério
Destilando amor do ódio
No aprendizado pelo bem frente à dor
Pois existe o retalho do frio
Mesmo sob intenso calor
Levemos a felicidade mais a sério
Pois somos muito a fazer
Por nos próprios, por quem merecer
Pelas mãos estendidas pelo caminho
Através de punhos cerrados a combater
Pelo prazer da arte que é conviver
15.7.05
Exposto
Espero alguém que finalmente chegue
Atravesso horas que gostaria que terminassem
Queria dias que em noite acabassem
Sem se arrastar pela madrugada replicante
Que nasce, floresce e renasce a cada dia
Gostaria de poder ligar para certo telefone
Escutar um alo despreocupado e sossegado
Com tempo livre e liberado
Sem espios ou olhares preocupados
Poder dizer: estou indo te buscar
Passear pela calçada de uma orla qualquer
De mãos dadas, dedos entrelaçados e calmos
Corpos que se mostram a quem quiser ver
Sem o tremular nervoso de quem não deve ser visto
Escancarar o que se sente livremente
Poder tomar um banho demorado
Para matar o tempo gostoso da espera
Manter-me sempre lindo e limpo
Por dentro, internamente; eternamente
Pois não sei quando irá chegar
Escolher aquela roupa que me deu
O perfume que seu olfato adora
Temperar a pele com o suor que sua língua aprecia
Esquentar o corpo para deixar a pele macia
Acariciar-te nua com o peso de meu corpo
Que não cansa de querer seu desejo
Cego à sua beleza
Justo por isso incansável
Em percorrer seus detalhes com meus dedos
Na proeza de saber cada seu detalhe
Configurando sua visão celestial e plena
Invasora sutil e permitida de minha esperança
Contraditória coma a derrota da vitória
Triste como a alegria fútil da volátil glória
De sermos juntos e sem constancia
Aspiro por sua permanência
Que não implica ser ininterrupta
Mas que carece em ser perene
Resistente ao mero até amanhã
Impávida aos domingos de lua que me atormentam a alma
Levando meu sossego num simples sopro
No brandir das folhas ao sabor do vento
Caindo ao menor esforço
Como se meus esforços fossem brotos
Tortos, rotos; incapazes perante seu outono
Que acinzenta minhas primaveras inférteis
Carente das águas neste verão seco
Desembocando num rio de inverno congelado
Atrofiado pelo gelo pirotécnico de meus alardes
Mudos, surdos, cegos, mas não covardes
Ainda ando por passos firmes
Joelhos justos e pernas fortes
Toco ao chão com aqueles por muitas vezes
A cabeça mira nuvens, condensando sorte
Esperando a bonança graciosa que me pertence
Corpo molhado, tempo ilhado
A terra faz-se lama e procura meus poros
Entra por fendas e feridas de pés descalços
Encontrando o calor na carne exposta das minhas frieiras
Portais sinalizadores do tempo de estrada
Tenho resistência para muito mais
Na mochila chamada paciência
Há uma carga indispensável
Aquilo que separa teimosia da perseverança
Toneladas essenciais de entendimento
Estive um dia do outro lado
Fui açoitado como escravo vadio
Minhas costas, largas e fortes
Devoradas pela sanha de um senhor impiedoso
O medo neutraliza a capacidade de sonhar
Escurece o brilho das pequenas e importantes coisas
Leva as asas que nos fazem voltar ao chão
E como balões vagamos sem destino, sem tino; desatino
Entregamos a vida ao reles contento do destino
Variável e desagradável em sua inutilidade
Fiz valer meu livre arbítrio
Decidi que suportaria errar
Compreendi que gostaria e seria humilde ao acertar
Polindo o orgulho com a delicadeza dos restauradores
Trazendo cor e forma a arte de ser meu próprio dono
Ser obra de minha matéria
Insumo de meu básico
História de minha lembrança
Saudade do sentir amor
Ser palavra de sua rima
Atravesso horas que gostaria que terminassem
Queria dias que em noite acabassem
Sem se arrastar pela madrugada replicante
Que nasce, floresce e renasce a cada dia
Gostaria de poder ligar para certo telefone
Escutar um alo despreocupado e sossegado
Com tempo livre e liberado
Sem espios ou olhares preocupados
Poder dizer: estou indo te buscar
Passear pela calçada de uma orla qualquer
De mãos dadas, dedos entrelaçados e calmos
Corpos que se mostram a quem quiser ver
Sem o tremular nervoso de quem não deve ser visto
Escancarar o que se sente livremente
Poder tomar um banho demorado
Para matar o tempo gostoso da espera
Manter-me sempre lindo e limpo
Por dentro, internamente; eternamente
Pois não sei quando irá chegar
Escolher aquela roupa que me deu
O perfume que seu olfato adora
Temperar a pele com o suor que sua língua aprecia
Esquentar o corpo para deixar a pele macia
Acariciar-te nua com o peso de meu corpo
Que não cansa de querer seu desejo
Cego à sua beleza
Justo por isso incansável
Em percorrer seus detalhes com meus dedos
Na proeza de saber cada seu detalhe
Configurando sua visão celestial e plena
Invasora sutil e permitida de minha esperança
Contraditória coma a derrota da vitória
Triste como a alegria fútil da volátil glória
De sermos juntos e sem constancia
Aspiro por sua permanência
Que não implica ser ininterrupta
Mas que carece em ser perene
Resistente ao mero até amanhã
Impávida aos domingos de lua que me atormentam a alma
Levando meu sossego num simples sopro
No brandir das folhas ao sabor do vento
Caindo ao menor esforço
Como se meus esforços fossem brotos
Tortos, rotos; incapazes perante seu outono
Que acinzenta minhas primaveras inférteis
Carente das águas neste verão seco
Desembocando num rio de inverno congelado
Atrofiado pelo gelo pirotécnico de meus alardes
Mudos, surdos, cegos, mas não covardes
Ainda ando por passos firmes
Joelhos justos e pernas fortes
Toco ao chão com aqueles por muitas vezes
A cabeça mira nuvens, condensando sorte
Esperando a bonança graciosa que me pertence
Corpo molhado, tempo ilhado
A terra faz-se lama e procura meus poros
Entra por fendas e feridas de pés descalços
Encontrando o calor na carne exposta das minhas frieiras
Portais sinalizadores do tempo de estrada
Tenho resistência para muito mais
Na mochila chamada paciência
Há uma carga indispensável
Aquilo que separa teimosia da perseverança
Toneladas essenciais de entendimento
Estive um dia do outro lado
Fui açoitado como escravo vadio
Minhas costas, largas e fortes
Devoradas pela sanha de um senhor impiedoso
O medo neutraliza a capacidade de sonhar
Escurece o brilho das pequenas e importantes coisas
Leva as asas que nos fazem voltar ao chão
E como balões vagamos sem destino, sem tino; desatino
Entregamos a vida ao reles contento do destino
Variável e desagradável em sua inutilidade
Fiz valer meu livre arbítrio
Decidi que suportaria errar
Compreendi que gostaria e seria humilde ao acertar
Polindo o orgulho com a delicadeza dos restauradores
Trazendo cor e forma a arte de ser meu próprio dono
Ser obra de minha matéria
Insumo de meu básico
História de minha lembrança
Saudade do sentir amor
Ser palavra de sua rima
11.7.05
Refletindo
Duvido realmente se todos têm noção do que fazem
Através das palavras, das atitudes
Dos conselhos que proferem e proliferam
Das virtudes cambetas que tanto veneram
Ignoro se tem certeza sobre o que querem
Tanta diferença pelo caminho
O movimento da boca é totalmente disforme
A compensação do corpo não combina
O equilíbrio ínfimo sequer rima
Continuam porém exercendo caridade
Como se estivesse tudo correto
Parecendo que o mundo ao redor errasse sempre
Como se precisasse do detalhe salvador
Do toque edificante contido em seus ideais inalcançáveis
Filosofia própria que revolucionaria o mundo
Continuo irritado quanto a sua necessidade
Desconheço o limite da bondade descomprometida
Onde ela esbarra na troca
Quando ela mostra-se um gesto de desapego
Fazem mesmo por puro contentamento alheio?
Cada vez que me pergunto
Respondo mais e sempre por mim
Egoísta e míope
Não miro ou almejo soluções para ninguém
Dou forma à argila da verdade em comunhão
Quero as impressões digitais das nossas ajudas
Simbiose dos impérios de entendimento
Aprender em conjunto
Tocando a pele do desconhecido para saber diferenciar da minha
Ser o diferente que você conhece
Preciso da permissão solene de seu desejo
Para simplesmente ficar perto
Ou longe o suficiente
Para ser percebido
No exato tempo para ser querido
Que eu seja rude o suficiente
Sutil o necessário
Eloqüente o quanto possível
Silencioso como sensível
Deixe-me ser imprescindível
Carinho de seu afago
Pele do seu toque
Calor da sua carne
Saudade do seu amor
Esquecimento vivo de suas lembranças mortas
Faz de mim extensão de seu querer
Use com toda vontade e necessidade
De utilidade a esta vida que deve ir além
Disponha da força que você não tem
Que eu seja sua ferramenta
Porém, venha de você a força
O ímpeto, o impulso: a confiança
Imagine o prazer imensurável
De ser meio dos seus fins
Ser caminho de suas pegadas
Seria até fácil colocar-te no colo
Pedir licença às dificuldades
Saltar pedras e descaminhos
Facilitar o encontro com seus sonhos
Mas a vida não seria a sua
Estaria invadindo um local santo
Altar impenetrável e inalienável
Indisponível pela própria natureza
Exposto a qualquer reles incerteza
Ainda assim, intrínseco e indisponível
Seu querer é impenetrável
União indissolúvel daquilo que se sabe com o que se sente
Aquela impressão de poder absoluto
Potencialidade de conquistas infinita
Palpável e alcançável pela aproximação do tentar
Que pode ser e,por vezes muitas, será
Dolorido, torturante e lacerante
Deixando marcas e certos sorrisos
E uma certeza aterradora:
Somos mais capazes, fortes e vorazes que imaginávamos
Desde o último golpe que levamos
Do lamento que deixamos escapar
Da última dor pensada impossível de aturar
Daquele derradeiro suspiro da desistência que não veio
Percebemos que continuamos
Transpondo os perigos e problemas do dia-a-dia
Buscando, até inconscientemente, desafios maiores
Alguns grandes demais para nossas forças
Justamente nestes ganhamos mais
Pedindo ou aceitando ajuda
Que se obtém e mantém baseada na confiança
Estendendo-se pela esperança
Assegurada por nada
Pois nada garante que ela irá funcionar
Não esqueçamos que viemos tentar
Cada um a seu modo
De seu único e exclusivo jeito
Sem pretensão de ser a verdade
Isento da empáfia de ser perfeito
Preciso de ajuda, posso ajudar?
Através das palavras, das atitudes
Dos conselhos que proferem e proliferam
Das virtudes cambetas que tanto veneram
Ignoro se tem certeza sobre o que querem
Tanta diferença pelo caminho
O movimento da boca é totalmente disforme
A compensação do corpo não combina
O equilíbrio ínfimo sequer rima
Continuam porém exercendo caridade
Como se estivesse tudo correto
Parecendo que o mundo ao redor errasse sempre
Como se precisasse do detalhe salvador
Do toque edificante contido em seus ideais inalcançáveis
Filosofia própria que revolucionaria o mundo
Continuo irritado quanto a sua necessidade
Desconheço o limite da bondade descomprometida
Onde ela esbarra na troca
Quando ela mostra-se um gesto de desapego
Fazem mesmo por puro contentamento alheio?
Cada vez que me pergunto
Respondo mais e sempre por mim
Egoísta e míope
Não miro ou almejo soluções para ninguém
Dou forma à argila da verdade em comunhão
Quero as impressões digitais das nossas ajudas
Simbiose dos impérios de entendimento
Aprender em conjunto
Tocando a pele do desconhecido para saber diferenciar da minha
Ser o diferente que você conhece
Preciso da permissão solene de seu desejo
Para simplesmente ficar perto
Ou longe o suficiente
Para ser percebido
No exato tempo para ser querido
Que eu seja rude o suficiente
Sutil o necessário
Eloqüente o quanto possível
Silencioso como sensível
Deixe-me ser imprescindível
Carinho de seu afago
Pele do seu toque
Calor da sua carne
Saudade do seu amor
Esquecimento vivo de suas lembranças mortas
Faz de mim extensão de seu querer
Use com toda vontade e necessidade
De utilidade a esta vida que deve ir além
Disponha da força que você não tem
Que eu seja sua ferramenta
Porém, venha de você a força
O ímpeto, o impulso: a confiança
Imagine o prazer imensurável
De ser meio dos seus fins
Ser caminho de suas pegadas
Seria até fácil colocar-te no colo
Pedir licença às dificuldades
Saltar pedras e descaminhos
Facilitar o encontro com seus sonhos
Mas a vida não seria a sua
Estaria invadindo um local santo
Altar impenetrável e inalienável
Indisponível pela própria natureza
Exposto a qualquer reles incerteza
Ainda assim, intrínseco e indisponível
Seu querer é impenetrável
União indissolúvel daquilo que se sabe com o que se sente
Aquela impressão de poder absoluto
Potencialidade de conquistas infinita
Palpável e alcançável pela aproximação do tentar
Que pode ser e,por vezes muitas, será
Dolorido, torturante e lacerante
Deixando marcas e certos sorrisos
E uma certeza aterradora:
Somos mais capazes, fortes e vorazes que imaginávamos
Desde o último golpe que levamos
Do lamento que deixamos escapar
Da última dor pensada impossível de aturar
Daquele derradeiro suspiro da desistência que não veio
Percebemos que continuamos
Transpondo os perigos e problemas do dia-a-dia
Buscando, até inconscientemente, desafios maiores
Alguns grandes demais para nossas forças
Justamente nestes ganhamos mais
Pedindo ou aceitando ajuda
Que se obtém e mantém baseada na confiança
Estendendo-se pela esperança
Assegurada por nada
Pois nada garante que ela irá funcionar
Não esqueçamos que viemos tentar
Cada um a seu modo
De seu único e exclusivo jeito
Sem pretensão de ser a verdade
Isento da empáfia de ser perfeito
Preciso de ajuda, posso ajudar?
8.7.05
Viés
Perceba o detalhe:
Amar não é querer que você seja minha
É me permitir ser completamente seu
Me leva pra você!
Amar não é querer que você seja minha
É me permitir ser completamente seu
Me leva pra você!
5.7.05
Expurgo
Quando o silêncio invadir sua essência
Expulsa-o como se faz com as coisas desnecessárias
As ruins, embora desta natureza, acontecem
E demônios, devemos tê-los
Sob domínio e eterna vigilância
Que fiquem os outros surdos
Frente às súplicas e pedidos de perdão
Quero prover o mundo com minhas bondades
Ser excessivamente mal com minhas maldades
Transformar todas as mentiras verdadeiras em falsa inverdade
Possua seu opressor pelo âmago
Invada seu estomago moral
Faça-o passar mal, marear, vomitar
Torne-se o mais repugnante possível
Para que ele odeie olhar na sua face linda
Sentindo pregos penetrando seus ouvidos
Urrando surdamente quando perceber
O sussurro de seu nome santo
Soletrado pela boca imaculada de uma criança
Alienada do valor e força que tem a palavra
Exume do seu manto chamado pele
O ranço vil e podre do tempo perdido
Deixe para trás o passado que já não se desfaz
Perfumado da carnificina que se realizou
Morremos sempre a cada presente que se desnuda
Quantos defuntos de nós próprios deixamos sem farol
Que lhes iluminasse o tortuoso caminho de regresso
Rumo a lugar algum, incerto, incesto
Enamorado com a intima filha
Do caso entre vida e Tempo nasce a morte
É nossa vivência que dispomos quando erramos
Tolos e incompreensíveis
Extirpamos a única coisa que temos
Querendo justificar uma crença infame
Achando que o amor nos salvará
Falácia escandalosa
As premissas se unem e nos levam a uma ação
Praticada por nós, sujeitos
Metendo os pés pelo coração
Prevalecentes do nada pela razão
Tudo é puro detrimento, ilusão, divertimento
Dor consome sorridente
Cresce como fogo em vento
Não há o menor contento
Mas existe a compensação inútil de um momento
Sabemos, temos certeza: queremos muito mais
Merecemos a eternidade que a volatilidade nos traz
Incapazes de enxergar o próximo passo
Aprazamo-nos com migalhas
Tornamo-nos magros, fracos, derrotados
O outro, diabo, parece rir de nossa cara
Ali, desesperados, despreparados, desalmados, ajoelhados
Regurgitamos farpas de sutileza
Tentando mostrar uma beleza sumida a muito
Endeusando coisa que já fomos
Deveríamos nesta hora abrupta
Parar, pensar e parar
Se aspiramos o forte, belo e potente
Não seremos objetos do amar
Quando refeitos no reverso de nosso buscar
Insistimos, vadios e doentes em transferir
Imputamos ao outro aquilo que sonhamos e somos
Por pura falta de coragem
Pela gigantesca e reprovável insistente covardia
Pela vergonha em ser simplesmente melhor
Sejamos aquele que suscita desejo
Responsáveis pela felicidade alheia
Epicentro vivo e mutante dos delírios externos
Confiantes, confiáveis e apaixonantes
Donos da própria vida, imbuídos de vontade
Auto-estima estratosférica
Confiança inabalável
Atitude incontestável
Sentimento imensurável
Leveza de um soprar de velas
Que escurece o ambiente quando se apagam
Igualando todos os presentes
Na escuridão da mesmice somos idênticos
Nem a diferença é diferente
Graças ao amor cego, verdadeiro, que apenas sente
Expulsa-o como se faz com as coisas desnecessárias
As ruins, embora desta natureza, acontecem
E demônios, devemos tê-los
Sob domínio e eterna vigilância
Que fiquem os outros surdos
Frente às súplicas e pedidos de perdão
Quero prover o mundo com minhas bondades
Ser excessivamente mal com minhas maldades
Transformar todas as mentiras verdadeiras em falsa inverdade
Possua seu opressor pelo âmago
Invada seu estomago moral
Faça-o passar mal, marear, vomitar
Torne-se o mais repugnante possível
Para que ele odeie olhar na sua face linda
Sentindo pregos penetrando seus ouvidos
Urrando surdamente quando perceber
O sussurro de seu nome santo
Soletrado pela boca imaculada de uma criança
Alienada do valor e força que tem a palavra
Exume do seu manto chamado pele
O ranço vil e podre do tempo perdido
Deixe para trás o passado que já não se desfaz
Perfumado da carnificina que se realizou
Morremos sempre a cada presente que se desnuda
Quantos defuntos de nós próprios deixamos sem farol
Que lhes iluminasse o tortuoso caminho de regresso
Rumo a lugar algum, incerto, incesto
Enamorado com a intima filha
Do caso entre vida e Tempo nasce a morte
É nossa vivência que dispomos quando erramos
Tolos e incompreensíveis
Extirpamos a única coisa que temos
Querendo justificar uma crença infame
Achando que o amor nos salvará
Falácia escandalosa
As premissas se unem e nos levam a uma ação
Praticada por nós, sujeitos
Metendo os pés pelo coração
Prevalecentes do nada pela razão
Tudo é puro detrimento, ilusão, divertimento
Dor consome sorridente
Cresce como fogo em vento
Não há o menor contento
Mas existe a compensação inútil de um momento
Sabemos, temos certeza: queremos muito mais
Merecemos a eternidade que a volatilidade nos traz
Incapazes de enxergar o próximo passo
Aprazamo-nos com migalhas
Tornamo-nos magros, fracos, derrotados
O outro, diabo, parece rir de nossa cara
Ali, desesperados, despreparados, desalmados, ajoelhados
Regurgitamos farpas de sutileza
Tentando mostrar uma beleza sumida a muito
Endeusando coisa que já fomos
Deveríamos nesta hora abrupta
Parar, pensar e parar
Se aspiramos o forte, belo e potente
Não seremos objetos do amar
Quando refeitos no reverso de nosso buscar
Insistimos, vadios e doentes em transferir
Imputamos ao outro aquilo que sonhamos e somos
Por pura falta de coragem
Pela gigantesca e reprovável insistente covardia
Pela vergonha em ser simplesmente melhor
Sejamos aquele que suscita desejo
Responsáveis pela felicidade alheia
Epicentro vivo e mutante dos delírios externos
Confiantes, confiáveis e apaixonantes
Donos da própria vida, imbuídos de vontade
Auto-estima estratosférica
Confiança inabalável
Atitude incontestável
Sentimento imensurável
Leveza de um soprar de velas
Que escurece o ambiente quando se apagam
Igualando todos os presentes
Na escuridão da mesmice somos idênticos
Nem a diferença é diferente
Graças ao amor cego, verdadeiro, que apenas sente
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