2.4.05

Pertidão

A distancia não está nos corpos que não se tocam
Ela é a vontade dos que não se querem
Como se fosse impossível transpor
O peso nulo que é a falta de querer

Qualquer ato de saudade me aproxima

Dessa boca que me cala
Destes braços que me libertam
Destas pernas que me paralisam
Dentro do seu sexo libertador

De todo movimento que me dá calor

E nada é tão distante que não se imagine
Tudo é tão perto quanto me possibilito
E nada é mais devastador que sua imparidade
Dou-me a ti, em infinito

E desejo sua entrega como se minha fosse

Pela verdade que carrego em suspiros
Quando nada é mais longínquo que você
E na esperança do aceno breve
Espero intenso, tenso e denso

Ser o único a ter você

Então tudo é concebível
Pois só quero aquilo que posso querer
E se ser contigo é o mais querido
Sou tudo aquilo que pode ter

Tenha-me em seu animo e serei precioso ao animá-la

Sinto a verdade dos beijos distantes
Que por mais afísicos que sejam
Levam a saudade embora
E nos trazem à pertidão:

Junção sensorial de longe do corpo e dentro do coração

Nenhum comentário: