Justamente por que
Há horas em que urge
Fazer a volta, contornar o local
Bordar o destino com os jardins que ele merece
Embora na maioria das vezes ele o peça
Seguir em frente pode ser fatal
Orgulho em retroceder
Pode levar à inércia
Ficar parado, matará a vida
Volte atrás
Não para fazer o mesmo
Repetir acertos também é errar
Pois perdemos tempo
Divindade que nos consome e sempre escapa
Torne o caminho de volta uma nova ida
Que lhe desvie o abismo intransponível
Sem desvirtuar-lhe o ponto de chegada
Fazer da maior distancia um atalho
É arte conhecida por poucos
Depende de quanto se dispõe a perder para ganhar
Preferências são rumos sem dor
Escolhas pela facilidade circunscrita
Apaixonante e fácil
Isenta de pecados e proibições
Porem, tende à certeza do marasmo
Toda vez que for muito fácil
Queira mais, anseie maior: ambicione
Ou simplesmente perceba
Que o algo já lhe pertence ou não é o que se quer
Fuja do imediatismo que despersonifica a conquista
Diante do abismo passado que antes o paralisava
Remonte o trajeto que percorreu até aqui
Lembre-se que poderia estar lá em cima
Inerte, ileso: sonhando simplesmente
Fossilizado por um tolo medo
De pensar-se retrógrado e menor
Por ser incapaz de transpor o impossível
Quando o oponente consumar-se invencível
Seja inteligente
Decida não enfrentá-lo
Pois a vida pode até ser construída com sonhos não vividos
Desvirtuada e triste devido a escolhas infelizes
A lembrança entretanto
Nunca é composta por passagens mortas
Ela pulsa, arde e vibra; involuntariamente
Aguarde o momento certo
Torne-se colossal, intransponível
E se mesmo com fenomenal esforço
Derrotar aquele inimigo continuar impossível
Volte, pois só nós mesmos estamos em todos os nossos caminhos
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