Quando tudo lhe for silêncio
Simplesmente escute
Sua voz interior
O chamado de sua vontade
Absorva sua própria alma
Lhe sobrevindo o calor
Transpire calmamente
Contemple cada esforço
Gotejando sobre solo fértil
Seja semente de sua criação
Ao sinal dos sinos de novos tempos
Ouça cada badalar atenciosamente
Oriente-se pela vibração de sua essência
Equilíbrio advém do domínio das ondas sonoras
Arrebentando nas areias de seu corpo
Pois quando lhe saltar aos olhos a maior das verdades
Aceite que sua visão é finita e simples
Desaprenda a não querer entender
Aquilo que é incontestável
Somos felicidade em potencial
Atravesse agora os campos fartos, vastos, castos
Macule de benfeitorias os frutos de seus esforços
Estenda mãos desejantes e quentes
Transforme cada dia num divino presente
Dê atenção aos mínimos detalhes
Também aos grandes
Que pelo porte são coisas
Mas não são objetos
Descartáveis, desprezíveis; previsíveis
Reconhecer valor é expor afeto
Abramo-nos para o mundo
Que vá embora esta mania torpe
De nos mantermos intocados
Deixemo-nos infectar pela pureza
Residente no amor que cerca a tudo
Então, neste momento, enverede pela sinestesia
Deixe arrepiar o imo
Esqueça nossas ridículas armas, trilhas; armadilhas
Que murcham nossa vivacidade
Não há vergonha em ser e permanecer feliz
E quando parecer não mais caber em si
Use-se a seu favor
Exacerbe, abunde, transborde
Seja maior que um dia supôs não poder ser
Viva completa e plenamente
9.12.05
28.11.05
Coisas minhas
Vai embora rapaz
Vai ver o dia morrer pra ver se você renasce
Aproveita a falta de compromisso e comprometa-se com você
Diga a si próprio que é impossível o possível não acontecer
Permita permitir-se viver.
Erga-se como quem irá dominar o mundo
Cheio de idéias
Repleto de vontades e novidades
Voraz na semeadura de bondade
Toma cada lacuna e as invade
Preenche este espaço sem dono
Com um bom punhado do seu ser
Fertiliza os corpos inócuos do caminho
Embrenhe de sagacidade a inamovibilidade do mundo
Faz da inércia combustível do movimento
Seja tempero dos ventos sem direção
Perceba-se em cada gota de chuva que tocar o solo
Responsabilize-se por cada nova semente que germinar
Sinta a maravilhosa força divina de ser pai
Faça-se mais que aquilo que supôs ser limite
Limite-se a não conhecer pontos finais
Portos seguros
Tormentas intransponíveis
Diga a todos a verdade maior:
Eu sou aquele que quer
Dê alma, ânimo, corpo a esta vontade
Tente de todas as formas conhecidas
Errando, lembre-se que nada finda
Use seu instinto
Pare e absorva o universo a sua volta
Reconheça que ele é seu residente
Está contido em você
É parte daquilo que desconhece de si
Um pouco do muito que pode ser
Exploda em todas as direções
Fundamente seus cacos perfurantes
Soerga pilares poderosos
Saboreie a deliciosa sensação
De escutar o mundo por dentro
Reverbere neste interior que lhe prepara
Espere apenas até o momento certo
Quando estiver tudo confortável e tranqüilo
Sob extremo e estrito controle
Desestabilize a harmonia monótona
Seja caos e traga a paz
Porque ser diferente e melhor a cada instante
Não é sinônimo de insatisfação
É busca contínua por algo que nunca chega
Almejar permanecer melhor
Beira o perfeito
Não queira, portanto
Bastar-se na completude do que parece divino
Transgrida, agrida, combata
Sempre sincero, justo e honesto
Como todo inimigo declarado: seja fiel
Diga todas as vezes
A que veio afinal
Que exteriorizar sua missão
Torne-se hábito comum
Grite: vim para conseguir e conseguirei
Esqueça as ajudas e facilidades
Por mais exposto e próximo que o objetivo esteja
Cabe a ti enxerga-lo
Querer tocá-lo
Transforme-se no gestor da sua vida
Proíba-se entregar seu destino a outrem
Compreenda de forma inescusável
Que seu caminho nunca esteve pronto
Que a rota nunca foi previamente traçada
Seja engenheiro e ocupante de sua estrada
Se por ventura lhe sobrevier bonança
Aceite-a de braços fortes e abertos
Pois que a rasura de sua capacidade também chega
E far-se-á hora de aproveitar-se da tolerância
Daqueles que se puseram em seu caminho
Não querer ajuda
Difere completamente de não pedi-la
Caso não lhe notem em apuros
Seja humilde e capaz:peça
A vergonha é ante-sala do fracasso
Doutrine-se a fazer suas regras
Justamente para não tê-las
Quem ocupa sua vida com próprias ordens
Vive pleno e satisfeito, não obedece ninguém
Só o que está ou é vazio pode ser ocupado: preencha-se!
Vai ver o dia morrer pra ver se você renasce
Aproveita a falta de compromisso e comprometa-se com você
Diga a si próprio que é impossível o possível não acontecer
Permita permitir-se viver.
Erga-se como quem irá dominar o mundo
Cheio de idéias
Repleto de vontades e novidades
Voraz na semeadura de bondade
Toma cada lacuna e as invade
Preenche este espaço sem dono
Com um bom punhado do seu ser
Fertiliza os corpos inócuos do caminho
Embrenhe de sagacidade a inamovibilidade do mundo
Faz da inércia combustível do movimento
Seja tempero dos ventos sem direção
Perceba-se em cada gota de chuva que tocar o solo
Responsabilize-se por cada nova semente que germinar
Sinta a maravilhosa força divina de ser pai
Faça-se mais que aquilo que supôs ser limite
Limite-se a não conhecer pontos finais
Portos seguros
Tormentas intransponíveis
Diga a todos a verdade maior:
Eu sou aquele que quer
Dê alma, ânimo, corpo a esta vontade
Tente de todas as formas conhecidas
Errando, lembre-se que nada finda
Use seu instinto
Pare e absorva o universo a sua volta
Reconheça que ele é seu residente
Está contido em você
É parte daquilo que desconhece de si
Um pouco do muito que pode ser
Exploda em todas as direções
Fundamente seus cacos perfurantes
Soerga pilares poderosos
Saboreie a deliciosa sensação
De escutar o mundo por dentro
Reverbere neste interior que lhe prepara
Espere apenas até o momento certo
Quando estiver tudo confortável e tranqüilo
Sob extremo e estrito controle
Desestabilize a harmonia monótona
Seja caos e traga a paz
Porque ser diferente e melhor a cada instante
Não é sinônimo de insatisfação
É busca contínua por algo que nunca chega
Almejar permanecer melhor
Beira o perfeito
Não queira, portanto
Bastar-se na completude do que parece divino
Transgrida, agrida, combata
Sempre sincero, justo e honesto
Como todo inimigo declarado: seja fiel
Diga todas as vezes
A que veio afinal
Que exteriorizar sua missão
Torne-se hábito comum
Grite: vim para conseguir e conseguirei
Esqueça as ajudas e facilidades
Por mais exposto e próximo que o objetivo esteja
Cabe a ti enxerga-lo
Querer tocá-lo
Transforme-se no gestor da sua vida
Proíba-se entregar seu destino a outrem
Compreenda de forma inescusável
Que seu caminho nunca esteve pronto
Que a rota nunca foi previamente traçada
Seja engenheiro e ocupante de sua estrada
Se por ventura lhe sobrevier bonança
Aceite-a de braços fortes e abertos
Pois que a rasura de sua capacidade também chega
E far-se-á hora de aproveitar-se da tolerância
Daqueles que se puseram em seu caminho
Não querer ajuda
Difere completamente de não pedi-la
Caso não lhe notem em apuros
Seja humilde e capaz:peça
A vergonha é ante-sala do fracasso
Doutrine-se a fazer suas regras
Justamente para não tê-las
Quem ocupa sua vida com próprias ordens
Vive pleno e satisfeito, não obedece ninguém
Só o que está ou é vazio pode ser ocupado: preencha-se!
17.11.05
Feita em verso
Não precisa permissão
Aquele que nasceu com a liberdade
Para que tanta confissão
Se portadora do convite da vontade
Deseje apenas e seja aquilo que sonha
Arrombe as portas que sequer existem
Penetre fundo como fio fino em carne tesa
Amole o desejo que lateja imenso
Inunde no mais profundo devaneio
Semeie sua existência em nossa ausência
Permita-se ser tudo que sonha
Plante cada dia do seu futuro
Neste presente que parece torto
Mas é o mais perfeito de seus dias
Seu agora é sua eternidade
Viva intensamente
Pois não o terá logo à frente
Nunca mais em sua frágil existência
Será tão indestrutível quanto agora
Nem no mais completo dos teus virtuosos pensamentos
Transpire cada gota de suor
Por algo que realmente possa fazer
Chore toda sua alegria em colos adorados
Pois a tristeza não foi feita para compartilhar
Aprenda que há coisas muito nossas
Que de tão tuas
Deixam-lhe nua
Tão minhas
Que em ti me inclua
Que sejamos aquilo que o porquê conclua
Sendo dúvida seremos sempre atraentes
Teremos em nosso seio o anseio do descobrimento
Em nosso leito o desalento atento dos que não param
Chegando enfim, num fim que nunca chega
Resta sermos contínuo movimento
Desenrolando histórias
Nem sempre narrativas
Juntando em palavras por vezes mortas
O calor intenso de brasas vivas
Colorindo de desejo a palidez da saudade
Invasora voraz e astuta
Consumidora de nossas horas
Causadora de tantas lutas
Senhora da maior das permutas
Doce o encontro do querer com poder
Verbos inocentemente separados ao nascerem
Aprendem e ensinam de forma natural
Que a bruteza da simplicidade humana
É estupenda e farta de intrínsecas qualidades
Impagável o esforço monumental de uma criança
Dando seu primeiro e radical passo
Decidindo seu destino tão prematuramente
Repare a violência deste gesto
Paradigmático ato insano de todos nós
Mesmo mergulhados em desconhecimento optamos abraça-lo
Para sermos cada vez mais fortes
Cada minuto mais poderosos
A cada passo mais senhores de nós mesmos
Sempre mais experientes
Ainda assim completamente perdidos
No infinito de possibilidades que nos tomam a reboque
Empurrando e sinalizando em qualquer direção
Fica difícil mudar o rumo
Quando postamo-nos indefesos em braços seguros
Força alheia nos contém, não traz segurança
Com pés ao chão e cabeça aos céus
Fica facílimo enxergar
Os rumos que minha visão permite
Os possíveis pontos onde devo parar
Reparar, respirar; continuar
Pois do interminável e constante desejo
Vem o ânimo que me enverga
Flexibilizando a não maleabilidade
Das certezas que se quebram
Diante do menor senão adiante
Insista em conseguir
Acredite que desistir é provável
Mas que ser derrotado é muito mais louvável
Que a fuga de si mesmo
Escreva seus próprios versos
E quando for verso de outro alguém
Acredite que não é por bondade
Foi você quem mereceu as palavras
Não havendo nenhuma caridade
Apenas dei forma ao adorar de verdade
Aquele que nasceu com a liberdade
Para que tanta confissão
Se portadora do convite da vontade
Deseje apenas e seja aquilo que sonha
Arrombe as portas que sequer existem
Penetre fundo como fio fino em carne tesa
Amole o desejo que lateja imenso
Inunde no mais profundo devaneio
Semeie sua existência em nossa ausência
Permita-se ser tudo que sonha
Plante cada dia do seu futuro
Neste presente que parece torto
Mas é o mais perfeito de seus dias
Seu agora é sua eternidade
Viva intensamente
Pois não o terá logo à frente
Nunca mais em sua frágil existência
Será tão indestrutível quanto agora
Nem no mais completo dos teus virtuosos pensamentos
Transpire cada gota de suor
Por algo que realmente possa fazer
Chore toda sua alegria em colos adorados
Pois a tristeza não foi feita para compartilhar
Aprenda que há coisas muito nossas
Que de tão tuas
Deixam-lhe nua
Tão minhas
Que em ti me inclua
Que sejamos aquilo que o porquê conclua
Sendo dúvida seremos sempre atraentes
Teremos em nosso seio o anseio do descobrimento
Em nosso leito o desalento atento dos que não param
Chegando enfim, num fim que nunca chega
Resta sermos contínuo movimento
Desenrolando histórias
Nem sempre narrativas
Juntando em palavras por vezes mortas
O calor intenso de brasas vivas
Colorindo de desejo a palidez da saudade
Invasora voraz e astuta
Consumidora de nossas horas
Causadora de tantas lutas
Senhora da maior das permutas
Doce o encontro do querer com poder
Verbos inocentemente separados ao nascerem
Aprendem e ensinam de forma natural
Que a bruteza da simplicidade humana
É estupenda e farta de intrínsecas qualidades
Impagável o esforço monumental de uma criança
Dando seu primeiro e radical passo
Decidindo seu destino tão prematuramente
Repare a violência deste gesto
Paradigmático ato insano de todos nós
Mesmo mergulhados em desconhecimento optamos abraça-lo
Para sermos cada vez mais fortes
Cada minuto mais poderosos
A cada passo mais senhores de nós mesmos
Sempre mais experientes
Ainda assim completamente perdidos
No infinito de possibilidades que nos tomam a reboque
Empurrando e sinalizando em qualquer direção
Fica difícil mudar o rumo
Quando postamo-nos indefesos em braços seguros
Força alheia nos contém, não traz segurança
Com pés ao chão e cabeça aos céus
Fica facílimo enxergar
Os rumos que minha visão permite
Os possíveis pontos onde devo parar
Reparar, respirar; continuar
Pois do interminável e constante desejo
Vem o ânimo que me enverga
Flexibilizando a não maleabilidade
Das certezas que se quebram
Diante do menor senão adiante
Insista em conseguir
Acredite que desistir é provável
Mas que ser derrotado é muito mais louvável
Que a fuga de si mesmo
Escreva seus próprios versos
E quando for verso de outro alguém
Acredite que não é por bondade
Foi você quem mereceu as palavras
Não havendo nenhuma caridade
Apenas dei forma ao adorar de verdade
11.11.05
Um ano
Queria poder dar a notícia neste texto, nestas linhas, neste dia. Mas ainda não chegou a hora. Há exato um ano eu escrevia por achar que o impossível havia me derrotado, ou simplesmente vencido. Felizmente a tristeza foi passageira, como todas são.
Precisava de uma saída para eu mesmo. Um caminho pelo qual eu trilhasse sozinho, sentindo minha dor sem ter que compartilha-la com mais ninguém. Mais ninguém que não merecesse ou fizesse parte daquilo que eu estava passando no momento.
Procurei um meio de expurgar sentimentos que atormentaram minha cabeça de forma muito construtiva. Doeu muito passar por tudo que eu não queria. Ver o amor de a minha vida entregar-se à formalidade da falta de saída, da ausência de coragem, da despresença de ousadia. Respeitei, cada um tem seu limite, este definidor de coisas impossíveis.
Descobri que eu era menos forte, menos direto: desmotivado. Encontrei milhões de significados novos para palavras e sentimentos que pareciam esgotados ou exaustivamente batidos e monótonos pela experiência alheia e até própria. Mergulhei num universo inédito de nomes carregados de novos significados, de significantes embrenhados em vida e cores jamais sonhadas.
Briguei comigo mesmo infinitas ocasiões e ainda o faço, pois que a dúvida é mãe da inteligência e ficar parado sem sequer pensar no próximo movimento é dar aos demônios a paz que não se tem. Encorajei a mim mesmo, toda vez que supunha estar na pior das situações e lembrava que toda vez que eu cogitava não suportar, eu já havia pensado isto antes e havia superado aquele obstáculo.
Aprendi da forma boa, que despenhadeiros, abismos e montanhas são feitas para serem escaladas, transpostas e vencidas. Desafios são coisas a serem superadas e lembradas com alegria, por mostrarem que as cicatrizes são marcas reais daquilo que se opôs a nossa vontade.
Tenho momentos felizes e faço questão de expô-los. Tenho lembranças boas e ineditismos maravilhosos. Fiz amizades sólidas e saudosas como só este meio sabe fazer. Aprendi que aprender é importante, mas que ensinar é uma arte fina e sutil, que demanda tempo, coragem e treino. Ficou claro que tentar é o verbo mais poderoso do mundo desde que atrelado, apaixonado e carnalmente ligado ao verbo querer.
Lancei-me esporros homéricos e xinguei todos os palavrões que queria e podia para agredir minha teimosia nos momentos de inércia total. Sacudi-me muitas vezes com umas porradas na cara, mas nunca quis meu próprio mal. Veio à tona uma grande faceta do ser humano: amamos sentir dor e pena de nós mesmos. Um vício que pode se tornar letal quando dominamos o prazer que o mínimo de felicidade pode trazer quando nos metemos em buracos muito fundos e de paredes lisas. Daqueles que são quase inescaláveis.
Criei muitas palavras novas. Neologismei muitas vezes, como agora, brincando com o substantivo e fazendo dele um verbo que não existia. É esta capacidade de construir coisas e sentimentos e sentidos que consegui tocar com este blog, que passou de terapia ou coisa parecida, a um imenso prazer, um lugar onde eu exponho minhas vivências e passagens, meus desejos e anseios, minhas tentativas, minhas derrotas e vitórias.
Felizmente, consigo me ver em cada palavra sussurrada ou vociferada nestes versos de métrica torta e ímpar que pessoas maravilhosas passaram a gostar e mostrar interesse. Queria mesmo ser tudo aquilo que alguns consideram e, quem sabe, talvez até seja, mas é melhor que eu não saiba, para continuar querendo melhorar sempre.
Não estou me despedindo, ou dando um tempo do blog. Estou apenas marcando uma data que é especial para mim também. Neste 11 de novembro de 2005 comemoro um ano de história, e como em poucas em minha vida, construí algo totalmente meu, prazeroso e independente.
Fica uma lição neste tempo e algumas considerações que julgo valiosas. Saibamos querer, pois quando decidimos que atitude tomar, resta ao mundo à opção de nos contrariar e não de ofertar um caminho. Tentemos sempre, sabendo que a tentativa é a única coisa perfeita do mundo; foi feita para se buscar um movimento e basta-se nesta vontade. A tentativa não influi na qualidade do resultado, apenas faz com que o resultado aconteça, ou não, como esperado. Sejamos inteligentes, para que além de estarmos alegres, permaneçamos felizes. Estar alegre é efêmero demais para a felicidade que uma vida consome. Sintamos dor o quanto for possível, mas apenas para ficarmos cada vez mais fortes, pois no mundo há injustiça e ingratidão demais para que contribuamos com nossa mesquinhez e egoísmo.
E, por fim, amemos sempre. Como eu costumo dizer: o ser humano precisa de amor! Amem de graça. Sejamos ultra sinceros. Entreguemos a vida por momentos de amor sem ter que morrer por causa disso. Choremos e liquefaçamos em corpo e alma, em desejo e lágrimas, mas que tenhamos saudade e lembranças para que suspiremos vida a fora. A todos que fazem parte da minha vida, que me lêem e que vivem comigo, um beijo e um abraço verdadeiro, grato e completamente feliz.
Para você Criatura, tudo aquilo que quiser de mim. Amo você!
Precisava de uma saída para eu mesmo. Um caminho pelo qual eu trilhasse sozinho, sentindo minha dor sem ter que compartilha-la com mais ninguém. Mais ninguém que não merecesse ou fizesse parte daquilo que eu estava passando no momento.
Procurei um meio de expurgar sentimentos que atormentaram minha cabeça de forma muito construtiva. Doeu muito passar por tudo que eu não queria. Ver o amor de a minha vida entregar-se à formalidade da falta de saída, da ausência de coragem, da despresença de ousadia. Respeitei, cada um tem seu limite, este definidor de coisas impossíveis.
Descobri que eu era menos forte, menos direto: desmotivado. Encontrei milhões de significados novos para palavras e sentimentos que pareciam esgotados ou exaustivamente batidos e monótonos pela experiência alheia e até própria. Mergulhei num universo inédito de nomes carregados de novos significados, de significantes embrenhados em vida e cores jamais sonhadas.
Briguei comigo mesmo infinitas ocasiões e ainda o faço, pois que a dúvida é mãe da inteligência e ficar parado sem sequer pensar no próximo movimento é dar aos demônios a paz que não se tem. Encorajei a mim mesmo, toda vez que supunha estar na pior das situações e lembrava que toda vez que eu cogitava não suportar, eu já havia pensado isto antes e havia superado aquele obstáculo.
Aprendi da forma boa, que despenhadeiros, abismos e montanhas são feitas para serem escaladas, transpostas e vencidas. Desafios são coisas a serem superadas e lembradas com alegria, por mostrarem que as cicatrizes são marcas reais daquilo que se opôs a nossa vontade.
Tenho momentos felizes e faço questão de expô-los. Tenho lembranças boas e ineditismos maravilhosos. Fiz amizades sólidas e saudosas como só este meio sabe fazer. Aprendi que aprender é importante, mas que ensinar é uma arte fina e sutil, que demanda tempo, coragem e treino. Ficou claro que tentar é o verbo mais poderoso do mundo desde que atrelado, apaixonado e carnalmente ligado ao verbo querer.
Lancei-me esporros homéricos e xinguei todos os palavrões que queria e podia para agredir minha teimosia nos momentos de inércia total. Sacudi-me muitas vezes com umas porradas na cara, mas nunca quis meu próprio mal. Veio à tona uma grande faceta do ser humano: amamos sentir dor e pena de nós mesmos. Um vício que pode se tornar letal quando dominamos o prazer que o mínimo de felicidade pode trazer quando nos metemos em buracos muito fundos e de paredes lisas. Daqueles que são quase inescaláveis.
Criei muitas palavras novas. Neologismei muitas vezes, como agora, brincando com o substantivo e fazendo dele um verbo que não existia. É esta capacidade de construir coisas e sentimentos e sentidos que consegui tocar com este blog, que passou de terapia ou coisa parecida, a um imenso prazer, um lugar onde eu exponho minhas vivências e passagens, meus desejos e anseios, minhas tentativas, minhas derrotas e vitórias.
Felizmente, consigo me ver em cada palavra sussurrada ou vociferada nestes versos de métrica torta e ímpar que pessoas maravilhosas passaram a gostar e mostrar interesse. Queria mesmo ser tudo aquilo que alguns consideram e, quem sabe, talvez até seja, mas é melhor que eu não saiba, para continuar querendo melhorar sempre.
Não estou me despedindo, ou dando um tempo do blog. Estou apenas marcando uma data que é especial para mim também. Neste 11 de novembro de 2005 comemoro um ano de história, e como em poucas em minha vida, construí algo totalmente meu, prazeroso e independente.
Fica uma lição neste tempo e algumas considerações que julgo valiosas. Saibamos querer, pois quando decidimos que atitude tomar, resta ao mundo à opção de nos contrariar e não de ofertar um caminho. Tentemos sempre, sabendo que a tentativa é a única coisa perfeita do mundo; foi feita para se buscar um movimento e basta-se nesta vontade. A tentativa não influi na qualidade do resultado, apenas faz com que o resultado aconteça, ou não, como esperado. Sejamos inteligentes, para que além de estarmos alegres, permaneçamos felizes. Estar alegre é efêmero demais para a felicidade que uma vida consome. Sintamos dor o quanto for possível, mas apenas para ficarmos cada vez mais fortes, pois no mundo há injustiça e ingratidão demais para que contribuamos com nossa mesquinhez e egoísmo.
E, por fim, amemos sempre. Como eu costumo dizer: o ser humano precisa de amor! Amem de graça. Sejamos ultra sinceros. Entreguemos a vida por momentos de amor sem ter que morrer por causa disso. Choremos e liquefaçamos em corpo e alma, em desejo e lágrimas, mas que tenhamos saudade e lembranças para que suspiremos vida a fora. A todos que fazem parte da minha vida, que me lêem e que vivem comigo, um beijo e um abraço verdadeiro, grato e completamente feliz.
Para você Criatura, tudo aquilo que quiser de mim. Amo você!
28.10.05
Inevitável
Tomara que seja mesmo
Um dom desses que se cultiva
Apenas por se estar vivo
Simplesmente por ser comum
Nada mais que habitualidade
Dizer que não se percebe seria falso
Sei que as palavras têm certa importância
Um quê de extravagância
E em momentos como o deste exato
Doses cavalares de ignorância
Motivos para uma explosão existem
Seria aproximar do ridículo
Usar comum justificativa
Prefiro o difícil exercício
De entender a posição alheia
Paciência é relacionada à ignorância
Quanto menos sei das razões alheias
Mais paciente permaneço
Quando consigo mostrar que entendo os motivos
Já não devo segurar
Bondade não significa submissão
É ser justo com erros próprios
Ser receptivo aos acertos dos outros
Manter-se inteligente para perceber sutilezas
Estar pronto para ser grosso
Quando pisarem no seu calo doído
Olhando na sua cara torcida
Com o hálito do propósito impregnando
Não tenha dúvidas
Parta para dentro
O abuso descarado e iminente
É convite ao revide
Trinque seus dentes com bastante raiva
Segure no pescoço do oponente
Parta-lhe a cara
Seja visceralmente incontrolável
Lute por seu território
Derrube aquele corpo inútil
Pise naquela garganta escrota
Exemplifique aquela velha e boa lei
Estes dois corpos não ocuparão o mesmo espaço
Nunca,
Jamais,
Nem fodendo
Pois não há amor
O ser humano precisa de amor
Ondas devastadoras de calor
Regado a bastante desejo
Vontade de consumir aos beijos
Destrua, então, este ser repugnante
Que teima em encher o saco
Falso, asqueroso, nojento e descartável
Ignóbil, tosco, podre, maldito
Infeliz, desgraçado, babaca
O verdadeiro merda
Quero que você vá
Para a puta que o pariu
Vai chamar sua mãe, aquela vaca
De amigão
Amigão é o caralho
Vem com esta voz mansa
Este jeito mole, falso
Ridículo e intragável feito um verme
Personificação do vazio mal intencionado
Um porra nenhuma ambulante
Com a nuvem carregada sobre a cabeça
Cheia de pensamentos e vontades tortas
Dispara sorrisos entre dentes amarelados
E olhares cinzentos, pesados, malvados
Louco por uma vaga na minha alegria
Que possa ser ocupada por sua dureza
Transmutada em sua aspereza rude
Na rouquidão desta garganta que pigarreia
Feliz ao perceber tristeza em outros corpos
Sinto pena de você, infeliz
Pois aquilo que é estado passageiro para mim
É condição inconteste para os da sua laia
Enquanto sou feliz por não estar triste
Ficas triste por estar feliz
Sorva a lama de sua construção desprezível
Seja o porco mor deste chiqueiro nauseabundo
Só não venha com seus braços e abraços
Pois sua sujeira é dos poucos entes que me desfaço
Mantenho meu interior limpo
Por mais que minhas vestes lhe digam quase nada
Dói notar
Que ao perceber-se em meu brilho simples
Sua alma rugosa chora invejosa
Deus perdoe você, amém!
Um dom desses que se cultiva
Apenas por se estar vivo
Simplesmente por ser comum
Nada mais que habitualidade
Dizer que não se percebe seria falso
Sei que as palavras têm certa importância
Um quê de extravagância
E em momentos como o deste exato
Doses cavalares de ignorância
Motivos para uma explosão existem
Seria aproximar do ridículo
Usar comum justificativa
Prefiro o difícil exercício
De entender a posição alheia
Paciência é relacionada à ignorância
Quanto menos sei das razões alheias
Mais paciente permaneço
Quando consigo mostrar que entendo os motivos
Já não devo segurar
Bondade não significa submissão
É ser justo com erros próprios
Ser receptivo aos acertos dos outros
Manter-se inteligente para perceber sutilezas
Estar pronto para ser grosso
Quando pisarem no seu calo doído
Olhando na sua cara torcida
Com o hálito do propósito impregnando
Não tenha dúvidas
Parta para dentro
O abuso descarado e iminente
É convite ao revide
Trinque seus dentes com bastante raiva
Segure no pescoço do oponente
Parta-lhe a cara
Seja visceralmente incontrolável
Lute por seu território
Derrube aquele corpo inútil
Pise naquela garganta escrota
Exemplifique aquela velha e boa lei
Estes dois corpos não ocuparão o mesmo espaço
Nunca,
Jamais,
Nem fodendo
Pois não há amor
O ser humano precisa de amor
Ondas devastadoras de calor
Regado a bastante desejo
Vontade de consumir aos beijos
Destrua, então, este ser repugnante
Que teima em encher o saco
Falso, asqueroso, nojento e descartável
Ignóbil, tosco, podre, maldito
Infeliz, desgraçado, babaca
O verdadeiro merda
Quero que você vá
Para a puta que o pariu
Vai chamar sua mãe, aquela vaca
De amigão
Amigão é o caralho
Vem com esta voz mansa
Este jeito mole, falso
Ridículo e intragável feito um verme
Personificação do vazio mal intencionado
Um porra nenhuma ambulante
Com a nuvem carregada sobre a cabeça
Cheia de pensamentos e vontades tortas
Dispara sorrisos entre dentes amarelados
E olhares cinzentos, pesados, malvados
Louco por uma vaga na minha alegria
Que possa ser ocupada por sua dureza
Transmutada em sua aspereza rude
Na rouquidão desta garganta que pigarreia
Feliz ao perceber tristeza em outros corpos
Sinto pena de você, infeliz
Pois aquilo que é estado passageiro para mim
É condição inconteste para os da sua laia
Enquanto sou feliz por não estar triste
Ficas triste por estar feliz
Sorva a lama de sua construção desprezível
Seja o porco mor deste chiqueiro nauseabundo
Só não venha com seus braços e abraços
Pois sua sujeira é dos poucos entes que me desfaço
Mantenho meu interior limpo
Por mais que minhas vestes lhe digam quase nada
Dói notar
Que ao perceber-se em meu brilho simples
Sua alma rugosa chora invejosa
Deus perdoe você, amém!
13.10.05
Inflexivo
Sangra desgraçado
Arranca a face deste sorriso
Leva embora a verdade desta doce mentira
Naufraga nestes céus turbulentos
Inventa o caminho que lhe sobrevirá
Costura a pele com pontos grandiosos
Doloridos como a crença na vitória
Que esgota suas forças
Rebrotando vontades sequer tidas
Encare o inimaginável
Esmurre toda dúvida
Espere o vento que lhe fará combustão
Alimente este fogo com seu suspirar
Entregue aos profanos deuses sua carne pura
Morra outra vez
É o que faz a cada dia pois
Reinventar-se, renascer-se, retirar-se
De um mundo que não lhe regozija
Alijando-te da naturalidade do processo
Os pilares já não te sustentam
Houve alegria de certo
Mas ela finou-se, findou, cresceu
Transmutou-se e quase ninguém entendeu
Mostrou-se tão nova e simples que se perdeu
Pergunte ao si, se este é o eu
Resposta banal para um movimento crucificante
Que machuca, tortura, agonia; muda
Isto incomoda, irrita, destoa
Porém, de inevitável forma vem
Domando o ímpeto e criando realidades
Já não se lhe pertence mais
Decaiu seu próprio direito de ter-se
Perambula a esmo, esquálido, invalido: enfermo
Procurando um nada absurdo que inexiste
Pare de entregar sua vida
Admita que o você seja o eu
Esqueça o traste que um dia foi
Aceite o açoite deste que também morrerá
Foi exatamente pra isso que veio
Desapegue-se desta mania infame de encerrar-se imutável
És completamente transitório
Instável, inconstante; itinerante
Versátil, versado, versante
Indiscutivelmente mutante
Permita-se de derradeira vez
Note que sua história lhe pertence
Que sua vontade tem aliados
Inteligência e saúde proporcionam
A mudança que necessita existir
Acorde para o objetivo
Esqueça o medo, a dor, a crença
A força, o devaneio
O cansaço e a doença
Seja carrasco, sentenciado e sentença
Sem conseguir ser egoísta
Dome este bicho louco que ricocheteia em ti
Deixe-o explodir ao menos uma vez
Sinta a força que ferve em seu interior
Expila suas sementes ao sabor das tormentas
Veja-se nas ondas que arrebentam num lindo espetáculo
Forte, poderoso, barulhento e proposital
Insista em manter-se vivo afinal
Deseje, queira, ame
Aprenda que conseguir e vencer
São verbos de sua primeira pessoa
Continue aspirando aqueles inconhecidos horizontes
Ultrapasse os pontos antes inalcançáveis
Quando achar-se pensando que já é o suficiente
Lembre que isto já havia sido cogitado
Ensurdeça o mundo com seu silencio
Encha sua vida de brilho
Misture ao suar a lágrima da conquista
Argua-se se tem tudo que quer
Responda sempre que não
Pare de querer parar
Movimente-se,
Canse, descanse, dance
Ao som da sua própria música
Ritmada pelos solavancos de seu corpo
Pulsando desesperadamente
Jamais sossegue
Mesmo completamente estático
Dedique-se a criar o perfeito hábito
De criar vontades
Para mudar sua intima história
Que apesar de exclusivamente sua
Arrebanha personagens através do tempo
Sinta o prazer de ser o navegador destes mapas
Responsabilize-se pelo destino destes
Que confiam plenamente em ti
Dê-lhes carinho e os escute
Espalhe afeto e fale a todos
Seja sincero e escolha os mais necessitados
Seja amor e abrace o mundo
Seja você, mar que me inundo
Arranca a face deste sorriso
Leva embora a verdade desta doce mentira
Naufraga nestes céus turbulentos
Inventa o caminho que lhe sobrevirá
Costura a pele com pontos grandiosos
Doloridos como a crença na vitória
Que esgota suas forças
Rebrotando vontades sequer tidas
Encare o inimaginável
Esmurre toda dúvida
Espere o vento que lhe fará combustão
Alimente este fogo com seu suspirar
Entregue aos profanos deuses sua carne pura
Morra outra vez
É o que faz a cada dia pois
Reinventar-se, renascer-se, retirar-se
De um mundo que não lhe regozija
Alijando-te da naturalidade do processo
Os pilares já não te sustentam
Houve alegria de certo
Mas ela finou-se, findou, cresceu
Transmutou-se e quase ninguém entendeu
Mostrou-se tão nova e simples que se perdeu
Pergunte ao si, se este é o eu
Resposta banal para um movimento crucificante
Que machuca, tortura, agonia; muda
Isto incomoda, irrita, destoa
Porém, de inevitável forma vem
Domando o ímpeto e criando realidades
Já não se lhe pertence mais
Decaiu seu próprio direito de ter-se
Perambula a esmo, esquálido, invalido: enfermo
Procurando um nada absurdo que inexiste
Pare de entregar sua vida
Admita que o você seja o eu
Esqueça o traste que um dia foi
Aceite o açoite deste que também morrerá
Foi exatamente pra isso que veio
Desapegue-se desta mania infame de encerrar-se imutável
És completamente transitório
Instável, inconstante; itinerante
Versátil, versado, versante
Indiscutivelmente mutante
Permita-se de derradeira vez
Note que sua história lhe pertence
Que sua vontade tem aliados
Inteligência e saúde proporcionam
A mudança que necessita existir
Acorde para o objetivo
Esqueça o medo, a dor, a crença
A força, o devaneio
O cansaço e a doença
Seja carrasco, sentenciado e sentença
Sem conseguir ser egoísta
Dome este bicho louco que ricocheteia em ti
Deixe-o explodir ao menos uma vez
Sinta a força que ferve em seu interior
Expila suas sementes ao sabor das tormentas
Veja-se nas ondas que arrebentam num lindo espetáculo
Forte, poderoso, barulhento e proposital
Insista em manter-se vivo afinal
Deseje, queira, ame
Aprenda que conseguir e vencer
São verbos de sua primeira pessoa
Continue aspirando aqueles inconhecidos horizontes
Ultrapasse os pontos antes inalcançáveis
Quando achar-se pensando que já é o suficiente
Lembre que isto já havia sido cogitado
Ensurdeça o mundo com seu silencio
Encha sua vida de brilho
Misture ao suar a lágrima da conquista
Argua-se se tem tudo que quer
Responda sempre que não
Pare de querer parar
Movimente-se,
Canse, descanse, dance
Ao som da sua própria música
Ritmada pelos solavancos de seu corpo
Pulsando desesperadamente
Jamais sossegue
Mesmo completamente estático
Dedique-se a criar o perfeito hábito
De criar vontades
Para mudar sua intima história
Que apesar de exclusivamente sua
Arrebanha personagens através do tempo
Sinta o prazer de ser o navegador destes mapas
Responsabilize-se pelo destino destes
Que confiam plenamente em ti
Dê-lhes carinho e os escute
Espalhe afeto e fale a todos
Seja sincero e escolha os mais necessitados
Seja amor e abrace o mundo
Seja você, mar que me inundo
4.10.05
Sons
Não dificulte
Pare de errar propositalmente
Deixamos de ser felizes
Por pura teimosia
Escute uma música boa
Viaje
Pense em lugares maravilhosos
Visite cada boa lembrança
Recorde como você foi capaz
E exercite apenas
Lute, ame, grite
Vá em frente
Fé em si deposite
Traga deus para o seu devido lugar
Mantenha-o dentro
Alimente-o
Trate-o com eterno carinho
Cuide-se
Ame-se
Seja verbo das suas ações
Cultive as boas
Semeie o vento
Para que as brisas levem
Sua bondade pelos arredores
Perfume o céu com sua cor
Ensine o que é ser bom
Chore ao contar a história
Emocione-se
Deixe vazar tudo que lhe transborda
Jamais se segure
Abunde
Exacerbe
Extrapole
Exorbite
Transcenda
Perpasse todo o caminho
Todos eles
Seja um deles
Profundamente clame
Por mais uns dias para viver
Que sua passagem, mesmo breve
Dure eternamente
Consiga ser único
Importe-se apenas em ser
Desimporta lembrar dos feitos; imperioso lembrar do autor
Continue simples
Cada vez mais puro
Limpo, verdadeiro; seguro
Absorva a responsabilidade
De conseguir fazer alguém feliz
Chore novamente
Se entregue
E quando lhe perguntarem
O motivo das lágrimas
Responda serem de alegria, fruto de amor
Pare de errar propositalmente
Deixamos de ser felizes
Por pura teimosia
Escute uma música boa
Viaje
Pense em lugares maravilhosos
Visite cada boa lembrança
Recorde como você foi capaz
E exercite apenas
Lute, ame, grite
Vá em frente
Fé em si deposite
Traga deus para o seu devido lugar
Mantenha-o dentro
Alimente-o
Trate-o com eterno carinho
Cuide-se
Ame-se
Seja verbo das suas ações
Cultive as boas
Semeie o vento
Para que as brisas levem
Sua bondade pelos arredores
Perfume o céu com sua cor
Ensine o que é ser bom
Chore ao contar a história
Emocione-se
Deixe vazar tudo que lhe transborda
Jamais se segure
Abunde
Exacerbe
Extrapole
Exorbite
Transcenda
Perpasse todo o caminho
Todos eles
Seja um deles
Profundamente clame
Por mais uns dias para viver
Que sua passagem, mesmo breve
Dure eternamente
Consiga ser único
Importe-se apenas em ser
Desimporta lembrar dos feitos; imperioso lembrar do autor
Continue simples
Cada vez mais puro
Limpo, verdadeiro; seguro
Absorva a responsabilidade
De conseguir fazer alguém feliz
Chore novamente
Se entregue
E quando lhe perguntarem
O motivo das lágrimas
Responda serem de alegria, fruto de amor
26.9.05
Pequena Verdade
Nunca é cedo o bastante
Quando é tarde demais
Por mais pueril que seja a madrugada
É noite eterna quando já se foi
E a volta nunca volta
Há tempo para se fazer outra vez
Possível repetir mesmos erros
Tentar de diversificada forma
Mas acertar é sempre inédito
A eficácia elimina a mesmice
Desrotinifica atitudes simples
Torna cada gesto único
Potencializa qualquer atitude
Requerendo atenção imensa
Desastres nascem instantaneamente
Aquela palavra ríspida
O gesto não meditado
A falta de tato
O excesso de sensibilidade
Atrocidades são sempre banais aos que praticam
Reverter certos atos é impossível
Conseguimos apenas reduzir o impacto
A bofetada já foi dada, porém
Não será esquecida
Retirar a culpa não elimina o verbo
Engraçado pensar assim
Mas só sabemos o doer
No exato momento em que o sentimos
Não dói no físico quando recordamos
Lembrar sim, traz sentimentos
Transporta-nos a um estado vivido
Remonta certa particularização de nosso real
Emergindo angústias
Nó no peito que quem lembra sabe:
Dói só de lembrar
Quando for errar
Seja completamente ignorante
Faça-o por puro desconhecimento
Tenha o que aprender com sua atitude
Não espezinhe quem você gosta
Agir por pura picardia é idiotice
Não existe vitória
Na derrota daquele
Que devia ser resguardado
Da nossa cruel capacidade de fazer sofrer
Atinja com sua ira
Apenas seus reais inimigos
Que felizmente existem
Sinceros como nuvens carregadas
Que por vezes relampejam e trovejam
Exclua seu amor de sua mira
Afine sua pontaria
Preserve a incolumidade e a paz
De quem optou por estar ao seu lado
Sujeito às suas intempéries
Saber da disposição alheia
Não é sinônimo de usurpação
Acreditar que pode acontecer
Não é convite ao merecimento
Antes de urrar silencie
Olhe a sua volta
Perceba se os que te circundam entenderão
Meça se valerá a pena discursar aos surdos
Ao perceber que estão vocês sozinhos
Abrace-a, para não ferir-lhe os ouvidos
Conduza seu calor no prazer do aconchego
Respire quente no interior do corpo dela
Acaricie aquele rosto magnífico
E após respirar levemente
Agradeça sem ter um aparente por que
Lembre-se que é bom fazer bem
Que na vida escolhemos alguém
Por quem vale a pena receber e dar
Uma vida que nos ensina constante
Não ser preciso sofrer para amar
Quando é tarde demais
Por mais pueril que seja a madrugada
É noite eterna quando já se foi
E a volta nunca volta
Há tempo para se fazer outra vez
Possível repetir mesmos erros
Tentar de diversificada forma
Mas acertar é sempre inédito
A eficácia elimina a mesmice
Desrotinifica atitudes simples
Torna cada gesto único
Potencializa qualquer atitude
Requerendo atenção imensa
Desastres nascem instantaneamente
Aquela palavra ríspida
O gesto não meditado
A falta de tato
O excesso de sensibilidade
Atrocidades são sempre banais aos que praticam
Reverter certos atos é impossível
Conseguimos apenas reduzir o impacto
A bofetada já foi dada, porém
Não será esquecida
Retirar a culpa não elimina o verbo
Engraçado pensar assim
Mas só sabemos o doer
No exato momento em que o sentimos
Não dói no físico quando recordamos
Lembrar sim, traz sentimentos
Transporta-nos a um estado vivido
Remonta certa particularização de nosso real
Emergindo angústias
Nó no peito que quem lembra sabe:
Dói só de lembrar
Quando for errar
Seja completamente ignorante
Faça-o por puro desconhecimento
Tenha o que aprender com sua atitude
Não espezinhe quem você gosta
Agir por pura picardia é idiotice
Não existe vitória
Na derrota daquele
Que devia ser resguardado
Da nossa cruel capacidade de fazer sofrer
Atinja com sua ira
Apenas seus reais inimigos
Que felizmente existem
Sinceros como nuvens carregadas
Que por vezes relampejam e trovejam
Exclua seu amor de sua mira
Afine sua pontaria
Preserve a incolumidade e a paz
De quem optou por estar ao seu lado
Sujeito às suas intempéries
Saber da disposição alheia
Não é sinônimo de usurpação
Acreditar que pode acontecer
Não é convite ao merecimento
Antes de urrar silencie
Olhe a sua volta
Perceba se os que te circundam entenderão
Meça se valerá a pena discursar aos surdos
Ao perceber que estão vocês sozinhos
Abrace-a, para não ferir-lhe os ouvidos
Conduza seu calor no prazer do aconchego
Respire quente no interior do corpo dela
Acaricie aquele rosto magnífico
E após respirar levemente
Agradeça sem ter um aparente por que
Lembre-se que é bom fazer bem
Que na vida escolhemos alguém
Por quem vale a pena receber e dar
Uma vida que nos ensina constante
Não ser preciso sofrer para amar
19.9.05
Tecnologia
Hoje não caibo em mim
A saudade é maior que meus limites
Reside em cada canto do meu ser
Que é nada frente sua ausência
Suspiro insistentemente
Como se adiantar fosse
Como se o ar que ponho para fora
Abrisse espaço para você entrar
Mas você não vem
Aonde está você, assim tão transitória?
Por que não pára em um lugar conhecido
Por que não se mostra de um modo batido
Por que não me gritas sussurrando aos ouvidos
Por que esta falta neste eterno domingo
?
Sei todas as respostas
Perguntas que não são minhas
Vontades que são só nossas
Teimosas em não se acharem
Acho tudo e não me certifico de nada
O que quer que eu faça é sempre sem graça
Falta você, seu cheiro, seu jeito
Minha alegria que enternece
Sua vida que me aquece
Faltam verbos na primeira pessoa do nosso plural
Chuva fina a piorar tudo
Faz as pessoas se esconderem
Desfazendo minhas diminutas chances
De encontra-te por uma rua qualquer
Ninguém passeia nestes dias molhados
Exceto eu
Que choro por dentro diariamente
Encharcado de amor por todo instante
Vejo-me multiplicado quando, torrencialmente chove
Estado da natureza cuja beleza comove
Escuto nossas músicas e choro
Pois não tenho vergonha de amar
Tampouco pena de sofrer
Sinto cada instante, intenso, constante; amante
Quero ser mais que aquilo que presumo poder ser
Se perguntam o motivo de minha estranheza
É por que não me conhecem
Se percebem que não sorrio
É por que levei minha alegria pra junto de ti
Estou aqui o contrário do que sou em você
Sei da impossibilidade de estarmos juntos agora
Por isso troco a ansiedade da espera
Pela paciência da esperança
Suspiro outra vez
Para que eu me torne mais fácil de carregar
Nada me tira a vontade enfim
Necessito inspirar seu expirar
Aquecer no vapor de seu suor
Estar perto a ponto de mesclar
Dentro de ti é onde adoro permanecer
Me acolhe com calor
Incendeia com amor
Olha com fervor
Me inunda por favor!
Deixe-me ser o seu furor
Ainda é hoje, entretanto
Seu sentimento, expresso em linhas, é que me anima
Espero angustiado ele sinalizar
Esquisito e insano este inusitado ato
De ser mensagem em celular
A saudade é maior que meus limites
Reside em cada canto do meu ser
Que é nada frente sua ausência
Suspiro insistentemente
Como se adiantar fosse
Como se o ar que ponho para fora
Abrisse espaço para você entrar
Mas você não vem
Aonde está você, assim tão transitória?
Por que não pára em um lugar conhecido
Por que não se mostra de um modo batido
Por que não me gritas sussurrando aos ouvidos
Por que esta falta neste eterno domingo
?
Sei todas as respostas
Perguntas que não são minhas
Vontades que são só nossas
Teimosas em não se acharem
Acho tudo e não me certifico de nada
O que quer que eu faça é sempre sem graça
Falta você, seu cheiro, seu jeito
Minha alegria que enternece
Sua vida que me aquece
Faltam verbos na primeira pessoa do nosso plural
Chuva fina a piorar tudo
Faz as pessoas se esconderem
Desfazendo minhas diminutas chances
De encontra-te por uma rua qualquer
Ninguém passeia nestes dias molhados
Exceto eu
Que choro por dentro diariamente
Encharcado de amor por todo instante
Vejo-me multiplicado quando, torrencialmente chove
Estado da natureza cuja beleza comove
Escuto nossas músicas e choro
Pois não tenho vergonha de amar
Tampouco pena de sofrer
Sinto cada instante, intenso, constante; amante
Quero ser mais que aquilo que presumo poder ser
Se perguntam o motivo de minha estranheza
É por que não me conhecem
Se percebem que não sorrio
É por que levei minha alegria pra junto de ti
Estou aqui o contrário do que sou em você
Sei da impossibilidade de estarmos juntos agora
Por isso troco a ansiedade da espera
Pela paciência da esperança
Suspiro outra vez
Para que eu me torne mais fácil de carregar
Nada me tira a vontade enfim
Necessito inspirar seu expirar
Aquecer no vapor de seu suor
Estar perto a ponto de mesclar
Dentro de ti é onde adoro permanecer
Me acolhe com calor
Incendeia com amor
Olha com fervor
Me inunda por favor!
Deixe-me ser o seu furor
Ainda é hoje, entretanto
Seu sentimento, expresso em linhas, é que me anima
Espero angustiado ele sinalizar
Esquisito e insano este inusitado ato
De ser mensagem em celular
14.9.05
Carta
Queria poder te mandar esta carta. Mas não sei seu endereço. Seria impossível que ela chegasse, enfim. Não será por isso que não irei fazê-la. Pelo contrário. Irei até o final. Para que eu possa reler finitas vezes, pois sei que volta. Recitá-la-ei, portanto, de tanto que lhe sei, quando retornares.
Tolice minha ater-me diante da falta de sua localização. Estás tão perto que sequer preciso escrever. Basta que eu pense, mudo e estático, para que te alcance. Não necessito mover um músculo para sentir-te por completo. Deixarei que minha saudade envolva você. Na eternidade de meus momentos, estarei tão perto que será difícil separarmo-nos.
Condição que já ocorre. Mesmo desunidos pela lacuna física que nos distancia, o sentimento que nos permeia, preenche qualquer distância. E te sinto em cada passo, em cada ato que pratico, em cada medo que desfaço, em cada lembrança que relança a esperança de ver seu rosto de criança na próxima esquina. A pureza de seu semblante simples que carrega meu juízo para além destas ruas. Deixando minhas vontades todas nuas, minhas verdades todas cruas e os dias com sóis e luas de tão completa a minha felicidade ao percebê-la.
Queria que se apagassem as estrelas nesta hora. Para que os incautos percebessem que elas apenas refletem o rutilo que vem de sua direção. Apropriando-se da propriedade intrínseca da sua personalidade brilhante e reluzente. Que você nem sente, quase que dormente. Os astros noturnos então te seguem e perseguem sua posição. Querem ser expectadores de sua linda passagem. Tentando aprender aquilo que não se ensina por não haver meio. O que não se da por não se possuir. Este seu jeito, seu acerto, seu defeito, sou eu quem nota. Talvez, quem sabe uma vez, ou outra, seja possível a ti, sentir o quanto te percebo; o como te concebo.
Por mais que pareça exagerado, desmedido e sem propósito é normal, sincero e real. Duvido que aquele verbo agregue todo o valor que lhe meço. Que caiba em quatro letras a imensidão de sentires que afloram ao som de seu corpo intenso. Desconheço a palavra, ou conjunto delas, que revele a descrição de sua nudez desfeita pelo meu toque, na mais completa escuridão, ausentes de visão. Quando seu contorno vem à mente pelos caminhos trilhados por meus dedos que te enxergam mudos, sem dizer sequer uma sílaba.
É para estas horas de estar sozinho que me preparo quando fico a te admirar. Por saber que estes momentos ainda são necessários é que lhe interiorizo. Percebo cada gesto. Sua voz, seu andar, seu perfume. Teu gosto fresco que me inunda o paladar e sempre desconcerta minha noção de certeza. Sua imparidade de beleza, sutil, ardil, febril, desarma qualquer defesa que eu nunca tive. Se te abrigo no meu abraço é por que preciso sabê-la por inteiro nestas temporadas de singular morada. Vives em minha existência e serei seu pelo tempo que a vida permitir.
Volte logo, amor da minha vida. Pense em mim, para que minha nuca esquente. Para que eu tenha as orelhas vermelhas de tanto você lembrar. E que não demore para que eu sinta seu cheiro pela escada. Para que eu me veja nos teus olhos marcados, esverdeados. Que eu possa em breve estar, mais uma vez, fluindo amor em sua boca.
Como já disse antes, ao seu lado não é lugar; é o único momento, em que existo feliz. Amo você, criatura!
Tolice minha ater-me diante da falta de sua localização. Estás tão perto que sequer preciso escrever. Basta que eu pense, mudo e estático, para que te alcance. Não necessito mover um músculo para sentir-te por completo. Deixarei que minha saudade envolva você. Na eternidade de meus momentos, estarei tão perto que será difícil separarmo-nos.
Condição que já ocorre. Mesmo desunidos pela lacuna física que nos distancia, o sentimento que nos permeia, preenche qualquer distância. E te sinto em cada passo, em cada ato que pratico, em cada medo que desfaço, em cada lembrança que relança a esperança de ver seu rosto de criança na próxima esquina. A pureza de seu semblante simples que carrega meu juízo para além destas ruas. Deixando minhas vontades todas nuas, minhas verdades todas cruas e os dias com sóis e luas de tão completa a minha felicidade ao percebê-la.
Queria que se apagassem as estrelas nesta hora. Para que os incautos percebessem que elas apenas refletem o rutilo que vem de sua direção. Apropriando-se da propriedade intrínseca da sua personalidade brilhante e reluzente. Que você nem sente, quase que dormente. Os astros noturnos então te seguem e perseguem sua posição. Querem ser expectadores de sua linda passagem. Tentando aprender aquilo que não se ensina por não haver meio. O que não se da por não se possuir. Este seu jeito, seu acerto, seu defeito, sou eu quem nota. Talvez, quem sabe uma vez, ou outra, seja possível a ti, sentir o quanto te percebo; o como te concebo.
Por mais que pareça exagerado, desmedido e sem propósito é normal, sincero e real. Duvido que aquele verbo agregue todo o valor que lhe meço. Que caiba em quatro letras a imensidão de sentires que afloram ao som de seu corpo intenso. Desconheço a palavra, ou conjunto delas, que revele a descrição de sua nudez desfeita pelo meu toque, na mais completa escuridão, ausentes de visão. Quando seu contorno vem à mente pelos caminhos trilhados por meus dedos que te enxergam mudos, sem dizer sequer uma sílaba.
É para estas horas de estar sozinho que me preparo quando fico a te admirar. Por saber que estes momentos ainda são necessários é que lhe interiorizo. Percebo cada gesto. Sua voz, seu andar, seu perfume. Teu gosto fresco que me inunda o paladar e sempre desconcerta minha noção de certeza. Sua imparidade de beleza, sutil, ardil, febril, desarma qualquer defesa que eu nunca tive. Se te abrigo no meu abraço é por que preciso sabê-la por inteiro nestas temporadas de singular morada. Vives em minha existência e serei seu pelo tempo que a vida permitir.
Volte logo, amor da minha vida. Pense em mim, para que minha nuca esquente. Para que eu tenha as orelhas vermelhas de tanto você lembrar. E que não demore para que eu sinta seu cheiro pela escada. Para que eu me veja nos teus olhos marcados, esverdeados. Que eu possa em breve estar, mais uma vez, fluindo amor em sua boca.
Como já disse antes, ao seu lado não é lugar; é o único momento, em que existo feliz. Amo você, criatura!
12.9.05
5.9.05
Desvio
Por vezes preciso de a música triste
Que revele meu estado de espírito
Que traga a tona aquela dor que faz tanta falta
Depurando a vontade que se esconde
Sob as vestes da comodidade incômoda
Que incomoda pela mesmice
Que deturpa pela babaquice
De se achar que ter pena de nós próprios
É atalho para sermos salvos de nós mesmos
Grandiosa putaria que fazemos
Prostituindo nossa imaculada felicidade
Em troca de momentos vis e toscos
Personificados em corpos sujos
Que nos invadem com aqueles toques assépticos
Prefiro mãos impregnadas de desejo, de verdade
Quero o suor do esforço
Daquele que lutou para me conquistar
Quero o cheiro de corpo cansado
O gosto do gozo alcançado
A exaustão maravilhosa dos que se apaixonam
Meretriz de alto nível a auto piedade
Chega travestida em mansidão
Cheirando a paraíso
Quente e úmida como o inferno
Assando a pele e queimando o juízo
Envolve como o exímio dançarino
Que ao levantar seu peso do solo
Carrega você para nuvens
Deixando-nos a mercê de exterior desejo
Trocando obscenamente nossa liberdade
Por vontades podres
Usa um corpo que não é dele como quer
Posicionado como dono da situação, pois
Sinalizando para um fim antecipado
Que nós mesmos procuramos
Quando desistimos de tomar a vida sob controle
Achando que o mundo seria bom e gentil
Esquecendo que ele compete conosco
Que quer se sobrepor a nossa existência
Imperioso ser forte pra caralho
Foda-se se não te acompanharam
Se a velocidade do seu cruzeiro é demais para os demais
Se o espaço que você ocupa é imensidão
Se seu jeito não é tão dócil
Se de suposições vivem os que te rodeiam
Só não pare de continuar por causa disso
Lute com toda força e inteligência
Detone cada fraco pensamento que lhe sobrevier
Aniquile qualquer pedido de piedade interior
Algoz é aquele que nos dá chance
Ficamos preguiçosos, ridículos: odiosos
Tornamo-nos lesmas que rastejam
Quando sabemos voar e caçar
Deixamos o rastro inocente das presas
Quando deveríamos terminantemente predar
Sejamos justos quando derrotados
Que choremos, que odiemos
Mas com total franqueza
Pois fraqueza é esconder-se do inevitável
Passividade é medo em forma bruta, inerte, ilesa
Lapide este sentimento esfuziante
Que prepara o corpo para a fuga
Prevendo o perigo onde não se enxerga
Pondo fim ao que nem começa
Use-se a seu favor
Encare a morte com sua sorte
Esbraveje, lute, sofra
Mire seu inimigo e corra
Diretamente de encontro a ele
Faça desta encruzilhada uma enorme trombada
Ruidosa, enorme, ruinosa
Alguém ira perder neste embate
Se for você melhor: aprenda
Se for alguém, sem dó: ensine
Nunca tome atitudes desmotivadas
Pare de desperdiçar tempo
Com coisas que você nem sabe se quer
Ele não se mede pelo que se usou
Mas justamente pelo que não mais se tem
Seu faltar é medida de seu desperdício
Seja urgente, direto e preciso
Forte, inteligente e conciso
Mire a alma das coisas
Pois ao alcançá-la
O corpo já terá sucumbido
Trace sua meta com calma
Pense em seus movimentos
Sossegado, tranqüilo
Siga sua rota firmemente
Só permita a você ser seu desvio
Que revele meu estado de espírito
Que traga a tona aquela dor que faz tanta falta
Depurando a vontade que se esconde
Sob as vestes da comodidade incômoda
Que incomoda pela mesmice
Que deturpa pela babaquice
De se achar que ter pena de nós próprios
É atalho para sermos salvos de nós mesmos
Grandiosa putaria que fazemos
Prostituindo nossa imaculada felicidade
Em troca de momentos vis e toscos
Personificados em corpos sujos
Que nos invadem com aqueles toques assépticos
Prefiro mãos impregnadas de desejo, de verdade
Quero o suor do esforço
Daquele que lutou para me conquistar
Quero o cheiro de corpo cansado
O gosto do gozo alcançado
A exaustão maravilhosa dos que se apaixonam
Meretriz de alto nível a auto piedade
Chega travestida em mansidão
Cheirando a paraíso
Quente e úmida como o inferno
Assando a pele e queimando o juízo
Envolve como o exímio dançarino
Que ao levantar seu peso do solo
Carrega você para nuvens
Deixando-nos a mercê de exterior desejo
Trocando obscenamente nossa liberdade
Por vontades podres
Usa um corpo que não é dele como quer
Posicionado como dono da situação, pois
Sinalizando para um fim antecipado
Que nós mesmos procuramos
Quando desistimos de tomar a vida sob controle
Achando que o mundo seria bom e gentil
Esquecendo que ele compete conosco
Que quer se sobrepor a nossa existência
Imperioso ser forte pra caralho
Foda-se se não te acompanharam
Se a velocidade do seu cruzeiro é demais para os demais
Se o espaço que você ocupa é imensidão
Se seu jeito não é tão dócil
Se de suposições vivem os que te rodeiam
Só não pare de continuar por causa disso
Lute com toda força e inteligência
Detone cada fraco pensamento que lhe sobrevier
Aniquile qualquer pedido de piedade interior
Algoz é aquele que nos dá chance
Ficamos preguiçosos, ridículos: odiosos
Tornamo-nos lesmas que rastejam
Quando sabemos voar e caçar
Deixamos o rastro inocente das presas
Quando deveríamos terminantemente predar
Sejamos justos quando derrotados
Que choremos, que odiemos
Mas com total franqueza
Pois fraqueza é esconder-se do inevitável
Passividade é medo em forma bruta, inerte, ilesa
Lapide este sentimento esfuziante
Que prepara o corpo para a fuga
Prevendo o perigo onde não se enxerga
Pondo fim ao que nem começa
Use-se a seu favor
Encare a morte com sua sorte
Esbraveje, lute, sofra
Mire seu inimigo e corra
Diretamente de encontro a ele
Faça desta encruzilhada uma enorme trombada
Ruidosa, enorme, ruinosa
Alguém ira perder neste embate
Se for você melhor: aprenda
Se for alguém, sem dó: ensine
Nunca tome atitudes desmotivadas
Pare de desperdiçar tempo
Com coisas que você nem sabe se quer
Ele não se mede pelo que se usou
Mas justamente pelo que não mais se tem
Seu faltar é medida de seu desperdício
Seja urgente, direto e preciso
Forte, inteligente e conciso
Mire a alma das coisas
Pois ao alcançá-la
O corpo já terá sucumbido
Trace sua meta com calma
Pense em seus movimentos
Sossegado, tranqüilo
Siga sua rota firmemente
Só permita a você ser seu desvio
24.8.05
Fundamento
Em troca do benefício alheio
Dias passam
Ficam nossas faltas
Faltam nossas coisas
Deixamos de viver pequenas eternidades
Como se adivinhassemos valer a pena
Abrir mão de tanta vida indiscriminadamente
Por indivíduos indistintos
Risco grande tomar todos como iguais
Mas é indispensável
Senão perder-se-ia muito com tarefa desimportante
É preciso separar o realmente útil
Porem sejamos metodológicos
Usemos o instinto puro e salvador
Para que nos livremos do nosso próprio mal
A teimosia de não fazer
A facilidade em dar-se
A dificuldade de tentar
O medo fóbico de conseguir
Como se ser feliz fosse um pecado, um estigma
Ironicamente somos ultra capazes
Sabemos fazer coisas inimagináveis
Sem ter que sofrer por ou com isso
Simplesmente saber merecer
Querer é dom gratuito
Amoral por não ser punível
Atípico por não reter forma
Alucinante por suas virtudes
Amável por ser aquilo que buscamos
Atômico por sua indivisibilidade
Que difere completamente de ser egoísta
Queira ser feliz e compartilhe
Alce vôos longínquos
Alcance grande numero de pessoas
Leve em suas asas bondade e paz
Rancorise o rancor que arranca tristezas
Incruste jóias de atitudes boas
Ignore a falta de brilho que faz pesar
Seja luz de sua própria penumbra
Sorria por todo seu sempre
Dias passam
Ficam nossas faltas
Faltam nossas coisas
Deixamos de viver pequenas eternidades
Como se adivinhassemos valer a pena
Abrir mão de tanta vida indiscriminadamente
Por indivíduos indistintos
Risco grande tomar todos como iguais
Mas é indispensável
Senão perder-se-ia muito com tarefa desimportante
É preciso separar o realmente útil
Porem sejamos metodológicos
Usemos o instinto puro e salvador
Para que nos livremos do nosso próprio mal
A teimosia de não fazer
A facilidade em dar-se
A dificuldade de tentar
O medo fóbico de conseguir
Como se ser feliz fosse um pecado, um estigma
Ironicamente somos ultra capazes
Sabemos fazer coisas inimagináveis
Sem ter que sofrer por ou com isso
Simplesmente saber merecer
Querer é dom gratuito
Amoral por não ser punível
Atípico por não reter forma
Alucinante por suas virtudes
Amável por ser aquilo que buscamos
Atômico por sua indivisibilidade
Que difere completamente de ser egoísta
Queira ser feliz e compartilhe
Alce vôos longínquos
Alcance grande numero de pessoas
Leve em suas asas bondade e paz
Rancorise o rancor que arranca tristezas
Incruste jóias de atitudes boas
Ignore a falta de brilho que faz pesar
Seja luz de sua própria penumbra
Sorria por todo seu sempre
22.8.05
16.8.05
Instrumental
Não consigo enxergar a dificuldade
Em se fazer desta maneira
De se entregar de forma verdadeira
Com o entusiasmo de como se fosse a primeira
Com a liberdade de uma brincadeira
Experimentar cada novo movimento
Que baila ao sabor do vento
Que se move pelo firmamento
Amanhecendo noite adentro
Olhar sorridente de contentamento
Aquele arrepiar gostoso
Brisa fina, toque saboroso
Carinho iniciado no pescoço
Descendo costa abaixo em contorno sinuoso
Sensação de prazer vultoso
Grandes são estas pequenas coisas
Escondidas em enormes detalhes
Essas fendas, estes entalhes
Ferro quente em que se malhe
Criando formas que por si valem
O esforço, o suor, o gosto
A lágrima do corpo
Todo o seu sacro exposto
Beleza infinda sem sequer um rosto
Apenas a vontade incrível de se fazer
Precisamos de calor
De contato, toque, tato: imediato
Trocar, receber, doar: compartilhar
Fazermos sós, mirando a nós
Simplesmente desesperar
No sentido de não querer troco
De não retribuição
De ser senhor de todos os atos
Ser sozinho em comunhão
Abrir a porta ao coração
Sem exibir ou emitir convites
Fazer com que passem por nós
Como se portais fossemos
Levando nossos viajantes
Ao mundo mais bonito
Desinteressa se perfeito
Melhor ou insubstituível
Necessário que estes emigrantes
Percebam sua natureza
Que se saibam portadores da riqueza
De sermos enfim eternos construtores
Fazedores de construções imensas
Tão atateis quanto densas
Não queira ser cobiçado
Almeje ser dividido
Prepare-se para o bem intraduzível
Que é ser querido, preferido
Ser mais um entre os tantos bons
Conter e ser contido
Saibamos não ser preteridos
Grite a si mesmo que precisamos de amor
Que ele se espalhe por todas as esferas
Demos carinho indiscriminadamente
Independente do bem que tenham nos feito
Pandóricos de coisas boas
Tenhamos em mente sempre que as ruins existem
Enfurnam-se em nosso ócio e persistem
Encontrando lugar em maus vícios
Na mistura de maldade e cobiça: malícia
Convivamos com ela então
Mas sejamos inteligentes
Informemo-nos sobre as atrocidades morais
O suficiente para reconhecê-las
Troquemos contato com elas o necessário para não exerce-las
Mergulhemos na lama pútrida e respiremos pureza
Acreditemos que mesmo sob escombros
Seguros como água em represa
Há força para romper barreiras
Dúvidas para se alcançar certezas
Existe amor, invasor de qualquer fortaleza
Em se fazer desta maneira
De se entregar de forma verdadeira
Com o entusiasmo de como se fosse a primeira
Com a liberdade de uma brincadeira
Experimentar cada novo movimento
Que baila ao sabor do vento
Que se move pelo firmamento
Amanhecendo noite adentro
Olhar sorridente de contentamento
Aquele arrepiar gostoso
Brisa fina, toque saboroso
Carinho iniciado no pescoço
Descendo costa abaixo em contorno sinuoso
Sensação de prazer vultoso
Grandes são estas pequenas coisas
Escondidas em enormes detalhes
Essas fendas, estes entalhes
Ferro quente em que se malhe
Criando formas que por si valem
O esforço, o suor, o gosto
A lágrima do corpo
Todo o seu sacro exposto
Beleza infinda sem sequer um rosto
Apenas a vontade incrível de se fazer
Precisamos de calor
De contato, toque, tato: imediato
Trocar, receber, doar: compartilhar
Fazermos sós, mirando a nós
Simplesmente desesperar
No sentido de não querer troco
De não retribuição
De ser senhor de todos os atos
Ser sozinho em comunhão
Abrir a porta ao coração
Sem exibir ou emitir convites
Fazer com que passem por nós
Como se portais fossemos
Levando nossos viajantes
Ao mundo mais bonito
Desinteressa se perfeito
Melhor ou insubstituível
Necessário que estes emigrantes
Percebam sua natureza
Que se saibam portadores da riqueza
De sermos enfim eternos construtores
Fazedores de construções imensas
Tão atateis quanto densas
Não queira ser cobiçado
Almeje ser dividido
Prepare-se para o bem intraduzível
Que é ser querido, preferido
Ser mais um entre os tantos bons
Conter e ser contido
Saibamos não ser preteridos
Grite a si mesmo que precisamos de amor
Que ele se espalhe por todas as esferas
Demos carinho indiscriminadamente
Independente do bem que tenham nos feito
Pandóricos de coisas boas
Tenhamos em mente sempre que as ruins existem
Enfurnam-se em nosso ócio e persistem
Encontrando lugar em maus vícios
Na mistura de maldade e cobiça: malícia
Convivamos com ela então
Mas sejamos inteligentes
Informemo-nos sobre as atrocidades morais
O suficiente para reconhecê-las
Troquemos contato com elas o necessário para não exerce-las
Mergulhemos na lama pútrida e respiremos pureza
Acreditemos que mesmo sob escombros
Seguros como água em represa
Há força para romper barreiras
Dúvidas para se alcançar certezas
Existe amor, invasor de qualquer fortaleza
10.8.05
Anseio
A vida se encarregou de fazer a arte
Escreveu tudo com tinta muito colorida
Trouxe a brisa
Levou o sossego
Ficou a saudade
Toda vez que ela bate em minha porta
Pergunto-me se devo mesmo abrir
Se preciso desta rotina tão incerta
Que é não saber o momento depois do agora
De viver por derradeiro instante
Sou feito de vida
Que reside em meu corpo útil
Um sentimento vital
Que quer você sempre e mais
Amor que me faz único, imortal
Quero mais e sempre
Alucinado, descontrolado
Suplicante de sua especificidade
Louco por sua poesia única
Cego diante de sua aparição
Ofuscando as estrelas
Neste momento, tão pequenas
Fazendo da lua enorme
Detalhe quase despercebido
Frente sua grandiosidade
Vindoura e edificante
Pilar de uma vontade que transcende
Arrimo de verdade incontestável
Impossível aquilo que nos fará parar
Continuarei indefinidamente
Mas quero todas as definições
Preciso daqueles pontos finais, afinal
Não quero ser mais reticente
Desdesejo ser o último ponto de suas reticências
Serei a interrogação mais concreta de sua vida
Para que se pergunte sempre
O que somos definitivamente
E que se responda todas as vezes
Que somos perfeitos
Feitos um para o outro
Escreveu tudo com tinta muito colorida
Trouxe a brisa
Levou o sossego
Ficou a saudade
Toda vez que ela bate em minha porta
Pergunto-me se devo mesmo abrir
Se preciso desta rotina tão incerta
Que é não saber o momento depois do agora
De viver por derradeiro instante
Sou feito de vida
Que reside em meu corpo útil
Um sentimento vital
Que quer você sempre e mais
Amor que me faz único, imortal
Quero mais e sempre
Alucinado, descontrolado
Suplicante de sua especificidade
Louco por sua poesia única
Cego diante de sua aparição
Ofuscando as estrelas
Neste momento, tão pequenas
Fazendo da lua enorme
Detalhe quase despercebido
Frente sua grandiosidade
Vindoura e edificante
Pilar de uma vontade que transcende
Arrimo de verdade incontestável
Impossível aquilo que nos fará parar
Continuarei indefinidamente
Mas quero todas as definições
Preciso daqueles pontos finais, afinal
Não quero ser mais reticente
Desdesejo ser o último ponto de suas reticências
Serei a interrogação mais concreta de sua vida
Para que se pergunte sempre
O que somos definitivamente
E que se responda todas as vezes
Que somos perfeitos
Feitos um para o outro
4.8.05
Amplidão
Concede a graça do início dos tempos
Planta em minha natureza pura sua pureza
Infinita e simples como este que respiro
Ar denso, intenso e precioso
Indispensável como minha vontade
Ser despretensioso é no mínimo hipócrita
Não há aquele que nada pretende
Pois até tentar não querer
Já é uma enorme tentativa
Negar o tudo é infame e grandioso ato
Das variáveis que se apresentam
Algumas são importantes
O caminho em si
Transmutado e revestido por coragens e medos
Deriva de quesitos ainda maiores
Mire o ímpeto e repare
Tudo que te move lhe comove
Faz seu olhar queimar
Seu corpo arde e a paralisia incomoda
Inexplicavelmente pulamos abismo acima
Deixar o corpo cair simplesmente é fácil
Qualquer um tem descontrole sobre o corpo
Basta abrir mão das dificuldades
Embrenhando-se no marasmo do destino
Sempre calado, falso: cadafalso
Onde a humanidade se esvai
Buraco iluminado, atrativo
Convite quase irrecusável
Sedução constante, beirando o paraíso
Cheiro cru e instigante dos anjos
Abra a mente para a clareza dos fatos
Quanto mais alto o despenhadeiro
Mais fundo estaremos ao chegar lá em baixo
Gradação de solidão, tristeza, frio
Quanto menor seu espaço, maior o vazio
Almeje deparar-se com infinitas montanhas
Contemple sua magnitude
Quão indevassa é aquela estrutura
Postada a sua frente, realmente imóvel
Porém, completamente transponível
Desnecessário mover um músculo
Verter uma gota sequer de suor
Mudez completa, ausência de grunhidos
Inamovibilidade delirante
Basta querer
O mundo transforma-se no tabuleiro perfeito
O mestre do jogo imbuiu-se da arte de jogar
Admitiu a possível derrota
Conseguindo o que faltava para a fatídica vitória
Agora é preciso e precioso vencer
Não somos mais deuses
Tampouco vermes demoníacos incapazes
Apenas e completamente humanos
Que sentem na carne cada lança, cada lance
Geradores das atitudes mais lindas e perfeitas
Os seres celestiais mais belos e complexos
São reflexo de nossas atitudes
Enumere uma só exclusiva destes seres
E torne-se o único a conhecê-la
Pois ninguém é capaz dos atos que proferimos
Abra mão das tradições, dos costumes, dos ditames
Destrua todos os dogmas, leis e superstições
Corrompa o medo mais profundo de sua alma
Prostitua sua certeza mais decente
Adolesça a velhice de ser criança
Afie o instinto que lateja em suas entranhas vermelhas
Aguce o tino de seu faro que pulsa em músculos fortes
Contraia ao máximo cada pensamento de desistência
Decante a dor na leveza de suas lágrimas
Torne-se filtro daquilo que realmente merece
Suba cada vez mais alto e livre
Use toda força de suas pernas
Infle estes pulmões de energia
Pra poder berrar a todos os ventos ao chegar:
Consegui, pois quis estar neste lugar
Repare as mãos doídas e cortadas
Fixe-se nesta imagem absurda e completa
Lembre para o resto de sua vida
Que elas são apenas extremidades
De um ser capaz, pleno em vontade
Aprenda que seu momento do agora
Este mesmo, crível e verossímil
É somente a tangibilidade da imensidão que carregamos
Da vastidão chamada experiência
Que de tão grande, só se mostra em partes
Pedaços indissociáveis e indissolúveis
Do conjunto grandioso e harmônico que somos
Presente único e inigualável
Continente de amor e fé
Acredite-se, pois no mínimo, somos aquilo que é
Planta em minha natureza pura sua pureza
Infinita e simples como este que respiro
Ar denso, intenso e precioso
Indispensável como minha vontade
Ser despretensioso é no mínimo hipócrita
Não há aquele que nada pretende
Pois até tentar não querer
Já é uma enorme tentativa
Negar o tudo é infame e grandioso ato
Das variáveis que se apresentam
Algumas são importantes
O caminho em si
Transmutado e revestido por coragens e medos
Deriva de quesitos ainda maiores
Mire o ímpeto e repare
Tudo que te move lhe comove
Faz seu olhar queimar
Seu corpo arde e a paralisia incomoda
Inexplicavelmente pulamos abismo acima
Deixar o corpo cair simplesmente é fácil
Qualquer um tem descontrole sobre o corpo
Basta abrir mão das dificuldades
Embrenhando-se no marasmo do destino
Sempre calado, falso: cadafalso
Onde a humanidade se esvai
Buraco iluminado, atrativo
Convite quase irrecusável
Sedução constante, beirando o paraíso
Cheiro cru e instigante dos anjos
Abra a mente para a clareza dos fatos
Quanto mais alto o despenhadeiro
Mais fundo estaremos ao chegar lá em baixo
Gradação de solidão, tristeza, frio
Quanto menor seu espaço, maior o vazio
Almeje deparar-se com infinitas montanhas
Contemple sua magnitude
Quão indevassa é aquela estrutura
Postada a sua frente, realmente imóvel
Porém, completamente transponível
Desnecessário mover um músculo
Verter uma gota sequer de suor
Mudez completa, ausência de grunhidos
Inamovibilidade delirante
Basta querer
O mundo transforma-se no tabuleiro perfeito
O mestre do jogo imbuiu-se da arte de jogar
Admitiu a possível derrota
Conseguindo o que faltava para a fatídica vitória
Agora é preciso e precioso vencer
Não somos mais deuses
Tampouco vermes demoníacos incapazes
Apenas e completamente humanos
Que sentem na carne cada lança, cada lance
Geradores das atitudes mais lindas e perfeitas
Os seres celestiais mais belos e complexos
São reflexo de nossas atitudes
Enumere uma só exclusiva destes seres
E torne-se o único a conhecê-la
Pois ninguém é capaz dos atos que proferimos
Abra mão das tradições, dos costumes, dos ditames
Destrua todos os dogmas, leis e superstições
Corrompa o medo mais profundo de sua alma
Prostitua sua certeza mais decente
Adolesça a velhice de ser criança
Afie o instinto que lateja em suas entranhas vermelhas
Aguce o tino de seu faro que pulsa em músculos fortes
Contraia ao máximo cada pensamento de desistência
Decante a dor na leveza de suas lágrimas
Torne-se filtro daquilo que realmente merece
Suba cada vez mais alto e livre
Use toda força de suas pernas
Infle estes pulmões de energia
Pra poder berrar a todos os ventos ao chegar:
Consegui, pois quis estar neste lugar
Repare as mãos doídas e cortadas
Fixe-se nesta imagem absurda e completa
Lembre para o resto de sua vida
Que elas são apenas extremidades
De um ser capaz, pleno em vontade
Aprenda que seu momento do agora
Este mesmo, crível e verossímil
É somente a tangibilidade da imensidão que carregamos
Da vastidão chamada experiência
Que de tão grande, só se mostra em partes
Pedaços indissociáveis e indissolúveis
Do conjunto grandioso e harmônico que somos
Presente único e inigualável
Continente de amor e fé
Acredite-se, pois no mínimo, somos aquilo que é
2.8.05
29.7.05
Ao Amigo
Há algum tempo
Resolvi que as letras fariam um bem
Arrancando das profundezas
Mágoas e tristezas enormes
Estava absolutamente errado
Fariam muito mais
Mostrariam realidade
Um ser que residiu sempre em mim
Que esperava a linguagem certa de pedir
A liberdade arrebatadora e simples
Encontrei a forma da minha matéria
Descobri que somos muitos
Que existem outros, ainda bem
Do mesmo teor e quilate
Sim, somos diferentes e melhores
Acredite na força que propagamos
Levamos sentimento em coisas mortas
Palavras não são nada sem nossas vidas
Deixam de ser simples através de nossos conteúdos
Signos de nosso significado
Afinidades são construídas neste nicho ao qual pertencemos
Atitudes de respeito, admiração, deslumbramento
Deparo-me por vezes com perfeições estruturais
Outras, derreto-me diante a desregrada entrega total
Transparente que são as palavras
Existe um lugar destes que mexeu comigo
O primeiro contato foi bem no início da minha jornada
Caminhava buscando silencio próprio
Para que não se assustassem comigo
Por muito fui mesmo solitário
Não tive coragem de expressar-me
A beleza do local arrebatou
As figuras, as letras, as idéias
Tomaram conta de minha calma
Condensaram meu querer em grandiosas nuvens
Constantemente retorno a este local
O fundo cinza chumbo remete a chuva que vem
As letras, em branco, gotas que nos molham
Nós, comentando, trovões, trovejando
As fotos, destino entre a imensidão das águas
Espero que tenha acertado outra vez
Pois gostaria de retribuir realmente
Por ser tempestade constante
De coisa tão sua
Fazer parte de seu Dias de Chuva
Resolvi que as letras fariam um bem
Arrancando das profundezas
Mágoas e tristezas enormes
Estava absolutamente errado
Fariam muito mais
Mostrariam realidade
Um ser que residiu sempre em mim
Que esperava a linguagem certa de pedir
A liberdade arrebatadora e simples
Encontrei a forma da minha matéria
Descobri que somos muitos
Que existem outros, ainda bem
Do mesmo teor e quilate
Sim, somos diferentes e melhores
Acredite na força que propagamos
Levamos sentimento em coisas mortas
Palavras não são nada sem nossas vidas
Deixam de ser simples através de nossos conteúdos
Signos de nosso significado
Afinidades são construídas neste nicho ao qual pertencemos
Atitudes de respeito, admiração, deslumbramento
Deparo-me por vezes com perfeições estruturais
Outras, derreto-me diante a desregrada entrega total
Transparente que são as palavras
Existe um lugar destes que mexeu comigo
O primeiro contato foi bem no início da minha jornada
Caminhava buscando silencio próprio
Para que não se assustassem comigo
Por muito fui mesmo solitário
Não tive coragem de expressar-me
A beleza do local arrebatou
As figuras, as letras, as idéias
Tomaram conta de minha calma
Condensaram meu querer em grandiosas nuvens
Constantemente retorno a este local
O fundo cinza chumbo remete a chuva que vem
As letras, em branco, gotas que nos molham
Nós, comentando, trovões, trovejando
As fotos, destino entre a imensidão das águas
Espero que tenha acertado outra vez
Pois gostaria de retribuir realmente
Por ser tempestade constante
De coisa tão sua
Fazer parte de seu Dias de Chuva
27.7.05
21.7.05
Convívio
Há horas em que a vontade é arrebentar tudo
Destruir todas as fragilidades próprias
Fazer sucumbirem as defesas mais imponentes
Subjugar a prepotência alheia esmagadoramente
Esmigalhar qualquer atitude de resistência
A facilidade de agir inconsequentemente é deliciosa
Devastar, humilhar, espezinhar é fácil e natural
Tornar a paz um bem inalcançável, distante; errante
Exercício de ignorância plena, intensa, bestial
Tempo onde nem o mais celestial dos anjos reza
Por não ter sossego
Preocupado com a manutenção de sua vida
Retira as asas que agora pesam
Levanta os joelhos da calmaria segura e firme do solo
Exercitando o equilíbrio sobre pés frágeis, finos: franzinos
Como é densa a carne que levamos
O prazer proporcionado equivale à dor que ela suporta
Cada golpe, cada bofetada, cada espinho
O sorriso, o carinho, nosso vinho
Sentimos na vida o que passamos
Exacerba a concretude imediata e física
Infernalmente, nascemos sabendo
Invertidamente, uma analogia errada
Pois nem sempre o que dói é ruim ou mau
Afastamo-nos do instinto primário e salvador
Deixamos de ser animais e nos animalizamos
Absorvemos a sutileza da vida em comum
Tornando-nos sarcásticos, cáusticos, ácidos
Enchemo-nos de preconceitos
Convertendo-nos em enormes vazios
Cheios de nada até as grimpas
Envaidecidos por sermos apenas diferentes
Quando deveríamos ter nojo do que nos tornamos
Meros repetidores, receptores
Temos a obrigação de ser condutores
Convertendo a inimizade em entendimento
Levando a diante desejo de vida
Contrariando ensejos de alheia morte
Espalhar pensamentos de puro querer
Mas isso é diferente, incomum: perigoso
Imperceptível este desapegado
O quase santo que ama e peca
Com nome comum e simples
Perambulando entre os normais mortais
Sejamos nós, este pilar exemplificante
Traga para o seio de suas responsabilidades
Ser autor de lindos atos
Tão importantes quanto vulgares
Intente sua repetição aleatória e constante
Ensine como reproduzi-lo em série
Continue querendo destruir tudo de podre
Nefasto, vil, obtuso, abjeto
Mesquinho, pequeno, incorreto
Prime pela perfeição da eterna tentativa
Podemos ser melhores a cada instante
Irá sangrar e doer certamente
Perderemos carne e ganharemos alma
Trocaremos a ansiedade pela inexorável calma
Porém, sentiremos menos pavor
Deflagraremos um antes perdido mistério
Destilando amor do ódio
No aprendizado pelo bem frente à dor
Pois existe o retalho do frio
Mesmo sob intenso calor
Levemos a felicidade mais a sério
Pois somos muito a fazer
Por nos próprios, por quem merecer
Pelas mãos estendidas pelo caminho
Através de punhos cerrados a combater
Pelo prazer da arte que é conviver
Destruir todas as fragilidades próprias
Fazer sucumbirem as defesas mais imponentes
Subjugar a prepotência alheia esmagadoramente
Esmigalhar qualquer atitude de resistência
A facilidade de agir inconsequentemente é deliciosa
Devastar, humilhar, espezinhar é fácil e natural
Tornar a paz um bem inalcançável, distante; errante
Exercício de ignorância plena, intensa, bestial
Tempo onde nem o mais celestial dos anjos reza
Por não ter sossego
Preocupado com a manutenção de sua vida
Retira as asas que agora pesam
Levanta os joelhos da calmaria segura e firme do solo
Exercitando o equilíbrio sobre pés frágeis, finos: franzinos
Como é densa a carne que levamos
O prazer proporcionado equivale à dor que ela suporta
Cada golpe, cada bofetada, cada espinho
O sorriso, o carinho, nosso vinho
Sentimos na vida o que passamos
Exacerba a concretude imediata e física
Infernalmente, nascemos sabendo
Invertidamente, uma analogia errada
Pois nem sempre o que dói é ruim ou mau
Afastamo-nos do instinto primário e salvador
Deixamos de ser animais e nos animalizamos
Absorvemos a sutileza da vida em comum
Tornando-nos sarcásticos, cáusticos, ácidos
Enchemo-nos de preconceitos
Convertendo-nos em enormes vazios
Cheios de nada até as grimpas
Envaidecidos por sermos apenas diferentes
Quando deveríamos ter nojo do que nos tornamos
Meros repetidores, receptores
Temos a obrigação de ser condutores
Convertendo a inimizade em entendimento
Levando a diante desejo de vida
Contrariando ensejos de alheia morte
Espalhar pensamentos de puro querer
Mas isso é diferente, incomum: perigoso
Imperceptível este desapegado
O quase santo que ama e peca
Com nome comum e simples
Perambulando entre os normais mortais
Sejamos nós, este pilar exemplificante
Traga para o seio de suas responsabilidades
Ser autor de lindos atos
Tão importantes quanto vulgares
Intente sua repetição aleatória e constante
Ensine como reproduzi-lo em série
Continue querendo destruir tudo de podre
Nefasto, vil, obtuso, abjeto
Mesquinho, pequeno, incorreto
Prime pela perfeição da eterna tentativa
Podemos ser melhores a cada instante
Irá sangrar e doer certamente
Perderemos carne e ganharemos alma
Trocaremos a ansiedade pela inexorável calma
Porém, sentiremos menos pavor
Deflagraremos um antes perdido mistério
Destilando amor do ódio
No aprendizado pelo bem frente à dor
Pois existe o retalho do frio
Mesmo sob intenso calor
Levemos a felicidade mais a sério
Pois somos muito a fazer
Por nos próprios, por quem merecer
Pelas mãos estendidas pelo caminho
Através de punhos cerrados a combater
Pelo prazer da arte que é conviver
15.7.05
Exposto
Espero alguém que finalmente chegue
Atravesso horas que gostaria que terminassem
Queria dias que em noite acabassem
Sem se arrastar pela madrugada replicante
Que nasce, floresce e renasce a cada dia
Gostaria de poder ligar para certo telefone
Escutar um alo despreocupado e sossegado
Com tempo livre e liberado
Sem espios ou olhares preocupados
Poder dizer: estou indo te buscar
Passear pela calçada de uma orla qualquer
De mãos dadas, dedos entrelaçados e calmos
Corpos que se mostram a quem quiser ver
Sem o tremular nervoso de quem não deve ser visto
Escancarar o que se sente livremente
Poder tomar um banho demorado
Para matar o tempo gostoso da espera
Manter-me sempre lindo e limpo
Por dentro, internamente; eternamente
Pois não sei quando irá chegar
Escolher aquela roupa que me deu
O perfume que seu olfato adora
Temperar a pele com o suor que sua língua aprecia
Esquentar o corpo para deixar a pele macia
Acariciar-te nua com o peso de meu corpo
Que não cansa de querer seu desejo
Cego à sua beleza
Justo por isso incansável
Em percorrer seus detalhes com meus dedos
Na proeza de saber cada seu detalhe
Configurando sua visão celestial e plena
Invasora sutil e permitida de minha esperança
Contraditória coma a derrota da vitória
Triste como a alegria fútil da volátil glória
De sermos juntos e sem constancia
Aspiro por sua permanência
Que não implica ser ininterrupta
Mas que carece em ser perene
Resistente ao mero até amanhã
Impávida aos domingos de lua que me atormentam a alma
Levando meu sossego num simples sopro
No brandir das folhas ao sabor do vento
Caindo ao menor esforço
Como se meus esforços fossem brotos
Tortos, rotos; incapazes perante seu outono
Que acinzenta minhas primaveras inférteis
Carente das águas neste verão seco
Desembocando num rio de inverno congelado
Atrofiado pelo gelo pirotécnico de meus alardes
Mudos, surdos, cegos, mas não covardes
Ainda ando por passos firmes
Joelhos justos e pernas fortes
Toco ao chão com aqueles por muitas vezes
A cabeça mira nuvens, condensando sorte
Esperando a bonança graciosa que me pertence
Corpo molhado, tempo ilhado
A terra faz-se lama e procura meus poros
Entra por fendas e feridas de pés descalços
Encontrando o calor na carne exposta das minhas frieiras
Portais sinalizadores do tempo de estrada
Tenho resistência para muito mais
Na mochila chamada paciência
Há uma carga indispensável
Aquilo que separa teimosia da perseverança
Toneladas essenciais de entendimento
Estive um dia do outro lado
Fui açoitado como escravo vadio
Minhas costas, largas e fortes
Devoradas pela sanha de um senhor impiedoso
O medo neutraliza a capacidade de sonhar
Escurece o brilho das pequenas e importantes coisas
Leva as asas que nos fazem voltar ao chão
E como balões vagamos sem destino, sem tino; desatino
Entregamos a vida ao reles contento do destino
Variável e desagradável em sua inutilidade
Fiz valer meu livre arbítrio
Decidi que suportaria errar
Compreendi que gostaria e seria humilde ao acertar
Polindo o orgulho com a delicadeza dos restauradores
Trazendo cor e forma a arte de ser meu próprio dono
Ser obra de minha matéria
Insumo de meu básico
História de minha lembrança
Saudade do sentir amor
Ser palavra de sua rima
Atravesso horas que gostaria que terminassem
Queria dias que em noite acabassem
Sem se arrastar pela madrugada replicante
Que nasce, floresce e renasce a cada dia
Gostaria de poder ligar para certo telefone
Escutar um alo despreocupado e sossegado
Com tempo livre e liberado
Sem espios ou olhares preocupados
Poder dizer: estou indo te buscar
Passear pela calçada de uma orla qualquer
De mãos dadas, dedos entrelaçados e calmos
Corpos que se mostram a quem quiser ver
Sem o tremular nervoso de quem não deve ser visto
Escancarar o que se sente livremente
Poder tomar um banho demorado
Para matar o tempo gostoso da espera
Manter-me sempre lindo e limpo
Por dentro, internamente; eternamente
Pois não sei quando irá chegar
Escolher aquela roupa que me deu
O perfume que seu olfato adora
Temperar a pele com o suor que sua língua aprecia
Esquentar o corpo para deixar a pele macia
Acariciar-te nua com o peso de meu corpo
Que não cansa de querer seu desejo
Cego à sua beleza
Justo por isso incansável
Em percorrer seus detalhes com meus dedos
Na proeza de saber cada seu detalhe
Configurando sua visão celestial e plena
Invasora sutil e permitida de minha esperança
Contraditória coma a derrota da vitória
Triste como a alegria fútil da volátil glória
De sermos juntos e sem constancia
Aspiro por sua permanência
Que não implica ser ininterrupta
Mas que carece em ser perene
Resistente ao mero até amanhã
Impávida aos domingos de lua que me atormentam a alma
Levando meu sossego num simples sopro
No brandir das folhas ao sabor do vento
Caindo ao menor esforço
Como se meus esforços fossem brotos
Tortos, rotos; incapazes perante seu outono
Que acinzenta minhas primaveras inférteis
Carente das águas neste verão seco
Desembocando num rio de inverno congelado
Atrofiado pelo gelo pirotécnico de meus alardes
Mudos, surdos, cegos, mas não covardes
Ainda ando por passos firmes
Joelhos justos e pernas fortes
Toco ao chão com aqueles por muitas vezes
A cabeça mira nuvens, condensando sorte
Esperando a bonança graciosa que me pertence
Corpo molhado, tempo ilhado
A terra faz-se lama e procura meus poros
Entra por fendas e feridas de pés descalços
Encontrando o calor na carne exposta das minhas frieiras
Portais sinalizadores do tempo de estrada
Tenho resistência para muito mais
Na mochila chamada paciência
Há uma carga indispensável
Aquilo que separa teimosia da perseverança
Toneladas essenciais de entendimento
Estive um dia do outro lado
Fui açoitado como escravo vadio
Minhas costas, largas e fortes
Devoradas pela sanha de um senhor impiedoso
O medo neutraliza a capacidade de sonhar
Escurece o brilho das pequenas e importantes coisas
Leva as asas que nos fazem voltar ao chão
E como balões vagamos sem destino, sem tino; desatino
Entregamos a vida ao reles contento do destino
Variável e desagradável em sua inutilidade
Fiz valer meu livre arbítrio
Decidi que suportaria errar
Compreendi que gostaria e seria humilde ao acertar
Polindo o orgulho com a delicadeza dos restauradores
Trazendo cor e forma a arte de ser meu próprio dono
Ser obra de minha matéria
Insumo de meu básico
História de minha lembrança
Saudade do sentir amor
Ser palavra de sua rima
11.7.05
Refletindo
Duvido realmente se todos têm noção do que fazem
Através das palavras, das atitudes
Dos conselhos que proferem e proliferam
Das virtudes cambetas que tanto veneram
Ignoro se tem certeza sobre o que querem
Tanta diferença pelo caminho
O movimento da boca é totalmente disforme
A compensação do corpo não combina
O equilíbrio ínfimo sequer rima
Continuam porém exercendo caridade
Como se estivesse tudo correto
Parecendo que o mundo ao redor errasse sempre
Como se precisasse do detalhe salvador
Do toque edificante contido em seus ideais inalcançáveis
Filosofia própria que revolucionaria o mundo
Continuo irritado quanto a sua necessidade
Desconheço o limite da bondade descomprometida
Onde ela esbarra na troca
Quando ela mostra-se um gesto de desapego
Fazem mesmo por puro contentamento alheio?
Cada vez que me pergunto
Respondo mais e sempre por mim
Egoísta e míope
Não miro ou almejo soluções para ninguém
Dou forma à argila da verdade em comunhão
Quero as impressões digitais das nossas ajudas
Simbiose dos impérios de entendimento
Aprender em conjunto
Tocando a pele do desconhecido para saber diferenciar da minha
Ser o diferente que você conhece
Preciso da permissão solene de seu desejo
Para simplesmente ficar perto
Ou longe o suficiente
Para ser percebido
No exato tempo para ser querido
Que eu seja rude o suficiente
Sutil o necessário
Eloqüente o quanto possível
Silencioso como sensível
Deixe-me ser imprescindível
Carinho de seu afago
Pele do seu toque
Calor da sua carne
Saudade do seu amor
Esquecimento vivo de suas lembranças mortas
Faz de mim extensão de seu querer
Use com toda vontade e necessidade
De utilidade a esta vida que deve ir além
Disponha da força que você não tem
Que eu seja sua ferramenta
Porém, venha de você a força
O ímpeto, o impulso: a confiança
Imagine o prazer imensurável
De ser meio dos seus fins
Ser caminho de suas pegadas
Seria até fácil colocar-te no colo
Pedir licença às dificuldades
Saltar pedras e descaminhos
Facilitar o encontro com seus sonhos
Mas a vida não seria a sua
Estaria invadindo um local santo
Altar impenetrável e inalienável
Indisponível pela própria natureza
Exposto a qualquer reles incerteza
Ainda assim, intrínseco e indisponível
Seu querer é impenetrável
União indissolúvel daquilo que se sabe com o que se sente
Aquela impressão de poder absoluto
Potencialidade de conquistas infinita
Palpável e alcançável pela aproximação do tentar
Que pode ser e,por vezes muitas, será
Dolorido, torturante e lacerante
Deixando marcas e certos sorrisos
E uma certeza aterradora:
Somos mais capazes, fortes e vorazes que imaginávamos
Desde o último golpe que levamos
Do lamento que deixamos escapar
Da última dor pensada impossível de aturar
Daquele derradeiro suspiro da desistência que não veio
Percebemos que continuamos
Transpondo os perigos e problemas do dia-a-dia
Buscando, até inconscientemente, desafios maiores
Alguns grandes demais para nossas forças
Justamente nestes ganhamos mais
Pedindo ou aceitando ajuda
Que se obtém e mantém baseada na confiança
Estendendo-se pela esperança
Assegurada por nada
Pois nada garante que ela irá funcionar
Não esqueçamos que viemos tentar
Cada um a seu modo
De seu único e exclusivo jeito
Sem pretensão de ser a verdade
Isento da empáfia de ser perfeito
Preciso de ajuda, posso ajudar?
Através das palavras, das atitudes
Dos conselhos que proferem e proliferam
Das virtudes cambetas que tanto veneram
Ignoro se tem certeza sobre o que querem
Tanta diferença pelo caminho
O movimento da boca é totalmente disforme
A compensação do corpo não combina
O equilíbrio ínfimo sequer rima
Continuam porém exercendo caridade
Como se estivesse tudo correto
Parecendo que o mundo ao redor errasse sempre
Como se precisasse do detalhe salvador
Do toque edificante contido em seus ideais inalcançáveis
Filosofia própria que revolucionaria o mundo
Continuo irritado quanto a sua necessidade
Desconheço o limite da bondade descomprometida
Onde ela esbarra na troca
Quando ela mostra-se um gesto de desapego
Fazem mesmo por puro contentamento alheio?
Cada vez que me pergunto
Respondo mais e sempre por mim
Egoísta e míope
Não miro ou almejo soluções para ninguém
Dou forma à argila da verdade em comunhão
Quero as impressões digitais das nossas ajudas
Simbiose dos impérios de entendimento
Aprender em conjunto
Tocando a pele do desconhecido para saber diferenciar da minha
Ser o diferente que você conhece
Preciso da permissão solene de seu desejo
Para simplesmente ficar perto
Ou longe o suficiente
Para ser percebido
No exato tempo para ser querido
Que eu seja rude o suficiente
Sutil o necessário
Eloqüente o quanto possível
Silencioso como sensível
Deixe-me ser imprescindível
Carinho de seu afago
Pele do seu toque
Calor da sua carne
Saudade do seu amor
Esquecimento vivo de suas lembranças mortas
Faz de mim extensão de seu querer
Use com toda vontade e necessidade
De utilidade a esta vida que deve ir além
Disponha da força que você não tem
Que eu seja sua ferramenta
Porém, venha de você a força
O ímpeto, o impulso: a confiança
Imagine o prazer imensurável
De ser meio dos seus fins
Ser caminho de suas pegadas
Seria até fácil colocar-te no colo
Pedir licença às dificuldades
Saltar pedras e descaminhos
Facilitar o encontro com seus sonhos
Mas a vida não seria a sua
Estaria invadindo um local santo
Altar impenetrável e inalienável
Indisponível pela própria natureza
Exposto a qualquer reles incerteza
Ainda assim, intrínseco e indisponível
Seu querer é impenetrável
União indissolúvel daquilo que se sabe com o que se sente
Aquela impressão de poder absoluto
Potencialidade de conquistas infinita
Palpável e alcançável pela aproximação do tentar
Que pode ser e,por vezes muitas, será
Dolorido, torturante e lacerante
Deixando marcas e certos sorrisos
E uma certeza aterradora:
Somos mais capazes, fortes e vorazes que imaginávamos
Desde o último golpe que levamos
Do lamento que deixamos escapar
Da última dor pensada impossível de aturar
Daquele derradeiro suspiro da desistência que não veio
Percebemos que continuamos
Transpondo os perigos e problemas do dia-a-dia
Buscando, até inconscientemente, desafios maiores
Alguns grandes demais para nossas forças
Justamente nestes ganhamos mais
Pedindo ou aceitando ajuda
Que se obtém e mantém baseada na confiança
Estendendo-se pela esperança
Assegurada por nada
Pois nada garante que ela irá funcionar
Não esqueçamos que viemos tentar
Cada um a seu modo
De seu único e exclusivo jeito
Sem pretensão de ser a verdade
Isento da empáfia de ser perfeito
Preciso de ajuda, posso ajudar?
8.7.05
Viés
Perceba o detalhe:
Amar não é querer que você seja minha
É me permitir ser completamente seu
Me leva pra você!
Amar não é querer que você seja minha
É me permitir ser completamente seu
Me leva pra você!
5.7.05
Expurgo
Quando o silêncio invadir sua essência
Expulsa-o como se faz com as coisas desnecessárias
As ruins, embora desta natureza, acontecem
E demônios, devemos tê-los
Sob domínio e eterna vigilância
Que fiquem os outros surdos
Frente às súplicas e pedidos de perdão
Quero prover o mundo com minhas bondades
Ser excessivamente mal com minhas maldades
Transformar todas as mentiras verdadeiras em falsa inverdade
Possua seu opressor pelo âmago
Invada seu estomago moral
Faça-o passar mal, marear, vomitar
Torne-se o mais repugnante possível
Para que ele odeie olhar na sua face linda
Sentindo pregos penetrando seus ouvidos
Urrando surdamente quando perceber
O sussurro de seu nome santo
Soletrado pela boca imaculada de uma criança
Alienada do valor e força que tem a palavra
Exume do seu manto chamado pele
O ranço vil e podre do tempo perdido
Deixe para trás o passado que já não se desfaz
Perfumado da carnificina que se realizou
Morremos sempre a cada presente que se desnuda
Quantos defuntos de nós próprios deixamos sem farol
Que lhes iluminasse o tortuoso caminho de regresso
Rumo a lugar algum, incerto, incesto
Enamorado com a intima filha
Do caso entre vida e Tempo nasce a morte
É nossa vivência que dispomos quando erramos
Tolos e incompreensíveis
Extirpamos a única coisa que temos
Querendo justificar uma crença infame
Achando que o amor nos salvará
Falácia escandalosa
As premissas se unem e nos levam a uma ação
Praticada por nós, sujeitos
Metendo os pés pelo coração
Prevalecentes do nada pela razão
Tudo é puro detrimento, ilusão, divertimento
Dor consome sorridente
Cresce como fogo em vento
Não há o menor contento
Mas existe a compensação inútil de um momento
Sabemos, temos certeza: queremos muito mais
Merecemos a eternidade que a volatilidade nos traz
Incapazes de enxergar o próximo passo
Aprazamo-nos com migalhas
Tornamo-nos magros, fracos, derrotados
O outro, diabo, parece rir de nossa cara
Ali, desesperados, despreparados, desalmados, ajoelhados
Regurgitamos farpas de sutileza
Tentando mostrar uma beleza sumida a muito
Endeusando coisa que já fomos
Deveríamos nesta hora abrupta
Parar, pensar e parar
Se aspiramos o forte, belo e potente
Não seremos objetos do amar
Quando refeitos no reverso de nosso buscar
Insistimos, vadios e doentes em transferir
Imputamos ao outro aquilo que sonhamos e somos
Por pura falta de coragem
Pela gigantesca e reprovável insistente covardia
Pela vergonha em ser simplesmente melhor
Sejamos aquele que suscita desejo
Responsáveis pela felicidade alheia
Epicentro vivo e mutante dos delírios externos
Confiantes, confiáveis e apaixonantes
Donos da própria vida, imbuídos de vontade
Auto-estima estratosférica
Confiança inabalável
Atitude incontestável
Sentimento imensurável
Leveza de um soprar de velas
Que escurece o ambiente quando se apagam
Igualando todos os presentes
Na escuridão da mesmice somos idênticos
Nem a diferença é diferente
Graças ao amor cego, verdadeiro, que apenas sente
Expulsa-o como se faz com as coisas desnecessárias
As ruins, embora desta natureza, acontecem
E demônios, devemos tê-los
Sob domínio e eterna vigilância
Que fiquem os outros surdos
Frente às súplicas e pedidos de perdão
Quero prover o mundo com minhas bondades
Ser excessivamente mal com minhas maldades
Transformar todas as mentiras verdadeiras em falsa inverdade
Possua seu opressor pelo âmago
Invada seu estomago moral
Faça-o passar mal, marear, vomitar
Torne-se o mais repugnante possível
Para que ele odeie olhar na sua face linda
Sentindo pregos penetrando seus ouvidos
Urrando surdamente quando perceber
O sussurro de seu nome santo
Soletrado pela boca imaculada de uma criança
Alienada do valor e força que tem a palavra
Exume do seu manto chamado pele
O ranço vil e podre do tempo perdido
Deixe para trás o passado que já não se desfaz
Perfumado da carnificina que se realizou
Morremos sempre a cada presente que se desnuda
Quantos defuntos de nós próprios deixamos sem farol
Que lhes iluminasse o tortuoso caminho de regresso
Rumo a lugar algum, incerto, incesto
Enamorado com a intima filha
Do caso entre vida e Tempo nasce a morte
É nossa vivência que dispomos quando erramos
Tolos e incompreensíveis
Extirpamos a única coisa que temos
Querendo justificar uma crença infame
Achando que o amor nos salvará
Falácia escandalosa
As premissas se unem e nos levam a uma ação
Praticada por nós, sujeitos
Metendo os pés pelo coração
Prevalecentes do nada pela razão
Tudo é puro detrimento, ilusão, divertimento
Dor consome sorridente
Cresce como fogo em vento
Não há o menor contento
Mas existe a compensação inútil de um momento
Sabemos, temos certeza: queremos muito mais
Merecemos a eternidade que a volatilidade nos traz
Incapazes de enxergar o próximo passo
Aprazamo-nos com migalhas
Tornamo-nos magros, fracos, derrotados
O outro, diabo, parece rir de nossa cara
Ali, desesperados, despreparados, desalmados, ajoelhados
Regurgitamos farpas de sutileza
Tentando mostrar uma beleza sumida a muito
Endeusando coisa que já fomos
Deveríamos nesta hora abrupta
Parar, pensar e parar
Se aspiramos o forte, belo e potente
Não seremos objetos do amar
Quando refeitos no reverso de nosso buscar
Insistimos, vadios e doentes em transferir
Imputamos ao outro aquilo que sonhamos e somos
Por pura falta de coragem
Pela gigantesca e reprovável insistente covardia
Pela vergonha em ser simplesmente melhor
Sejamos aquele que suscita desejo
Responsáveis pela felicidade alheia
Epicentro vivo e mutante dos delírios externos
Confiantes, confiáveis e apaixonantes
Donos da própria vida, imbuídos de vontade
Auto-estima estratosférica
Confiança inabalável
Atitude incontestável
Sentimento imensurável
Leveza de um soprar de velas
Que escurece o ambiente quando se apagam
Igualando todos os presentes
Na escuridão da mesmice somos idênticos
Nem a diferença é diferente
Graças ao amor cego, verdadeiro, que apenas sente
28.6.05
Pedinte
Por favor, não me escoltem ainda
Preciso e quero terminar muitas coisas
Devo e posso começar infinitas algumas
Necessito permanecer na imperfeição da minha vida
Para que eu viva tentando acertar sempre
Redesmontando velhas e novas indescobertas
Fazendo valer a pena cada segundo que se ganha
Quando não perdemos tempo planejando sonhos
Gastando momentos grandiosos construindo objetivos
Sendo aquilo que não temos e ainda assim dispormos dele
Absorver toda a intensidade perdida
Nas coisas que se pode conter
Conhecer a noção de limite
Residente em cada impossível que se apresenta
Parar o tudo e começar a fazer o nada
Este contrário vazio incontável e imensurável
Oposto do que o existente pode ser
Intrigantemente denotativo de ausência
Faz-se insuportável quando é tudo que se tem
Deixem que eu erre mais e incessantemente
Que seja desculpa pra minha permanência
Motivo da falta de ausência
Se olharmos com eficiência
Repararemos que difere e muito de presença
Relação estreita com o verbo querer
Estar tátil, concreto é muito simples, direto
Qualidade inerente também ao objeto
Inanimado e sem vontade
Escravo de anseio alheio
Entregue a todo tolo ato de quantidade
Desprezo ser mais um
Sou o querer ser eu
Único e indescritível
Simples e não simplório; indefinível
Manter-me o seu que meu eu lhe deu
Amar a incogitabilidade de estar distante
Gostar do que sinto quando lhe sinto a cada instante
Normal, comum e natural
Porém indispensável, insubstituível e importante
Personificar o seu daqui por diante
Mendigo da própria vida atemporal e aviltante
Peço esmolas em esquinas errantes, berrantes, inconstantes
Desprovidas do encontro de duas ruas
Que se cruzam feito almas nuas, cruas, ofegantes
Escandalosamente desavergonhadas e delirantes
Pois minha carne não agrada
Minhas roupas desmentem a intenção residente
O coração que apaixonado chama
É o mesmo que chora apavorado
Sobre o colchão de mágoas e um frio cortante de estrelas
Brilhantes, cintilantes, instigantes
Não passam disso
Espelhos falaciosos de uma luz velha e distante
Como sua imagem refletida no vácuo de minha saudade
Lembrança intrapessoal de universos inconquistáveis
Farrapo maltrapilho envolvido em trapos
Cabelo desgrenhado, sujo, ensebado
Pés no asfalto olhar no alto
Unhas grades por único motivo
Extensões de mim buscando você
Qualquer coisa que aproxime
Sombras doces que iluminem
Dois olhos perdulários e inquietos
Estaticamente ágeis a ver
Mais um milagre acontecer
Recebo mais um milagre
Retiro as mãos dos bolsos da esperança
Acordo outro dia em minha boca
Pego carona na carruagem mágica da verdade
O desperdício é vicio do excesso
Quero que tudo em minha vida exacerbe
Frutificando abundantemente
Para que eu saiba doar de bom grado
Toda vez que a vida desfavorecer
Lembrar do tempo em que estive sentado
Olhando para cima
Mãos espalmadas
Suplicando humilde a possibilidade da sua vontade
De mais um dia ao menos
Nem que fosse pra sentir saudade
Preciso e quero terminar muitas coisas
Devo e posso começar infinitas algumas
Necessito permanecer na imperfeição da minha vida
Para que eu viva tentando acertar sempre
Redesmontando velhas e novas indescobertas
Fazendo valer a pena cada segundo que se ganha
Quando não perdemos tempo planejando sonhos
Gastando momentos grandiosos construindo objetivos
Sendo aquilo que não temos e ainda assim dispormos dele
Absorver toda a intensidade perdida
Nas coisas que se pode conter
Conhecer a noção de limite
Residente em cada impossível que se apresenta
Parar o tudo e começar a fazer o nada
Este contrário vazio incontável e imensurável
Oposto do que o existente pode ser
Intrigantemente denotativo de ausência
Faz-se insuportável quando é tudo que se tem
Deixem que eu erre mais e incessantemente
Que seja desculpa pra minha permanência
Motivo da falta de ausência
Se olharmos com eficiência
Repararemos que difere e muito de presença
Relação estreita com o verbo querer
Estar tátil, concreto é muito simples, direto
Qualidade inerente também ao objeto
Inanimado e sem vontade
Escravo de anseio alheio
Entregue a todo tolo ato de quantidade
Desprezo ser mais um
Sou o querer ser eu
Único e indescritível
Simples e não simplório; indefinível
Manter-me o seu que meu eu lhe deu
Amar a incogitabilidade de estar distante
Gostar do que sinto quando lhe sinto a cada instante
Normal, comum e natural
Porém indispensável, insubstituível e importante
Personificar o seu daqui por diante
Mendigo da própria vida atemporal e aviltante
Peço esmolas em esquinas errantes, berrantes, inconstantes
Desprovidas do encontro de duas ruas
Que se cruzam feito almas nuas, cruas, ofegantes
Escandalosamente desavergonhadas e delirantes
Pois minha carne não agrada
Minhas roupas desmentem a intenção residente
O coração que apaixonado chama
É o mesmo que chora apavorado
Sobre o colchão de mágoas e um frio cortante de estrelas
Brilhantes, cintilantes, instigantes
Não passam disso
Espelhos falaciosos de uma luz velha e distante
Como sua imagem refletida no vácuo de minha saudade
Lembrança intrapessoal de universos inconquistáveis
Farrapo maltrapilho envolvido em trapos
Cabelo desgrenhado, sujo, ensebado
Pés no asfalto olhar no alto
Unhas grades por único motivo
Extensões de mim buscando você
Qualquer coisa que aproxime
Sombras doces que iluminem
Dois olhos perdulários e inquietos
Estaticamente ágeis a ver
Mais um milagre acontecer
Recebo mais um milagre
Retiro as mãos dos bolsos da esperança
Acordo outro dia em minha boca
Pego carona na carruagem mágica da verdade
O desperdício é vicio do excesso
Quero que tudo em minha vida exacerbe
Frutificando abundantemente
Para que eu saiba doar de bom grado
Toda vez que a vida desfavorecer
Lembrar do tempo em que estive sentado
Olhando para cima
Mãos espalmadas
Suplicando humilde a possibilidade da sua vontade
De mais um dia ao menos
Nem que fosse pra sentir saudade
23.6.05
Destinatário: Eu
Assusta a incapacidade de ser capaz
Teimosia de fazer de tudo para não fazer
Encostar a vida na vida alheia
Como se fosse permitido sorver a energia dos outros
Como vampiros de vontade
Sugando a seiva santa do querer
Residente em esforços que se esforçam
Em corpos que se cansam pelo cansaço justo
De terem feito tudo à exaustão
Por desejarem ir até o fim
Que não é e nem deveria ser
Um simples desfecho comum
Exacerba esta mera percepção física do ato
Fim é a certeza do novo recomeço
Aquele suspiro fundo, precioso; profundo
Como o mergulho delicioso que o sucede
Um vôo alucinante de asas abertas
Flertando com um céu de cor indescritível
Pois de olhos fechados não se teme a queda
Queremos apenas a sensação libertadora de cair
Se for num colo hábil e caridoso
Haverá conforto e aconchego
Um cheiro gostoso no pescoço
Cafuné demorado e um chamego
Despreze outra coisa
Querer as boas situações da vida não é proibido
Parece intocável, descabido
Quase um pecado oferecido
Quando felicidade é mais pertinente que a própria vida
Queira todas as coisas boas que o mundo oferecer
Sem ser promiscuo ou deliberado
Liberto sem libertinagem ; concentrado
Com cuidado, mas sem ter medo
Saber parar sem ficar paralisado
Buscando o equilíbrio satisfatório da satisfação
Extrair o máximo das pessoas e momentos
Sem, portanto ou contanto, usurpá-las
Certas vezes pedir um pouco mais, descaradamente
Em outras ser duro, sincero e com candura
Ser aquilo que todos sonham ser
Erramos quando elegemos um exemplo
Um ser divino que mora fora
Instante único que não demora
Alegria falsa que nunca chora
Achamos sempre que este outro não somos nós
Note a completa idiotice
Doar sua vontade a qualquer eleito
Que por mais bem intencionado que seja
Nunca alcançara o seu efeito
Inexiste alguém que melhor nos conheça
Sejamos domadores dos ímpetos que impulsionam
Responsáveis pelas verdades que construímos
Sujeitos das mentiras que contamos
Donos irrestritos da vida que cuidamos
Acordemos para a feroz e absurda realidade
Escondemo-nos tanto de nós mesmos
Fugimos o tempo todo deste desconhecido
Tememos incessantemente
Algo completa e absolutamente indolor
Feito palhaços vestidos de carrascos
Desperdiçando todo o preparo dispensado
Pintamos o rosto
Desenhamos sorriso
Calçamos esperança
Para depois vestirmos capuz e manto
Falsários por trás das ordens de um rei sujo
Que sequer macula suas mãos
Assépticas de suas tiranias sórdidas
Personificadas no açoite de nossas forças
Castigamos como se fossemos os próprios
Lavo meu rosto no espelho da minha vida
Enxergo um homem normal e feliz
Que tirou do carrasco o capuz
Do palhaço o nariz
Mantenho da maquiagem o sorriso que com minha alma condiz
Teimosia de fazer de tudo para não fazer
Encostar a vida na vida alheia
Como se fosse permitido sorver a energia dos outros
Como vampiros de vontade
Sugando a seiva santa do querer
Residente em esforços que se esforçam
Em corpos que se cansam pelo cansaço justo
De terem feito tudo à exaustão
Por desejarem ir até o fim
Que não é e nem deveria ser
Um simples desfecho comum
Exacerba esta mera percepção física do ato
Fim é a certeza do novo recomeço
Aquele suspiro fundo, precioso; profundo
Como o mergulho delicioso que o sucede
Um vôo alucinante de asas abertas
Flertando com um céu de cor indescritível
Pois de olhos fechados não se teme a queda
Queremos apenas a sensação libertadora de cair
Se for num colo hábil e caridoso
Haverá conforto e aconchego
Um cheiro gostoso no pescoço
Cafuné demorado e um chamego
Despreze outra coisa
Querer as boas situações da vida não é proibido
Parece intocável, descabido
Quase um pecado oferecido
Quando felicidade é mais pertinente que a própria vida
Queira todas as coisas boas que o mundo oferecer
Sem ser promiscuo ou deliberado
Liberto sem libertinagem ; concentrado
Com cuidado, mas sem ter medo
Saber parar sem ficar paralisado
Buscando o equilíbrio satisfatório da satisfação
Extrair o máximo das pessoas e momentos
Sem, portanto ou contanto, usurpá-las
Certas vezes pedir um pouco mais, descaradamente
Em outras ser duro, sincero e com candura
Ser aquilo que todos sonham ser
Erramos quando elegemos um exemplo
Um ser divino que mora fora
Instante único que não demora
Alegria falsa que nunca chora
Achamos sempre que este outro não somos nós
Note a completa idiotice
Doar sua vontade a qualquer eleito
Que por mais bem intencionado que seja
Nunca alcançara o seu efeito
Inexiste alguém que melhor nos conheça
Sejamos domadores dos ímpetos que impulsionam
Responsáveis pelas verdades que construímos
Sujeitos das mentiras que contamos
Donos irrestritos da vida que cuidamos
Acordemos para a feroz e absurda realidade
Escondemo-nos tanto de nós mesmos
Fugimos o tempo todo deste desconhecido
Tememos incessantemente
Algo completa e absolutamente indolor
Feito palhaços vestidos de carrascos
Desperdiçando todo o preparo dispensado
Pintamos o rosto
Desenhamos sorriso
Calçamos esperança
Para depois vestirmos capuz e manto
Falsários por trás das ordens de um rei sujo
Que sequer macula suas mãos
Assépticas de suas tiranias sórdidas
Personificadas no açoite de nossas forças
Castigamos como se fossemos os próprios
Lavo meu rosto no espelho da minha vida
Enxergo um homem normal e feliz
Que tirou do carrasco o capuz
Do palhaço o nariz
Mantenho da maquiagem o sorriso que com minha alma condiz
20.6.05
Olhando
O céu magnífico
Diante da minha capacidade de ser ínfimo
Contemplo a beleza do saber ser simples
Complexa maestria entre brancos, terras e tons de azul
Extasiado frente tanta perfeição
Perco tempo na maioria dele
Preocupado em estar mais
Perecer melhor
Mostrar-me sempre perceptível e sedutor
Quando deveria apenas ser
Tantos exemplos das boas atitudes
Inúmeras amostras de como não errar
Passeios completos de idas e voltas
Certeza certeira de não precisar voltar
Tudo ao alcance da sensibilidade
Realmente maravilhoso
Quando atentamos para o outro
Descoberta genial perceber
Que os outros nos ouvem atenciosamente
Se vamos além do nosso próprio universo
Tomando quem nos cerca como um complemento
Querendo dele o que nos falta
Por vezes o que, talvez, nunca teremos
Algo que não nos faz parte
Justo por esta natureza não invejaremos
Diga o quanto é admirável
Quanto bem aquilo lhe trás
Como a presença alheia satisfaz
Perfazendo o mundo que desejamos
Bem ali, ou aqui, logo após nossa ausência de ignorância
Peito exposto, amor aberto
Não queira longe; seja perto
Ente multiplicador de carinho
Colha sementes de fruto certo
Mostre-se dentro, porem liberto
Contemple o seu que te amanhece
Note a grandiosidade de cada detalhe
Particularidades de cada alma
Vontades de toda gente
Embutidas em corpos que se confundem
Propositalmente semelhantes
Para que se chegue bem mais perto
Pois só assim é possível distinguir
Os amigos, os amantes e os afetos
Desta distancia nada é como antes
A mesmice agora é diferente
Aquele que lhe é único: seu presente
Sentirá que tudo é mero nada
Quando este novo ser lhe for ausente
Anoitece nubladamente a cada despedida
Não há luas que reflitam resquícios daquele sol
Apenas o azul nigérrimo e absoluto
Cegueira inversa que penetra; um vulto
Quietude escandalosa que abafa qualquer tumulto
Alegria que na sua ausência veste luto
Sensação de morte corriqueira
Traz a vida de qualquer maneira
Próxima: coração forte
Longe; eterno corte
Ficando: gozo e sorte
Em merecer sua diferença
Dar minha presença
Negar sua ausência
Compartilhar nossa querência
Ser seu eu que te penetra
O diferente que você procura
Conhecido íntimo que não tem nome
Que junto lhe preenche
Distante lhe consome
Marca sutil que jamais some
Ao seu lado piso as terras
Venero o céu singular de brancos e tons de azul
Mas já não sou tão mínimo
Nem universo distante algum
Sou seu amor e mais nenhum
Diante da minha capacidade de ser ínfimo
Contemplo a beleza do saber ser simples
Complexa maestria entre brancos, terras e tons de azul
Extasiado frente tanta perfeição
Perco tempo na maioria dele
Preocupado em estar mais
Perecer melhor
Mostrar-me sempre perceptível e sedutor
Quando deveria apenas ser
Tantos exemplos das boas atitudes
Inúmeras amostras de como não errar
Passeios completos de idas e voltas
Certeza certeira de não precisar voltar
Tudo ao alcance da sensibilidade
Realmente maravilhoso
Quando atentamos para o outro
Descoberta genial perceber
Que os outros nos ouvem atenciosamente
Se vamos além do nosso próprio universo
Tomando quem nos cerca como um complemento
Querendo dele o que nos falta
Por vezes o que, talvez, nunca teremos
Algo que não nos faz parte
Justo por esta natureza não invejaremos
Diga o quanto é admirável
Quanto bem aquilo lhe trás
Como a presença alheia satisfaz
Perfazendo o mundo que desejamos
Bem ali, ou aqui, logo após nossa ausência de ignorância
Peito exposto, amor aberto
Não queira longe; seja perto
Ente multiplicador de carinho
Colha sementes de fruto certo
Mostre-se dentro, porem liberto
Contemple o seu que te amanhece
Note a grandiosidade de cada detalhe
Particularidades de cada alma
Vontades de toda gente
Embutidas em corpos que se confundem
Propositalmente semelhantes
Para que se chegue bem mais perto
Pois só assim é possível distinguir
Os amigos, os amantes e os afetos
Desta distancia nada é como antes
A mesmice agora é diferente
Aquele que lhe é único: seu presente
Sentirá que tudo é mero nada
Quando este novo ser lhe for ausente
Anoitece nubladamente a cada despedida
Não há luas que reflitam resquícios daquele sol
Apenas o azul nigérrimo e absoluto
Cegueira inversa que penetra; um vulto
Quietude escandalosa que abafa qualquer tumulto
Alegria que na sua ausência veste luto
Sensação de morte corriqueira
Traz a vida de qualquer maneira
Próxima: coração forte
Longe; eterno corte
Ficando: gozo e sorte
Em merecer sua diferença
Dar minha presença
Negar sua ausência
Compartilhar nossa querência
Ser seu eu que te penetra
O diferente que você procura
Conhecido íntimo que não tem nome
Que junto lhe preenche
Distante lhe consome
Marca sutil que jamais some
Ao seu lado piso as terras
Venero o céu singular de brancos e tons de azul
Mas já não sou tão mínimo
Nem universo distante algum
Sou seu amor e mais nenhum
14.6.05
Quimera
Vontade de vomitar tudo na sua cara escrota
Botar para fora a podridão que me faz carregar
Extirpar os dentes de sua boca fétida e inflamada
Escarrar toda minha doença na sua garganta
Fazer com que sinta seu amargo inútil
Pendurar de cabeça para baixo
Rodar, rodar, rodar e rodar
Esmurrar sua face idiota e babaca
Ver seu sangue escorrer pelos cabelos
Surrar até que peça arrego
Depois de disforme e dolorida
Chutar seu corpo vazio, imundo: vadio
Quebrar algumas de suas costelas magras e desprezíveis
Perfurar seu pulmão negro e moribundo
Pra que golfe napos de órgãos
Depois de reduzida a porra nenhuma
Partir suas pernas horrorosas, varizentas
Mostrar o quanto bisonha se apresenta
Levantar no colo só para ver cair de novo
Mais uma vez, e outra e uma seguida
Furar seus tímpanos asquerosos
Para impossibilitá-la de escutar
Urros de dor que estão por vir
Saiba que vai sofrer muito
Antes de morrer sangrando feito um porco
Dedos esfacelados um a um
Nunca mais tocará minha carne pura
Pisões únicos, singulares; particulares
Dor em mínimos detalhes
Sofra bastante filha da puta
Não terá chance para porra nenhuma
Sua língua desfigurada em aftas
Jaz pulsante em minha boca
Encapsulada nas frestas dos meus dentes
Afiados e fortes pra caralho
Grita agora figura purulenta
Saltite feito bobo da corte em minha frente
Flerta com a minha alegria ausente
Deixa mais um sonho meu dormindo
Meu novo nome: pesadelo
Sinta como é duro este chão
Quando sua cabeça é arremessada contra ele
Perceba o estilhaçar dos ossos de seu crânio
Mas não desmaie ainda
Não quero que sinta qualquer alívio
Fica maravilhosa assim
Com o semblante de coisa morta
Este nariz rompido, afogado em seu catarro
Que escorre em tons fascinantes de vermelho
Dizendo a todo instante: não pare
Pra que rastejar feito um verme que não é
Eles não merecem tal comparação
São infinitos melhores que você
Sossegarei seus braços suplicantes
Fraturas expostas são divinamente realizadoras
Sequer cogite pedir perdão
Não pode nem escutá-lo
Mesmo que eu quisesse dá-lo
Entende agora a sensação de beco sem saída?
Quero que você se foda
Participarei porém
Não gozará este momento sozinha
Nunca lhe quis tanto
Contemple a aptidão física de meu desejo
Apenas olhe, pois é a única coisa que pode fazer
Rasgo cada trapo de suas vestes de gala
Embevecidas num suor que cheira a ferrugem
Abro seus arremedos de pernas
Para penetrar-lhe carinhosamente
Quero introduzir minha vida em seu ser
Deitado sobre seus restos que padecem
Aproveito cada instante deste prazer inigualável
Suspeitava que seria grandioso
Mas superou todas as expectativas
Estupro seu corpo e mente
Bom poder morder e arrancar aquele pedaço
Indescritível enfiar as unhas
Sentir sua fibra lacerar
Apertar até romper os capilares
Deixar hematomas em todo lugar
Pensei que fosse querer participar
Escolher uma posição que gosta mais
Nem gemer consegue
Sem possibilidades de ficar de joelhos
Agora deixará de ver
Empurro seu olhos pra dentro com fúria
Transo seu corpo em total luxuria
Bicho incontrolável e surdo
Alheio a qualquer lamúria
Jorro vida em sua eminente morte
Você sorri este aborto
Encontra beleza neste coito infernal
Alegria onde só deveria doer
Felicidade quando devia morrer
Tudo é apenas banal
Foi surrada, mal tratada, torturada
Mas gargalha da sorte; namora a morte
Infeliz, miserável e desgraçada
Falece indigente, um mero borrão
Sei que renasce, pois é solidão
Botar para fora a podridão que me faz carregar
Extirpar os dentes de sua boca fétida e inflamada
Escarrar toda minha doença na sua garganta
Fazer com que sinta seu amargo inútil
Pendurar de cabeça para baixo
Rodar, rodar, rodar e rodar
Esmurrar sua face idiota e babaca
Ver seu sangue escorrer pelos cabelos
Surrar até que peça arrego
Depois de disforme e dolorida
Chutar seu corpo vazio, imundo: vadio
Quebrar algumas de suas costelas magras e desprezíveis
Perfurar seu pulmão negro e moribundo
Pra que golfe napos de órgãos
Depois de reduzida a porra nenhuma
Partir suas pernas horrorosas, varizentas
Mostrar o quanto bisonha se apresenta
Levantar no colo só para ver cair de novo
Mais uma vez, e outra e uma seguida
Furar seus tímpanos asquerosos
Para impossibilitá-la de escutar
Urros de dor que estão por vir
Saiba que vai sofrer muito
Antes de morrer sangrando feito um porco
Dedos esfacelados um a um
Nunca mais tocará minha carne pura
Pisões únicos, singulares; particulares
Dor em mínimos detalhes
Sofra bastante filha da puta
Não terá chance para porra nenhuma
Sua língua desfigurada em aftas
Jaz pulsante em minha boca
Encapsulada nas frestas dos meus dentes
Afiados e fortes pra caralho
Grita agora figura purulenta
Saltite feito bobo da corte em minha frente
Flerta com a minha alegria ausente
Deixa mais um sonho meu dormindo
Meu novo nome: pesadelo
Sinta como é duro este chão
Quando sua cabeça é arremessada contra ele
Perceba o estilhaçar dos ossos de seu crânio
Mas não desmaie ainda
Não quero que sinta qualquer alívio
Fica maravilhosa assim
Com o semblante de coisa morta
Este nariz rompido, afogado em seu catarro
Que escorre em tons fascinantes de vermelho
Dizendo a todo instante: não pare
Pra que rastejar feito um verme que não é
Eles não merecem tal comparação
São infinitos melhores que você
Sossegarei seus braços suplicantes
Fraturas expostas são divinamente realizadoras
Sequer cogite pedir perdão
Não pode nem escutá-lo
Mesmo que eu quisesse dá-lo
Entende agora a sensação de beco sem saída?
Quero que você se foda
Participarei porém
Não gozará este momento sozinha
Nunca lhe quis tanto
Contemple a aptidão física de meu desejo
Apenas olhe, pois é a única coisa que pode fazer
Rasgo cada trapo de suas vestes de gala
Embevecidas num suor que cheira a ferrugem
Abro seus arremedos de pernas
Para penetrar-lhe carinhosamente
Quero introduzir minha vida em seu ser
Deitado sobre seus restos que padecem
Aproveito cada instante deste prazer inigualável
Suspeitava que seria grandioso
Mas superou todas as expectativas
Estupro seu corpo e mente
Bom poder morder e arrancar aquele pedaço
Indescritível enfiar as unhas
Sentir sua fibra lacerar
Apertar até romper os capilares
Deixar hematomas em todo lugar
Pensei que fosse querer participar
Escolher uma posição que gosta mais
Nem gemer consegue
Sem possibilidades de ficar de joelhos
Agora deixará de ver
Empurro seu olhos pra dentro com fúria
Transo seu corpo em total luxuria
Bicho incontrolável e surdo
Alheio a qualquer lamúria
Jorro vida em sua eminente morte
Você sorri este aborto
Encontra beleza neste coito infernal
Alegria onde só deveria doer
Felicidade quando devia morrer
Tudo é apenas banal
Foi surrada, mal tratada, torturada
Mas gargalha da sorte; namora a morte
Infeliz, miserável e desgraçada
Falece indigente, um mero borrão
Sei que renasce, pois é solidão
10.6.05
Saindo
Dispa-se
Deixe esta pano escorregar por sua presença
Tire esta roupa íntima
Revele toda sua intimidade
Vista-se desta água quente que expõe seu corpo
O vapor faz seu olhar rutilar
Adoro a leveza sublime de sua silhueta única
Perfeição de curvas retas
Sempre o menor caminho
Entre meu desejo e toda sua carne
Seus poros abertos, sensíveis, visíveis
Cabelo e rosto molhados, ilhados
Sensualidade arrebatadora e calma
Meus olhos vidrados
Seu ser cercado do meu por todos os lados
Mão percorre próprio corpo
Seguindo um rito perfeito
Espalhando seu colorido pleno
Por seios, coxas e umbigo
Tanto carinho denota o perigo
A alvura do algodão acolhedor
Enxugará a pureza do banho
Mas não levará nada de sua beleza
Esfoliará sua pele apenas
Impregnando o ar com todo seu perfume
Que se espalha por minha cabeça
Toma conta de meus pensamentos
Transformando a realidade simples do ato
Numa implicância incessante
Quase um mal-trato
A nudez é seu melhor traje
Por saber disso instiga, fustiga
Antes de cair, a toalha sortuda se agarra
Livre de qualquer amarra
Nua em pelo de novo
Um dos pés sobre a cama
O dorso elevado
Janela ao fundo aberta
E a lua cheia é nada
Comparada a sua capacidade de ser bela
Desimporta a roupa que porá
Mas sabe que fica linda de preto
Realça seus olhos marcados
A vida em festa que vive em você
Intensifica o brilho da sua pele lisa
Os adornos são realmente bonitos
Tentam em vão executar missão ingrata
Vai ser impossível
Desviar a atenção do conjunto majestoso
Fica irresistível somente de sandálias e brincos
Usa uma sombra leve
Lápis para avisar
Que é melhor não se descuidar muito
Há fogo neste lugar
Ofego por me queimar
Como se não bastasse
Quase como uma louca
Tira o brilho da bolsa
Espalha por toda a boca
Amanheça meus lábios noturnos com esta luz
Sabe que já não agüento mais esperar
Em frente ao espelho
Um dedo indica
Que devo me aproximar
Mestra na arte de desconcertar
O toque conhecido é sempre surpreendente
O cheiro, quase infame, contundente
O pescoço forte, firme, aparente
Vontade imensa de fincar meus dentes
Quando sou invadido por um olhar
Tudo o que sente é meu
Nada do que vê é seu lugar
Aquilo que ninguém pode possuir
É justo o que quero lha dar
Vestindo para se desnudar
Um abraço por trás carinhoso
Momento tranqüilo, gostoso
Suspiramos felizes, leves no ar
Já não falta nada, está tudo pronto
Daqui não podemos voltar
Fecho todas as portas
Apago as luzes do quarto
Deixo o silencio entrar
Pego as chaves do carro
Aonde vamos jantar?
Deixe esta pano escorregar por sua presença
Tire esta roupa íntima
Revele toda sua intimidade
Vista-se desta água quente que expõe seu corpo
O vapor faz seu olhar rutilar
Adoro a leveza sublime de sua silhueta única
Perfeição de curvas retas
Sempre o menor caminho
Entre meu desejo e toda sua carne
Seus poros abertos, sensíveis, visíveis
Cabelo e rosto molhados, ilhados
Sensualidade arrebatadora e calma
Meus olhos vidrados
Seu ser cercado do meu por todos os lados
Mão percorre próprio corpo
Seguindo um rito perfeito
Espalhando seu colorido pleno
Por seios, coxas e umbigo
Tanto carinho denota o perigo
A alvura do algodão acolhedor
Enxugará a pureza do banho
Mas não levará nada de sua beleza
Esfoliará sua pele apenas
Impregnando o ar com todo seu perfume
Que se espalha por minha cabeça
Toma conta de meus pensamentos
Transformando a realidade simples do ato
Numa implicância incessante
Quase um mal-trato
A nudez é seu melhor traje
Por saber disso instiga, fustiga
Antes de cair, a toalha sortuda se agarra
Livre de qualquer amarra
Nua em pelo de novo
Um dos pés sobre a cama
O dorso elevado
Janela ao fundo aberta
E a lua cheia é nada
Comparada a sua capacidade de ser bela
Desimporta a roupa que porá
Mas sabe que fica linda de preto
Realça seus olhos marcados
A vida em festa que vive em você
Intensifica o brilho da sua pele lisa
Os adornos são realmente bonitos
Tentam em vão executar missão ingrata
Vai ser impossível
Desviar a atenção do conjunto majestoso
Fica irresistível somente de sandálias e brincos
Usa uma sombra leve
Lápis para avisar
Que é melhor não se descuidar muito
Há fogo neste lugar
Ofego por me queimar
Como se não bastasse
Quase como uma louca
Tira o brilho da bolsa
Espalha por toda a boca
Amanheça meus lábios noturnos com esta luz
Sabe que já não agüento mais esperar
Em frente ao espelho
Um dedo indica
Que devo me aproximar
Mestra na arte de desconcertar
O toque conhecido é sempre surpreendente
O cheiro, quase infame, contundente
O pescoço forte, firme, aparente
Vontade imensa de fincar meus dentes
Quando sou invadido por um olhar
Tudo o que sente é meu
Nada do que vê é seu lugar
Aquilo que ninguém pode possuir
É justo o que quero lha dar
Vestindo para se desnudar
Um abraço por trás carinhoso
Momento tranqüilo, gostoso
Suspiramos felizes, leves no ar
Já não falta nada, está tudo pronto
Daqui não podemos voltar
Fecho todas as portas
Apago as luzes do quarto
Deixo o silencio entrar
Pego as chaves do carro
Aonde vamos jantar?
8.6.05
Uivantes
Fala brincando como se fosse possível
Tarefa que se dá a crianças para executar
Coisa que se resolve num piscar de olhos
Num balançar de folhas com o vento
O que nos une é maior, exige cuidado
Muitos querem ter e não conseguem
Fazem força, simulam, intitulam: inferem
Mas estão longe de sentir
Fazem apenas iludir e mentir
Sinto você como se fosse perto
Desconheço as linhas que nos dividem
As peças que nos desmontam
Histórias que não nos contam
Limites que não me limito ter
Nada faz existir o distante
Quero sempre mais
Por desejar querer, tentar
Um tom vermelho sangue
Que nos faz viver, chamar: pulsar
Sequer cogite esquecimentos
Faço palavras para sua capacidade de ler
Juntando em frases pro seu tino de entender
Construo imagens no seu apreender
Para que me prenda junto a você
Nas entrelinhas, que me carregue, me enxergue: descubra
Inunde, veleje, navegue
Com seu desejo, nos dentes cerrados; me pegue
Sendo bom, convide e me leve
Serei querido, contido e entregue
Sua vontade não há quem negue
Além do que eu possa representar
Dos sentimentos que venha a despertar
Prende-me seu apego, seu pacífico desassossego
Suas palavras braços destronando medos
Seu jeito completamente conquistador
Segurança no que acredita
Crença no que faz
Uma força que extrapola meios
Destes cantos digitais
Esta vontade enorme de concertar o mundo
Acabou me acertando
Foi entrando e me levando
Se entregando e me roubando
Brincando eu fui amando
Sem pedir eu fui ficando
Fui acolhido, observado: escolhido
Felicidade lhe falar e ser ouvido
Por isso não chore saudade
Pense em mim e esteja comigo
Impossível ter te esquecido
Muitas vezes quero estar a seu lado
Vontade de um abraço
Sentir de verdade estar perto
Unido como um laço
Distancia concreta e real
Compenso escolhendo minhas melhores falas
Para encontrá-la, poder dá-las
Como se através delas você me sentisse
Fazendo com que eu existisse
Sua aparição revela o acerto
Desejo um dia ficar bem perto
Sob a mesma chuva
Debaixo do mesmo teto
Ao alcance instantâneo
Do enorme e verdadeiro afeto
Tarefa que se dá a crianças para executar
Coisa que se resolve num piscar de olhos
Num balançar de folhas com o vento
O que nos une é maior, exige cuidado
Muitos querem ter e não conseguem
Fazem força, simulam, intitulam: inferem
Mas estão longe de sentir
Fazem apenas iludir e mentir
Sinto você como se fosse perto
Desconheço as linhas que nos dividem
As peças que nos desmontam
Histórias que não nos contam
Limites que não me limito ter
Nada faz existir o distante
Quero sempre mais
Por desejar querer, tentar
Um tom vermelho sangue
Que nos faz viver, chamar: pulsar
Sequer cogite esquecimentos
Faço palavras para sua capacidade de ler
Juntando em frases pro seu tino de entender
Construo imagens no seu apreender
Para que me prenda junto a você
Nas entrelinhas, que me carregue, me enxergue: descubra
Inunde, veleje, navegue
Com seu desejo, nos dentes cerrados; me pegue
Sendo bom, convide e me leve
Serei querido, contido e entregue
Sua vontade não há quem negue
Além do que eu possa representar
Dos sentimentos que venha a despertar
Prende-me seu apego, seu pacífico desassossego
Suas palavras braços destronando medos
Seu jeito completamente conquistador
Segurança no que acredita
Crença no que faz
Uma força que extrapola meios
Destes cantos digitais
Esta vontade enorme de concertar o mundo
Acabou me acertando
Foi entrando e me levando
Se entregando e me roubando
Brincando eu fui amando
Sem pedir eu fui ficando
Fui acolhido, observado: escolhido
Felicidade lhe falar e ser ouvido
Por isso não chore saudade
Pense em mim e esteja comigo
Impossível ter te esquecido
Muitas vezes quero estar a seu lado
Vontade de um abraço
Sentir de verdade estar perto
Unido como um laço
Distancia concreta e real
Compenso escolhendo minhas melhores falas
Para encontrá-la, poder dá-las
Como se através delas você me sentisse
Fazendo com que eu existisse
Sua aparição revela o acerto
Desejo um dia ficar bem perto
Sob a mesma chuva
Debaixo do mesmo teto
Ao alcance instantâneo
Do enorme e verdadeiro afeto
6.6.05
Menos Fácil
Se fizéssemos pelo que dizem
Pararíamos antes de começar
É tudo tão aterrador
Quando não sabem o que queremos
Farei sempre, por toda minha vida
Independente de adivinhar se melhora ou piora
Se rápido ou se demora
Faça com intuito de conseguir
Junta a força a vá embora
Saiba quando chegar a hora
Escutaremos várias verdades pelo trajeto
Muitos estarão errados, outros serão certos
Haverá dias duros e noites sem nenhum teto
Mantenhamos a esperança e todo resto
Pessoas nunca são objetos
Difícil descoisificar alguns que nos cercam
Complicado não retribuir a altura
Opte pela simplicidade complexa
De sabermos ser melhores ao lidar com piores
Não adianta doutrinar bestas feras com violência
Este é o linguajar delas
Devemos demonstrar segurança e poder
Mas é preciso ser gentil
Agir com extrema inteligência
Queremos que elas aprendam
Contrário de mostrar que sabemos ser menores
Que conseguimos maltratar
É fácil fazer errado, diminuir
O resultado é imediato
Crescer é lento, demorado, e só se percebe com o tempo
Tomaremos mordidas certamente
Será doloroso
Quereremos parar com tudo e desacreditar
Que não fomos capazes de domar aquele bicho revolto
Sem atenção miraremos errado mais uma vez
Ele é mesmo difícil, relutante, replicante
Chega a ser bruto, pontiagudo e ignorante
Capaz de destruir no intervalo de um instante
Ignorância parece nunca ser bastante
Aspiremos o bem-querer
Por sua vida, quando discordar de alguém
Ou do próprio mundo
Seja inteligente, delicado e sutil
Lembre como a beleza aproxima o desconhecido
Sorria ao estranho com sinceridade e paixão
Com amor pela vida, pelo outro
Que ser motivo de reconhecimento e aconchego
Seja um fato corriqueiro
Atitude de uma alma em desapego
Consigamos ser amáveis até para discordar
Que acordemos para o significado das palavras
Sem brigas, sem turras, sem pedras
Sem picardias, ardis e emboscadas
Façamos o possível para sermos supremos
Porém, que não subjuguemos
Que não sejamos retrógrados
Não aprisionando para libertar
Sem guerras para pacificar
Sem cruzes para exemplificar
Sem ódio para justificar o amar
Pararíamos antes de começar
É tudo tão aterrador
Quando não sabem o que queremos
Farei sempre, por toda minha vida
Independente de adivinhar se melhora ou piora
Se rápido ou se demora
Faça com intuito de conseguir
Junta a força a vá embora
Saiba quando chegar a hora
Escutaremos várias verdades pelo trajeto
Muitos estarão errados, outros serão certos
Haverá dias duros e noites sem nenhum teto
Mantenhamos a esperança e todo resto
Pessoas nunca são objetos
Difícil descoisificar alguns que nos cercam
Complicado não retribuir a altura
Opte pela simplicidade complexa
De sabermos ser melhores ao lidar com piores
Não adianta doutrinar bestas feras com violência
Este é o linguajar delas
Devemos demonstrar segurança e poder
Mas é preciso ser gentil
Agir com extrema inteligência
Queremos que elas aprendam
Contrário de mostrar que sabemos ser menores
Que conseguimos maltratar
É fácil fazer errado, diminuir
O resultado é imediato
Crescer é lento, demorado, e só se percebe com o tempo
Tomaremos mordidas certamente
Será doloroso
Quereremos parar com tudo e desacreditar
Que não fomos capazes de domar aquele bicho revolto
Sem atenção miraremos errado mais uma vez
Ele é mesmo difícil, relutante, replicante
Chega a ser bruto, pontiagudo e ignorante
Capaz de destruir no intervalo de um instante
Ignorância parece nunca ser bastante
Aspiremos o bem-querer
Por sua vida, quando discordar de alguém
Ou do próprio mundo
Seja inteligente, delicado e sutil
Lembre como a beleza aproxima o desconhecido
Sorria ao estranho com sinceridade e paixão
Com amor pela vida, pelo outro
Que ser motivo de reconhecimento e aconchego
Seja um fato corriqueiro
Atitude de uma alma em desapego
Consigamos ser amáveis até para discordar
Que acordemos para o significado das palavras
Sem brigas, sem turras, sem pedras
Sem picardias, ardis e emboscadas
Façamos o possível para sermos supremos
Porém, que não subjuguemos
Que não sejamos retrógrados
Não aprisionando para libertar
Sem guerras para pacificar
Sem cruzes para exemplificar
Sem ódio para justificar o amar
3.6.05
Sinestesia
Nem sei se eu mesmo entendo
Sei que sinto as coisas do mundo
Batendo em minhas palavras
Que saem com firmeza aterradora
Sei exatamente do que não estou falando
Os arrepios quentes descem pelo couro
Fazendo ouro das minhas extremidades em decimal
Estes dedos frágeis que tentam captar
Idéias ágeis que confundem minhas clarezas
Arrumo tudo em grupos de cinco linhas
A ordem dos acontecimentos
Deriva daquilo que absorvo ao meu redor
Por vezes me falta um langanho de escrita qualquer
Na maioria das vezes sobra a escassez do grafite
As rimas que fogem parecem mais belas que as ficantes
Quase prepotente invento palavras
Verbifico substantivos
Dou alma a coisas mortas
Enxergo vida na tristeza infinita de rompimentos errantes
Sensibilizo um pós no que era apenas antes
Este próprio, do que fala, não sei dizer
Fruto de um comentário carinhoso que pude ler
Não tenho a resposta que deveria
Dou-me a todos por minhas letras
Sou aqui descrito ao escrever
Se toco a muitos é porque fui tocado
Retribuo cada afeto, cada gesto, cada teto
Esforço-me para olhar no silêncio dos que apenas passam
O que faltou para que eles parassem
Comentando o que sentiram
Mas faço de forma igual
Por muitas leio com pleno respeito
Admiro, paro, reflito e respiro
Tomado por emoção contida sequer sugiro
Apenas adoro pois nelas creio
A invisibilidade das tormentas criadas
Esquentam minha cara calma
Rebatem em minhas dúvidas claras
Sacudindo uma estrutura maleável
Recebo cada idéia como um presente
Sou feliz por perceber
Que duvido de minha própria escrita
Achando que poderia ser refeito
Algo que para alguém foi perfeito
Acreditar que há outro jeito
Porem, em todas as minhas linhas
Há um desejo que sei de cor
Espero que todos queiram
Fazendo de si, seu mundo
Lugar feliz de tempo habitável e a cada dia um lugar melhor
Sei que sinto as coisas do mundo
Batendo em minhas palavras
Que saem com firmeza aterradora
Sei exatamente do que não estou falando
Os arrepios quentes descem pelo couro
Fazendo ouro das minhas extremidades em decimal
Estes dedos frágeis que tentam captar
Idéias ágeis que confundem minhas clarezas
Arrumo tudo em grupos de cinco linhas
A ordem dos acontecimentos
Deriva daquilo que absorvo ao meu redor
Por vezes me falta um langanho de escrita qualquer
Na maioria das vezes sobra a escassez do grafite
As rimas que fogem parecem mais belas que as ficantes
Quase prepotente invento palavras
Verbifico substantivos
Dou alma a coisas mortas
Enxergo vida na tristeza infinita de rompimentos errantes
Sensibilizo um pós no que era apenas antes
Este próprio, do que fala, não sei dizer
Fruto de um comentário carinhoso que pude ler
Não tenho a resposta que deveria
Dou-me a todos por minhas letras
Sou aqui descrito ao escrever
Se toco a muitos é porque fui tocado
Retribuo cada afeto, cada gesto, cada teto
Esforço-me para olhar no silêncio dos que apenas passam
O que faltou para que eles parassem
Comentando o que sentiram
Mas faço de forma igual
Por muitas leio com pleno respeito
Admiro, paro, reflito e respiro
Tomado por emoção contida sequer sugiro
Apenas adoro pois nelas creio
A invisibilidade das tormentas criadas
Esquentam minha cara calma
Rebatem em minhas dúvidas claras
Sacudindo uma estrutura maleável
Recebo cada idéia como um presente
Sou feliz por perceber
Que duvido de minha própria escrita
Achando que poderia ser refeito
Algo que para alguém foi perfeito
Acreditar que há outro jeito
Porem, em todas as minhas linhas
Há um desejo que sei de cor
Espero que todos queiram
Fazendo de si, seu mundo
Lugar feliz de tempo habitável e a cada dia um lugar melhor
1.6.05
Cego de Visão
A magreza consumia-lhe, faminta
Como se quisesse roubar seus ossos
Pois já não havia carne alguma
Só o esboço, um croqui, bisonho, em pelancas
Não havia traço do que poderia ter sido
Desconhecido o motivo da derrocada
Incerto também se existe crise
Naquela visão triste
Vida esvaindo e morte em riste
Expondo a todos aquele espetáculo
Sem saúde, sem beleza, sem virtude
Entregou-se a pista perigosa
Procurou paz num carro apressado qualquer
Queria privar os expectadores da aterradora visão
Mas há cegos pelo caminho
Que têm o sentir como profissão
Enxergam além dos puros olhares
Mergulham na feiúra volátil das estampas
Respirando a beleza esquecida em farrapos de vida
Aspiram o bem de quem já não o tem
Seria mais uma vítima do excesso de azar
Mais uma culpada pela fraqueza da sorte
Há existências dignas de pena
Reais merecedoras da morte
Trabalham os cegos
Repletos de autoridade imobilizam a via mortal
Chegam reforços na viatura flamejante
Munidos da parafernália necessária
Que cessará o tumulto causado
O silêncio toma conta do lugar
Saem os cegos com seus escudos de espelho
Abrem um clarão em volta daquele arremedo de vida
Que desanimado se entrega ao conforto áspero do chão
Suplicante por um fim indolor, eficaz e voraz
O circulo de reflexos mostra opções
Variadas, boas e perturbadoras
Umas infinitamente piores que o agora
Algumas melhores que os mais lindos sonhos
Um único espaço vazio e a via vazia ao longe
Nossa amiga abatida resolve levantar
Descobriu que ainda havia força para mais alguns passos
Que se quisesse conseguiria andar
Desdenhou dos infortúnios e glórias das imagens
Resolveu caminhar
Descobriu que sabia enxergar
Cambaleante e feliz dava passos fracos
Imponentes, comoventes: decentes
Sustentava sua fraqueza com a devida austeridade
Pedia ajuda como quem reconhece o valor
De querer ser ajudado
Daquele instante em diante
Uma vida nova desestagnava
O corpo esvaziado do ontem
Deu lugar as chances do presente difícil
O futuro continua incerto e inseguro
Porém existe
O póstumo se posta de pé e caminha
Ali jaz um defunto que vive
Promessa absoluta da vontade de ser feliz
Nem todos acordam vivos quando abrem os olhos
Somos mortos se não fazemos por nós
Egoístas, mesquinhos e pobres se sós
Infelizes aqueles que não entendem
A verdade absurda do sorriso intacto das crianças
Que amam na mais completa cegueira
Escolhem pelo instinto
Pelo cheiro, carinho e confiança
Mirabolantes, entregam-se ao colo santo
Que lhes reconforta e traz esperança
Desconcertantemente são
Que seu destino refletido em nós
Seja tão maravilhoso quanto seu passado inteiro
Pois elas sabem amar a todos
Com sentimento simples, verdadeiro
Sem espaços para reflexão
Mire-se nos olhos do dito sadio
Como se este fosse fisicamente incapaz
Encontre nele a opacidade branca pacificadora
Que não lhe reflete jamais
Sem sua imagem pronta é você quem se faz
P.S: Gostaria de explicar o motivo e o porquê deste texto. Hoje, ao sair para trabalhar, normalmente, o transito ruim de costume estava pior. Uma viatura do corpo de bombeiros estava resgatando uma cadela. Magra, mal tratada, talvez vadia e sem dono, mas uma vida. Assustada, tinha os quantos baixos, rabo entre as pernas e aquele olhar de: me ajude por favor. Foi o que ocorreu. Os bombeiros pararam o transito, liberaram o caminho e puseram-na em segurança, sem puxá-la ou forçá-la em momento algum.
Já vi bicho gente em situação igual ou pior e felizmente existem bombeiros de vida por aí, esperando por um chamado. É bom perceber que certas pessoas entram no fogo literalmente por semelhantes que sequer conhecem e em certas situações que estes mesmos são capazes de arriscar a própria vida para salvar a daqueles que talvez nem as tenham mais.
Que tenhamos a decência de sabermos quando pedir ajuda. E mais importante, que quando formos ajudar, que façamos de coração, sem esperar gratidão, sem estarmos motivados pela aparência ou conhecimento sobre aquele que receberá nossa ajuda. Que antes de começarmos a fazer qualquer coisa em nossas vidas, saibamos que estamos fazendo por simplesmente querermos fazer. Obrigado e desculpem qualquer maluquice. Beijos
Como se quisesse roubar seus ossos
Pois já não havia carne alguma
Só o esboço, um croqui, bisonho, em pelancas
Não havia traço do que poderia ter sido
Desconhecido o motivo da derrocada
Incerto também se existe crise
Naquela visão triste
Vida esvaindo e morte em riste
Expondo a todos aquele espetáculo
Sem saúde, sem beleza, sem virtude
Entregou-se a pista perigosa
Procurou paz num carro apressado qualquer
Queria privar os expectadores da aterradora visão
Mas há cegos pelo caminho
Que têm o sentir como profissão
Enxergam além dos puros olhares
Mergulham na feiúra volátil das estampas
Respirando a beleza esquecida em farrapos de vida
Aspiram o bem de quem já não o tem
Seria mais uma vítima do excesso de azar
Mais uma culpada pela fraqueza da sorte
Há existências dignas de pena
Reais merecedoras da morte
Trabalham os cegos
Repletos de autoridade imobilizam a via mortal
Chegam reforços na viatura flamejante
Munidos da parafernália necessária
Que cessará o tumulto causado
O silêncio toma conta do lugar
Saem os cegos com seus escudos de espelho
Abrem um clarão em volta daquele arremedo de vida
Que desanimado se entrega ao conforto áspero do chão
Suplicante por um fim indolor, eficaz e voraz
O circulo de reflexos mostra opções
Variadas, boas e perturbadoras
Umas infinitamente piores que o agora
Algumas melhores que os mais lindos sonhos
Um único espaço vazio e a via vazia ao longe
Nossa amiga abatida resolve levantar
Descobriu que ainda havia força para mais alguns passos
Que se quisesse conseguiria andar
Desdenhou dos infortúnios e glórias das imagens
Resolveu caminhar
Descobriu que sabia enxergar
Cambaleante e feliz dava passos fracos
Imponentes, comoventes: decentes
Sustentava sua fraqueza com a devida austeridade
Pedia ajuda como quem reconhece o valor
De querer ser ajudado
Daquele instante em diante
Uma vida nova desestagnava
O corpo esvaziado do ontem
Deu lugar as chances do presente difícil
O futuro continua incerto e inseguro
Porém existe
O póstumo se posta de pé e caminha
Ali jaz um defunto que vive
Promessa absoluta da vontade de ser feliz
Nem todos acordam vivos quando abrem os olhos
Somos mortos se não fazemos por nós
Egoístas, mesquinhos e pobres se sós
Infelizes aqueles que não entendem
A verdade absurda do sorriso intacto das crianças
Que amam na mais completa cegueira
Escolhem pelo instinto
Pelo cheiro, carinho e confiança
Mirabolantes, entregam-se ao colo santo
Que lhes reconforta e traz esperança
Desconcertantemente são
Que seu destino refletido em nós
Seja tão maravilhoso quanto seu passado inteiro
Pois elas sabem amar a todos
Com sentimento simples, verdadeiro
Sem espaços para reflexão
Mire-se nos olhos do dito sadio
Como se este fosse fisicamente incapaz
Encontre nele a opacidade branca pacificadora
Que não lhe reflete jamais
Sem sua imagem pronta é você quem se faz
P.S: Gostaria de explicar o motivo e o porquê deste texto. Hoje, ao sair para trabalhar, normalmente, o transito ruim de costume estava pior. Uma viatura do corpo de bombeiros estava resgatando uma cadela. Magra, mal tratada, talvez vadia e sem dono, mas uma vida. Assustada, tinha os quantos baixos, rabo entre as pernas e aquele olhar de: me ajude por favor. Foi o que ocorreu. Os bombeiros pararam o transito, liberaram o caminho e puseram-na em segurança, sem puxá-la ou forçá-la em momento algum.
Já vi bicho gente em situação igual ou pior e felizmente existem bombeiros de vida por aí, esperando por um chamado. É bom perceber que certas pessoas entram no fogo literalmente por semelhantes que sequer conhecem e em certas situações que estes mesmos são capazes de arriscar a própria vida para salvar a daqueles que talvez nem as tenham mais.
Que tenhamos a decência de sabermos quando pedir ajuda. E mais importante, que quando formos ajudar, que façamos de coração, sem esperar gratidão, sem estarmos motivados pela aparência ou conhecimento sobre aquele que receberá nossa ajuda. Que antes de começarmos a fazer qualquer coisa em nossas vidas, saibamos que estamos fazendo por simplesmente querermos fazer. Obrigado e desculpem qualquer maluquice. Beijos
30.5.05
Sem asas
Venho de mais um início
Eles sempre acabam assim
Despenhadeiros silenciosos
A voz sempre berra na minha vontade
Vou pular, irremediavelmente
Procuro por estes saltos sempre
Como de costume sento no seu ponto crítico
Apesar de conhecer tudo que deixei pra trás
Contemplo este novo passado recém concluído
Acenando com gestos de presente
Consegui tanta coisa nele
Que me parece tentador
As chamas de conquistas conscientes
Aquecem meu orgulho que perece querer calmaria
Levanto humilde: respiro fundo
Deixo meu último sopro no ar
Meu âmago num derradeiro suspiro
Sorrio por dentro e aprazo-me
Deliciosa esta sensação do vazio que se preenche
O futuro do meu presente está liberto novamente
Um vento infame sibila a meus ouvidos
Pedidos de estagnação serpenteando
Sinto pena dele
Sequer imagina aonde quero chegar
Suicídio seria parar repentino, imotivadamente
Puro movimento
Falta de contentamento
Inconfundível com tristeza
Certeza que conseguirei sempre
Calculo o tempo da queda livre em lembranças
Terei do ontem sinceros sorrisos
Contundentes cicatrizes pela alma
Invisíveis aos meus amigos
Indizíveis aos que apenas criticam
Perdemos quando nossa fala nos ensurdece
Queremos tanto ser voz
Acabamos por nos mudificar
Deveríamos ser audíveis
Mas apenas vemos com nossos ouvidos tortos
Oásis pérfidos, perdidos e amorfos
Meus olhos não servirão de nada agora
Fecho-os, e meu coração se expande
Minha pele sente cada alteração da temperatura
O calor da coragem invade
Sei que vou precisar de força
Posicionamento é essencial
Devemos saber como e onde cair
Quando queda e dor são inevitáveis
Quando crescer é incontrolável
De pé, pois precisarei da cabeça intacta
Pulo completamente feliz
Cobiço a mim mesmo plenamente
Aprendi que é importantíssimo perceber
Quando conseguimos o que queríamos
Não quero sonhos quando estou acordado
É tempo de fazer sempre
Salto revitalizantemente sublime
Certamente terei pernas tremulas no final
Este recomeço é ulteriormente distante
Tudo envereda saber e busca
Membros inferiores completamente impedidos
Impossibilitado de andar devido ao choque
Queda livre alucinante
Sem um desquerido pára-quedas
O momento limitador
Podemos deixar que o passado apressado nos consuma
Como um alento para a dor do atual desconhecido
Tornando impróprio tamanho desprendimento
Desperdiçando o fortalecimento forjado nos idos
Miro meu sol ao longe e limito meu próximo passo
Pensamentos no lugar me dão asas
Voarei até poder caminhar
Fase adequada dos sonhos
Hora para refletir e pensar
Descanso merecido para quem se comprometeu marchar
Reconfortado pelo sono rápido
Levanto palpitando expectativas
Ainda dói em muitos cantos
Mas o sangue que escorre sinaliza a dádiva
Estou vivo e posso continuar a vida
Com passos firmes, pés calçados de experiência
Bússola imantada de instinto
Apontando mais uma vitória
Por mais que ela gire e dance em espirais de fogo
Contemplarei cada mudança de seu ritmo incerto
Nunca fujo dos demônios que se apresentam
Uma vez no inferno
Peça ao diabo para assinar
Faça um trato com ele
Serão um do outro até a música parar
Referencias aos limites
Devemos saber impô-los
A nós mesmos
Para que não andemos indefinidamente
As músicas sempre acabam
Como finda o tempo de chorar
Hoje, visto o traje da felicidade
Com botões reluzentes
Relógio de horas contentes
Vontade enorme de vê-las passar
Cada ínfima escolha de nossas vidas
Nos leva a seguir ou parar
Depende do que realmente queremos
Do como e onde queremos ficar
Nem comece se desconhece onde vai terminar
Quero os desafios da vida
Os prazeres da carne
Os desejos da alma
Qualquer pressa e toda calma
O amor, que sempre mata, renasce e salva
Eles sempre acabam assim
Despenhadeiros silenciosos
A voz sempre berra na minha vontade
Vou pular, irremediavelmente
Procuro por estes saltos sempre
Como de costume sento no seu ponto crítico
Apesar de conhecer tudo que deixei pra trás
Contemplo este novo passado recém concluído
Acenando com gestos de presente
Consegui tanta coisa nele
Que me parece tentador
As chamas de conquistas conscientes
Aquecem meu orgulho que perece querer calmaria
Levanto humilde: respiro fundo
Deixo meu último sopro no ar
Meu âmago num derradeiro suspiro
Sorrio por dentro e aprazo-me
Deliciosa esta sensação do vazio que se preenche
O futuro do meu presente está liberto novamente
Um vento infame sibila a meus ouvidos
Pedidos de estagnação serpenteando
Sinto pena dele
Sequer imagina aonde quero chegar
Suicídio seria parar repentino, imotivadamente
Puro movimento
Falta de contentamento
Inconfundível com tristeza
Certeza que conseguirei sempre
Calculo o tempo da queda livre em lembranças
Terei do ontem sinceros sorrisos
Contundentes cicatrizes pela alma
Invisíveis aos meus amigos
Indizíveis aos que apenas criticam
Perdemos quando nossa fala nos ensurdece
Queremos tanto ser voz
Acabamos por nos mudificar
Deveríamos ser audíveis
Mas apenas vemos com nossos ouvidos tortos
Oásis pérfidos, perdidos e amorfos
Meus olhos não servirão de nada agora
Fecho-os, e meu coração se expande
Minha pele sente cada alteração da temperatura
O calor da coragem invade
Sei que vou precisar de força
Posicionamento é essencial
Devemos saber como e onde cair
Quando queda e dor são inevitáveis
Quando crescer é incontrolável
De pé, pois precisarei da cabeça intacta
Pulo completamente feliz
Cobiço a mim mesmo plenamente
Aprendi que é importantíssimo perceber
Quando conseguimos o que queríamos
Não quero sonhos quando estou acordado
É tempo de fazer sempre
Salto revitalizantemente sublime
Certamente terei pernas tremulas no final
Este recomeço é ulteriormente distante
Tudo envereda saber e busca
Membros inferiores completamente impedidos
Impossibilitado de andar devido ao choque
Queda livre alucinante
Sem um desquerido pára-quedas
O momento limitador
Podemos deixar que o passado apressado nos consuma
Como um alento para a dor do atual desconhecido
Tornando impróprio tamanho desprendimento
Desperdiçando o fortalecimento forjado nos idos
Miro meu sol ao longe e limito meu próximo passo
Pensamentos no lugar me dão asas
Voarei até poder caminhar
Fase adequada dos sonhos
Hora para refletir e pensar
Descanso merecido para quem se comprometeu marchar
Reconfortado pelo sono rápido
Levanto palpitando expectativas
Ainda dói em muitos cantos
Mas o sangue que escorre sinaliza a dádiva
Estou vivo e posso continuar a vida
Com passos firmes, pés calçados de experiência
Bússola imantada de instinto
Apontando mais uma vitória
Por mais que ela gire e dance em espirais de fogo
Contemplarei cada mudança de seu ritmo incerto
Nunca fujo dos demônios que se apresentam
Uma vez no inferno
Peça ao diabo para assinar
Faça um trato com ele
Serão um do outro até a música parar
Referencias aos limites
Devemos saber impô-los
A nós mesmos
Para que não andemos indefinidamente
As músicas sempre acabam
Como finda o tempo de chorar
Hoje, visto o traje da felicidade
Com botões reluzentes
Relógio de horas contentes
Vontade enorme de vê-las passar
Cada ínfima escolha de nossas vidas
Nos leva a seguir ou parar
Depende do que realmente queremos
Do como e onde queremos ficar
Nem comece se desconhece onde vai terminar
Quero os desafios da vida
Os prazeres da carne
Os desejos da alma
Qualquer pressa e toda calma
O amor, que sempre mata, renasce e salva
24.5.05
Transparencias
Sua carne
Quero mais dela, mais nela
Ser meu tempo que não acaba em você
Mas que no seu ser se encerra
Quando entra, finca e fecunda; terra
Suar sobre sua fertilidade dada
Pronta como as nuvens que proporcionam chuva
Seus planaltos, planícies, depressões e lagoas
Pois seu liquido é levemente salgado
Temperado com o cheiro do desejo derramado nele
Não te vejo coisa
Sinto-lhe gente
Fervente, ardendo, ardente
Inteiramente febril
De interior alucinantemente quente
Que me queima e não adoece
Que me maltrata e não me padece
Por me deixar de boca seca me entorpece
Que da prazer e o merece
Possua toda minha capacidade de satisfazê-la
Deixe minha língua pintar você
Transparente
Para não lhe perder
Saber cada nuance de sua pele
Beijar cada pinta linda que se espalha por seu corpo
Arraste sua cor por minha vermelhidão sacana
Entenda meu falo
Quando falo
Pelo intenso de seu interior
Onde me calo
Que você absorva minha mudez grunhida
Dando voz as genitálias vivas
A minha, a sua: unidas
Falando amor de forma transcendente
O inexplicável só se sente
Imprima seu desejo em mim com força
Deixe seu rastro presente, forte, pertinente
Qu’eu encontro o caminho
Penetrando seus portões de frente
Implicou, agora agüente
Largue-se e solte esta vontade
Crave as unhas, me abre as costas; invade
Solte esta garganta e liberte esta alma em gozo
Antes que eu arranque este orgasmo com a língua
Mas para que pressa se podemos esperar, ainda
Você de pé
Mãos na parede, espalmadas
Pernas lisas, coxas firmes, bunda empinada
Quase malvada merecia palmadas
Maravilhosa quando fica vermelha
Recosto minha testa sobre sua nuca arrepiada
Uma palavra implicante
Sua respiração profunda
Você completamente maluca
Leva meu corpo pra dentro do seu, ofegante, delirante
Dança nova
A musica de hoje fui eu que compus
O traje desimporta
Pois dançaremos completos e inteiramente nus
Irrepreensível as formas que toco e as que vejo no espelho
Alucinante perceber nós dois
Quando somos um só
Meu corpo dentro do seu
O seu guardando o meu
Consumiremos o desejo de antes durante o depois
Momento de plena degustação
Quero seu hálito, seu dedo do pé, suas mãos
Levo seu corpo a boca
Imitando as suas em forma de vão
Espaços onde me enfio: me perco, me acho
Você fêmea; eu macho
Além de todo instinto um fato:
Sempre há o carinho no rosto, o abraço
Escorrego suado nos seios, me encaixo
Olhos abertos, beijo na boca, meu peso em você
Refletidos nos olhos do outro
Percebemos o momento quase cruel
No ápice do calor infernal
Chegamos juntos ao céu
Unindo seu verniz reluzente ao meu branco pastel
Quero mais dela, mais nela
Ser meu tempo que não acaba em você
Mas que no seu ser se encerra
Quando entra, finca e fecunda; terra
Suar sobre sua fertilidade dada
Pronta como as nuvens que proporcionam chuva
Seus planaltos, planícies, depressões e lagoas
Pois seu liquido é levemente salgado
Temperado com o cheiro do desejo derramado nele
Não te vejo coisa
Sinto-lhe gente
Fervente, ardendo, ardente
Inteiramente febril
De interior alucinantemente quente
Que me queima e não adoece
Que me maltrata e não me padece
Por me deixar de boca seca me entorpece
Que da prazer e o merece
Possua toda minha capacidade de satisfazê-la
Deixe minha língua pintar você
Transparente
Para não lhe perder
Saber cada nuance de sua pele
Beijar cada pinta linda que se espalha por seu corpo
Arraste sua cor por minha vermelhidão sacana
Entenda meu falo
Quando falo
Pelo intenso de seu interior
Onde me calo
Que você absorva minha mudez grunhida
Dando voz as genitálias vivas
A minha, a sua: unidas
Falando amor de forma transcendente
O inexplicável só se sente
Imprima seu desejo em mim com força
Deixe seu rastro presente, forte, pertinente
Qu’eu encontro o caminho
Penetrando seus portões de frente
Implicou, agora agüente
Largue-se e solte esta vontade
Crave as unhas, me abre as costas; invade
Solte esta garganta e liberte esta alma em gozo
Antes que eu arranque este orgasmo com a língua
Mas para que pressa se podemos esperar, ainda
Você de pé
Mãos na parede, espalmadas
Pernas lisas, coxas firmes, bunda empinada
Quase malvada merecia palmadas
Maravilhosa quando fica vermelha
Recosto minha testa sobre sua nuca arrepiada
Uma palavra implicante
Sua respiração profunda
Você completamente maluca
Leva meu corpo pra dentro do seu, ofegante, delirante
Dança nova
A musica de hoje fui eu que compus
O traje desimporta
Pois dançaremos completos e inteiramente nus
Irrepreensível as formas que toco e as que vejo no espelho
Alucinante perceber nós dois
Quando somos um só
Meu corpo dentro do seu
O seu guardando o meu
Consumiremos o desejo de antes durante o depois
Momento de plena degustação
Quero seu hálito, seu dedo do pé, suas mãos
Levo seu corpo a boca
Imitando as suas em forma de vão
Espaços onde me enfio: me perco, me acho
Você fêmea; eu macho
Além de todo instinto um fato:
Sempre há o carinho no rosto, o abraço
Escorrego suado nos seios, me encaixo
Olhos abertos, beijo na boca, meu peso em você
Refletidos nos olhos do outro
Percebemos o momento quase cruel
No ápice do calor infernal
Chegamos juntos ao céu
Unindo seu verniz reluzente ao meu branco pastel
23.5.05
Juntos
Tinha certeza que você podia esperar
Que pararia sua vida se fosse preciso
Mesmo sabendo que não tinha a menor noção do quando
Faria o impossível por apenas um momento
Um segundo que lhe reservasse a felicidade plena
Mas o respeito por sua vontade
É maior que minha eficácia em ser egoísta
Jamais me permitiria usar sua esperança
Como desculpa para minha covardia
Desperto do sono cômodo, como um cavalo recém parido
Dou coices a esmo no vento
Tentando acertar o tempo perdido
Ponho me de pé
Pois é preciso correr muito
Estive séssil por demais
Tenho um mundo adverso para dobrar
Cada aresta, cada farpa
Tocarei todas
Minha carne ficará pelo caminho
Seriei mais forte em cada gota derramada
Este sangue tem destino certo
Renovação dolorosa
Que trará um fruto vermelho e vivo
Nosso amor em carne e sentimento
Tudo que meus sonhos quiseram de nós
Guinar-se-ão pelo ímpeto de conquista
Ganhar você dia a dia
Pelo prazer de lhe ser prazer
Pelo fato de proporcionar tudo que você quereria ter
Adivinhando seus objetivos intraçados
Matéria prima de sua construção
Liquidez de sua água
Para que eu não passe despercebido
Como o oxigênio que você respira
Invisível e indispensável
Quero que me perceba
Que eu lhe falte
Que me tenha
Que me coma e que me beba
Tangibilidade sutil e devastadora
Mais que necessidade; uma indispensabilidade
Não quero ser bom; serei o seu melhor
Longe é estar ao lado; permanecerei dentro
Jamais ser ausência; por vezes, estar saudade
Trocar o triste tenho que ir embora, por um feliz já volto
Sua vontade equivalente fez-me perceber
Que há possibilidade no incabível de ontem
Fazendo maior uma força antes enorme
Nada fará com que eu desista
Melhor ainda saber que não desistiremos
Obrigado por parar de fugir de si mesma
Por ter percebido o que é o amor
Descobrir a diferença entre paciência e conformismo
E tornar dois pronomes num ambíguo duplo solitário
Por ter feito de eu e você, um só nós dois
Que pararia sua vida se fosse preciso
Mesmo sabendo que não tinha a menor noção do quando
Faria o impossível por apenas um momento
Um segundo que lhe reservasse a felicidade plena
Mas o respeito por sua vontade
É maior que minha eficácia em ser egoísta
Jamais me permitiria usar sua esperança
Como desculpa para minha covardia
Desperto do sono cômodo, como um cavalo recém parido
Dou coices a esmo no vento
Tentando acertar o tempo perdido
Ponho me de pé
Pois é preciso correr muito
Estive séssil por demais
Tenho um mundo adverso para dobrar
Cada aresta, cada farpa
Tocarei todas
Minha carne ficará pelo caminho
Seriei mais forte em cada gota derramada
Este sangue tem destino certo
Renovação dolorosa
Que trará um fruto vermelho e vivo
Nosso amor em carne e sentimento
Tudo que meus sonhos quiseram de nós
Guinar-se-ão pelo ímpeto de conquista
Ganhar você dia a dia
Pelo prazer de lhe ser prazer
Pelo fato de proporcionar tudo que você quereria ter
Adivinhando seus objetivos intraçados
Matéria prima de sua construção
Liquidez de sua água
Para que eu não passe despercebido
Como o oxigênio que você respira
Invisível e indispensável
Quero que me perceba
Que eu lhe falte
Que me tenha
Que me coma e que me beba
Tangibilidade sutil e devastadora
Mais que necessidade; uma indispensabilidade
Não quero ser bom; serei o seu melhor
Longe é estar ao lado; permanecerei dentro
Jamais ser ausência; por vezes, estar saudade
Trocar o triste tenho que ir embora, por um feliz já volto
Sua vontade equivalente fez-me perceber
Que há possibilidade no incabível de ontem
Fazendo maior uma força antes enorme
Nada fará com que eu desista
Melhor ainda saber que não desistiremos
Obrigado por parar de fugir de si mesma
Por ter percebido o que é o amor
Descobrir a diferença entre paciência e conformismo
E tornar dois pronomes num ambíguo duplo solitário
Por ter feito de eu e você, um só nós dois
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