Não é o sentimento que não falta que me falta
É a sua presente ausência que exacerba
Principalmente depois de tanta verdade, a densidade
Saudade, que consome, machuca, invade e te evade
Como se ser livre me aprisionasse
Não quero te-la, vassaliza-la
Ser seu senhor no feudalismo do termo
Quero ser chão de sua gleba, plantado em você
Pelo tempo que nos atravessa insone
Fazer com que sua vontade me droguifique constantemente
Para que odeie ir embora
Para que chore ao não poder me ver
Que o desespero lhe surja, ao não nos poder
Que sua cabeça desracionalize
Impetuosatiza-se; e venha para seu eu em meus braços
Constatar a equidade do nosso amor tortura
Pois nesta agrura momentânea percebo a diferença
Sofro por fazer tudo e não lhe conseguir
Sinto seu sofrer por supor suposta sua desatitude
Acredulável tua falta de coragem
Queria mais neologismos para linguificar o meu sentir
Uma palavra que ao menos suprisse
Esta imensidão atátil que estraçalha o peito
Trazendo suspiros que fendalizam carne feito bisturi
Operando um milagre invertido em minha personalidade
Qualquer um que me perceba sente o quanto sofro
Quem me vê lhe adorar inveja a paixão que sinto
Quando você, invariável parte, afirmam que minto
Pois só vêem o que, eu, te amo
Sei o como você me quer
Concordo que também podes
Basta dar-se o primeiro de indefinidos passos
Para ser completa e inteiramente feliz
Sabido que impacientiza-se a cada chamado da rotina formal
Concorde com seu sentimento!
Caminho ainda triste e, porém, ainda mais, consciente
Espero o que só as externalidades podem trazer
E sob o protesto dos impregnados de razão sigo sendo inexplicável
Certo que ninguém me entende
Fiz uma escolha simples
Resolvi entre o que quero e suporto
E aquilo que não posso fazer
A dor inescusável me fez decidir
Ou ia embora, ou via você partir
Impossível é não ser possível amar você.
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