19.4.05

Meta

Desimportante quem vai dar o último e derradeiro passo
Ambos querem chegar juntos
Mesmo que se carregue no colo
Aquele que confiar seu cansaço ao outro primeiro

Colo é melhor pra quem dá que pra quem recebe

Saber-se confiável
Inunda nossa boa vontade de desejo
E transforma o adorar puro e simples
Num sentimento muito mais belo

Respeito é base do amor

Respeitar as fraquezas, mesmo que momentâneas
É sinal de fortaleza de espírito
Ser a perna de quem não mais caminha
E, ainda assim, concretizar seus anseios

O amor se mostra quando, fora de nós, nos realizamos

Esta pessoa que temos em mãos não somos nós mesmos
Ela é nossa suplementaridade
É o aquilo que desejamos extra ego
Fazendo buscar o toque do intangível

Essa mania viciante de palmear o impossível

Seu corpo não me diz absolutamente nada
Sua voz suave e firme é completamente muda
Seu calor, que pulsa sobre minha perna, liquido, não atormenta
Sua língua, vadia, perambulando por meu corpo é ignorada

Não fosse o maciço amor que me estupra as entranhas

Derrubando conceitos
Desfazendo pretextos
Destruindo meu jeito
E me fazendo um seu perfeito

E, culpa dele, te desejo com fervura

Esqueça a candura
Vou te apertar a cintura
Puxar pra mim sua estrutura
E fazê-la implodir de prazer

Quero vê-la chorar por gozar de amor

Pois o que te sinto vem primeiro
Sentimento que desisti de compreender
Hoje, apenas espero
Que enfim anoiteça para nós dois

Independente do tempo que restar depois

Ainda sonho com a noite de lua cheia alaranjada
Com as manhãs de domingo
Com um sonoro beijo na alma
E com aquele silencioso e intraduzível eu te amo no olhar

Já realizo você pra mim.

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