29.4.05

Residente

Hoje não queria sair de casa
Ter obrigação
Dar bom dia quando não o fosse
Ir me vender barato para alguém

Queria ficar comigo, sozinho

Clima frio aí fora
E o calor daqui de dentro me endurece
Fixando minha vontade
Onde só eu sei achar

Dentro de mim está tudo sob controle

Uma vigilância absurda
Que ensurdece olhos
Que teimosos só vêem medo
Onde deveria haver confiança

Ser hóspede de outra pessoa é realmente maravilhoso

No momento estou intransigente
Quase perfeccionista
Qualquer coisa que não pareça comigo
Parece incipiente, frágil e displicente

Bem no raso sei o motivo; estou carente

De me dar por completo
De não poder ficar
De ter que esconder em sombras
A vontade enorme de falar

Necessito verbalizar que te amo

Montar sua existência no meu existir é muito duro
Construir seu eu e dividi-lo comigo é possível
Porém me desfaço, desacho
Perdido entre conviver comigo e poder perder você

Tortura escolher entre estes dois amores

Com a razão residindo no peito
Fica mais forçado respirar
No meio de tanto vermelho sangue
Só consigo suspirar

Um lamento que pede atitudes

Externas, estremas, eternas
Que caia o mundo entre as pernas
Escorando joelhos quebrados
Por carga de um peso insuportável

Que teima em carregar sem perceber

Entregue-me para você
Me receba
Coloque-me em seu colo
Em seu seio

Quieto e completo eu semeio e colho

Nosso beijo de bom dia
Aquele sorriso de alegria
A felicidade que irradia
O amor de nossos sonhos

Por este motivo quero ficar em casa

Por não haver nada melhor na rua
Por ninguém ser mais linda que você nua
Por estar aqui a língua tua
Provando lasciva minha vontade

Quero dar-me a você inteiro

Consuma meu desejo que reverbera por suas paredes
Abuse da minha masculinidade verticalizada
Entregue-se pela luxúria lânguida do horizonte
Que percebo ao contemplar você

Acredite: você pode!

Esquartejar minhas horas em frações de segundo
Eternizar momentos através de existências
Ser assim tão exagerada
Justamente sendo tão simples

És quem eu quero; a que amo

Leva-me pra sua vida
Faz isso hoje, agora
Me lambuza de sua vontade
Prova o rosto, o corpo, o gosto, o gozo

Mastigue, deguste, devora, sem demora

Este sentir que implora por uma chance
Verdadeiro como a tristeza que carrego no peito
Ao sentir fraqueza por não conseguir
Até que a verdade acorda minha realidade

Hoje é dia de estar lá fora

Feliz, disposto e exposto
Procurando uma luz ultra que diferencie minha refração
Lançando um raio-lança que te alcança
Petrificando a esperança em seu coração

Pra que descubras que seu amor sou eu

Preciso estar fora de mim
Pra que me ache
Indispensável ser eu por aí
Sem mais disfarces

Enfim descubra, me beije, me abrace

Sinta o peso de não me envolver em seus braços
Rasgue sua garganta neste grito afônico
Engasgue com esta falta que entope a glote
Envergue pela insustentabilidade do tudo que é não ter

A isto chame saudade.

27.4.05

Escrita

Papéis em branco são sempre assim
Nos roubam o colorido, levam nosso vazio
Cheio de escuro, de procura
Sensação de loucura

Fazendo acender certas chamas

Começa de novo, um novo
A cada olhar para aquele espaço
Nos acho mais perto
Desenho você para mim

Assim, de dentro, pra fora, agora!

Sem formas, sem cheiro
Rabisco sem jeito, te escrevo
Acentuo, pontuo; desejo
Contorno seu corpo a cada beijo

Certo ao quando, o quanto reticentiar-te

Letras são realmente pinturas
Descrever sua pessoa é sempre a mais bela
Toda vez que te repito
Diferente, nova, a mesma; presente

Deslumbre de imaginação consciente

Não preciso de borracha ou retoques
Qualquer traço seu me marca
Ilimita, transita, me agita
Faz os dedos discorrerem linhas simples

Pela simplicidade de saber-te inscrita em mim

São versos que quase choro
Pressas em que demoro
Por todo verso que te declamo
Te chamo, em dentro, te amo

Pois nada mais é que a letra que vive; meu fim

Tarefa fácil fazer tão difícil compilação
São frases suas
Palavras nuas
Vontades cruas

Papel liso o sentir de seu rosto em minha mão

25.4.05

Quasifeito

Quase é sempre um lamento
Grito de um querer desatento
Sucesso de um desfazedor de inventos
Um nada que ainda tento

Tudo aquilo que não agüento

Recusa inerte de tentar ainda mais
Como quem quer conseguir sem ter que lutar
Pelo desprezo da vitória
Pela glória insuportável da conquista

Justo por não julgar merecido tanto valor

Esperar por algo que sabido não vem
Pois mora em outro animo esta viagem
O rumar certeiro da colisão
De dois corpos que se compõe

Unidos por uma vontade rascante

Travando o doce do corpo
Roubando com a língua
As estrelas do céu da boca
Clareando o dia com o sol do desejo

Quando tudo falta descobrimos do que as coisas são feitas

A natureza é noite por excelência
Escurece quando há nuvens densas ao meio dia
O amor é sempre o outro
Notório que sou nada

Quando de ti, minha existência esvazia

Sentir falta é pros que apenas gostam
Dói, faz lembrar e passa
Saudade é para quem ama
Atropela, despedaça, acaba com o dia e fica

Aquela vontade de você, indevassa

Consumir sua transparência é o mínimo
Que a opacidade de meu despertar solitário pode fazer
Marcas de um lençol que parece comigo
Amarrotado, vasto, desusado

Como se o avesso fosse meu único direito

Agora quebro copos
Levanto com o pé esquerdo
Passo por baixo de escadas
Pego o ônibus errado

proposital, pra ver se a vida muda, e se acho você

Agrido cada poça d’água com pisões tonelares
Esperando que você saia do próximo reflexo
Mas você não vem, teima em se esconder
E cansado de tentar mudar o mundo, desperto

Chegada a hora de eu começar a fazer

Me busco em cada ausência sua
A cada segundo que desperdicei corro mais rápido
Por cada esquina que quis desentortar
Traço mapas de um encontro fantástico

Tu estás aqui dentro e fui tão longe me perder de você

Desculpe a demora
A falta de tato
Esqueci-me de mim
e acabei por esquecer você

na longa e triste infinda jornada que foi me desmerecer deste amor

quem esperou sofregamente foi você
por um eu que cismei te pertencer
agora encontro facilmente
o eu que quero lhe ser

descobri que nos dividia, quando devia me adicionar você

então vou amor,
pois nosso tarde é um quase
e eu quero ser cedo
até a vida anoitecer

Em lençóis de atalhos que sabemos tecer

22.4.05

Certeza

Tenha certeza: adoro seu corpo!
Suas linhas definidas, seu contorno preciso
Seu peso, sua densidade, seus seios
Adoro deslizar as polegadas de meus dedos por sua carne

Nua, já foi tua, esta presença imponente

Agora és minha, completa, sozinha
Do meu desejo, do meu abraço, do meu beijo
Seus cabelos, soltos no meu peito
Seu querer revolto, livre, na prisão dos meus pelos

Nus, seus, já foram meus, mas preferem estar com os pelos teus

Penetrar por seu consentimento é indescritível
O prazer é inquantificável
Não quero saber o quanto ou quando vou gozar
Quero apenas ser o motivo da sua plena satisfação pessoal

Quando me ordenas: me pega!!

Espaço infinito esta tua cintura
Que enlouquece
Esta seu calor que sem pudor entorpece
E, viciado, bebo mais do seu sexo

Na fonte, sem esperar que ele brote de sua mina fervente

A visão de sua escultura de baixo para cima é linda
As coxas me abraçam, laçam, levam ao seu púbis
Público na nossa particularidade; nosso
Já meu, preenchido, imagino quão dentro estou em você

Aliso sua barriga tesa numa escalada rumo a boca de um corpo arrepiado

Prestes a se desencontrar, descontrolar, desgovernar
E como sua montaria que sou resisto, insisto, existo
Minha dona está em êxtase, acelerada, inundada: cavalgada
Perfeitamente sentada, encaixada, amada

Orgasmaticamente feliz

Tenha certeza: um dia este vigor acaba
Toda esta juventude será apenas lembrada
Neste dia então, serei ainda mais feliz
Pois estaremos juntos e depois de um carinhoso beijo

A eterna beleza de um amor que sempre se quis

19.4.05

Meta

Desimportante quem vai dar o último e derradeiro passo
Ambos querem chegar juntos
Mesmo que se carregue no colo
Aquele que confiar seu cansaço ao outro primeiro

Colo é melhor pra quem dá que pra quem recebe

Saber-se confiável
Inunda nossa boa vontade de desejo
E transforma o adorar puro e simples
Num sentimento muito mais belo

Respeito é base do amor

Respeitar as fraquezas, mesmo que momentâneas
É sinal de fortaleza de espírito
Ser a perna de quem não mais caminha
E, ainda assim, concretizar seus anseios

O amor se mostra quando, fora de nós, nos realizamos

Esta pessoa que temos em mãos não somos nós mesmos
Ela é nossa suplementaridade
É o aquilo que desejamos extra ego
Fazendo buscar o toque do intangível

Essa mania viciante de palmear o impossível

Seu corpo não me diz absolutamente nada
Sua voz suave e firme é completamente muda
Seu calor, que pulsa sobre minha perna, liquido, não atormenta
Sua língua, vadia, perambulando por meu corpo é ignorada

Não fosse o maciço amor que me estupra as entranhas

Derrubando conceitos
Desfazendo pretextos
Destruindo meu jeito
E me fazendo um seu perfeito

E, culpa dele, te desejo com fervura

Esqueça a candura
Vou te apertar a cintura
Puxar pra mim sua estrutura
E fazê-la implodir de prazer

Quero vê-la chorar por gozar de amor

Pois o que te sinto vem primeiro
Sentimento que desisti de compreender
Hoje, apenas espero
Que enfim anoiteça para nós dois

Independente do tempo que restar depois

Ainda sonho com a noite de lua cheia alaranjada
Com as manhãs de domingo
Com um sonoro beijo na alma
E com aquele silencioso e intraduzível eu te amo no olhar

Já realizo você pra mim.

15.4.05

Incomeçado

A sensação é de estar com o corpo mergulhado
Em sangue,
No próprio sangue.
Que esquenta

Ferve

As bocas se chamam se querem
Beijam e se transportam; impelem.
Levam os corpos que se atraem, se servem
E tudo que não se precisa é mais um beijo

E o beijo é tudo

Os corpos vermelhos,
Mais que rubros pedem:
Desejo
O corpo já não pensa

A euforia do sexo compensa

A sensação perplexa é intensa
A impossibilidade do lugar e de Tempo
imensa
Outro beijo e haja paciência

Corpos dormentes de querência, não conhecem obediência


Fui procurar em meus escritos qual foi meu primeiro texto em forma de poesia no blog e descobri que foi este. A partir dele, cismei em escrever deste jeito.

14.4.05

Passagens

Ontem, saindo para vir trabalhar, percebi algo que não faço realmente, mas que muitos fazem sem perceber. Desci a rua para tirar o meu carro da garagem. Tinha acabado de tomar banho, perfumado, roupa passada, sapato confortável, bolsa cara para carregar as coisas que podia não ter; como celular, carteira, meu caderno e dinheiro para passar o dia.
E na frente do portão da garagem, um homem pára de catar as latinhas no lixo e me dá bom dia. Respondo: Bom dia meu amigo e obrigado!
Ele sorri parecendo entender.E continua sua vida, enquanto eu vou terminar mais um dia.

Obrigado, amigo, por provar mais uma vez
Que o que vale na vida é viver
Por ensinar a este catador de letras
Que é preciso alegria para catar a vida

Pois enquanto reclamamos, outros riem por viver

Obrigado, pela lição em forma de sorriso
Que me tira da apatia egoísta
Fazendo perceber que o fim
É mais que apenas morrer

Impagável a aula de vida que me deste

Como se diz para um conformado
Que sua situação é passageira;
Além de qualquer rotina
Através do que se queira

Lhe devo o prazer de viver à minha maneira

Gratidão por me fazer covarde
Incapaz de sequer pensar reclamar
Conseguiu mostrar-se alegre com pouco
Quando outros, com muito, se põe a chorar

Sempre na mente o sorriso, que faz minha mente sossegar

Não quero dizer que tenhamos que abrir mão do conforto ou dos supérfluos que merecemos quando podemos. Mas queria realmente, que muita gente sorrisse para o próximo e percebesse que enquanto por vezes reclamamos pedindo o fim do dia, existem outros que sorriem, mesmo que não lhes tenha começado a vida

11.4.05

Verbificação

Não é o sentimento que não falta que me falta
É a sua presente ausência que exacerba
Principalmente depois de tanta verdade, a densidade
Saudade, que consome, machuca, invade e te evade

Como se ser livre me aprisionasse

Não quero te-la, vassaliza-la
Ser seu senhor no feudalismo do termo
Quero ser chão de sua gleba, plantado em você
Pelo tempo que nos atravessa insone

Fazer com que sua vontade me droguifique constantemente

Para que odeie ir embora
Para que chore ao não poder me ver
Que o desespero lhe surja, ao não nos poder
Que sua cabeça desracionalize

Impetuosatiza-se; e venha para seu eu em meus braços

Constatar a equidade do nosso amor tortura
Pois nesta agrura momentânea percebo a diferença
Sofro por fazer tudo e não lhe conseguir
Sinto seu sofrer por supor suposta sua desatitude

Acredulável tua falta de coragem

Queria mais neologismos para linguificar o meu sentir
Uma palavra que ao menos suprisse
Esta imensidão atátil que estraçalha o peito
Trazendo suspiros que fendalizam carne feito bisturi

Operando um milagre invertido em minha personalidade

Qualquer um que me perceba sente o quanto sofro
Quem me vê lhe adorar inveja a paixão que sinto
Quando você, invariável parte, afirmam que minto
Pois só vêem o que, eu, te amo

Sei o como você me quer

Concordo que também podes
Basta dar-se o primeiro de indefinidos passos
Para ser completa e inteiramente feliz
Sabido que impacientiza-se a cada chamado da rotina formal

Concorde com seu sentimento!

Caminho ainda triste e, porém, ainda mais, consciente
Espero o que só as externalidades podem trazer
E sob o protesto dos impregnados de razão sigo sendo inexplicável
Certo que ninguém me entende

Fiz uma escolha simples

Resolvi entre o que quero e suporto
E aquilo que não posso fazer
A dor inescusável me fez decidir
Ou ia embora, ou via você partir

Impossível é não ser possível amar você.

8.4.05

Letra de Forma

Imprópria a letra que tenta diferi-lo
Não está na capitalidade da língua escrita
Ou no formalismo das maiuscularidades gramaticais
Sua infinita tensão emocional

Único e exclusivo que é a cada ser que se apresenta

Fosse fácil seria comum
Venderiam a qualquer preço
E como comumente ocorre
Esvaziar-se-ia seu sentido

Que é apenas tudo o que se sente

Conflitos inventados por nós próprios
Vícios de uma vontade torta
Que luta para não conseguir
Pois não se conforma com seu intrínseco merecimento

Cisma de não deixar-se permitir, ao menos, tentar

Aspiramos um ar que não se respira
Brigamos através de tempos incomeçados
Sacrificamos vidas mortas
E desperdício é a razão de um suor congelado

Que se expõe em rochas acreditadas intransponíveis

E é tão simples
Tão sutil
Quase uma piada de bom gosto
Não fosse nossa pressa em dar o primeiro sorriso

Sabido o prazer de quem simplesmente sente

Deuses, amor, tempo, dor
Tantas palavras que nos remetem a provações
Meu amor é sempre assim
Assíncrono, alitero, ilógico e imensurável

Amor, em particular, é o que é

Nada de grilha-lo em letras
Ele morre a cada pronome possessivo que se pronuncia
E tem na liberdade que lhe damos
O corpo finito que lhe basta

Implodindo cada alicerce frágil de nosso desejo

Criou-se esta idéia de amor carnal
De um desejo dissociado do sentimento
Do magnetismo da carne
Que suplanta a troca aditiva do amor

Ímpeto e impulso sexual são de natureza humana

Baseie uma relação em carne e sexo
E verá muito cedo o destino cumprir-se
Somos exemplos vivos
Que depois de expostos

A carne apodrece e o corpo perece

E esta coisa que é o amor
Prova-se maior que qualquer desejo
Transcende qualquer sanidade
Invade mais que qualquer falo insaciável

É mais prazeroso que qualquer sexo perfeito

Atitudes, desejos e destruições emanam dele
Vidas surgem e somem num simples começar e terminar
Deseje o que a pessoa é pra você
E não a sensação física que ela lhe proporciona

Esteja só e pense na pessoa amada

O cheiro impregna-lhe a mente
A sensação de embriagues arranca o peso das horas
O contorno perfeito da face brilha no breu da imaginação
E a excitação vindoura eriça-lhe o desejo e faz suspirar

Você faz em amor a pessoa e a ama sem sequer tocá-la

Amar não é conflito
Não é chorar
Amar é entrega e disposição interna
É querer se dar e ganhar

Feliz aquele que, antônimo de mim, já sabe amar.

6.4.05

Atitulorium

É difícil tomar certas decisões
porque
nos perguntamos demais
se merecemos ser felizes

Perdemos muito tempo

sofri muito para perceber algo
que estava no espelho de minhas lagrimas
e como todo aquele que chora
estava de cabeça baixa

olhando pra dentro

procurando em mim um erro que não tinha
e mirando acertos
em quem não sabia construí-los
pois que um dia as lagrimas secaram

e pude perceber frente a toda dor

que de cabeça erguida e peito exposto
a fratura não era tão grande
e que a pessoa que mais me doía
era aquela que eu culpava realmente

batendo as mãos raladas sobre as roupas velhas elas desfizeram-se

despindo-me de toda pena
que sentia de mim mesmo
e assim, nu de espírito
busquei ajuda no lugar mais próximo

e me encontrei dentro e feliz em fim

2.4.05

Pertidão

A distancia não está nos corpos que não se tocam
Ela é a vontade dos que não se querem
Como se fosse impossível transpor
O peso nulo que é a falta de querer

Qualquer ato de saudade me aproxima

Dessa boca que me cala
Destes braços que me libertam
Destas pernas que me paralisam
Dentro do seu sexo libertador

De todo movimento que me dá calor

E nada é tão distante que não se imagine
Tudo é tão perto quanto me possibilito
E nada é mais devastador que sua imparidade
Dou-me a ti, em infinito

E desejo sua entrega como se minha fosse

Pela verdade que carrego em suspiros
Quando nada é mais longínquo que você
E na esperança do aceno breve
Espero intenso, tenso e denso

Ser o único a ter você

Então tudo é concebível
Pois só quero aquilo que posso querer
E se ser contigo é o mais querido
Sou tudo aquilo que pode ter

Tenha-me em seu animo e serei precioso ao animá-la

Sinto a verdade dos beijos distantes
Que por mais afísicos que sejam
Levam a saudade embora
E nos trazem à pertidão:

Junção sensorial de longe do corpo e dentro do coração