16.1.07

Empoeirado

Precisou de um tempo novo
Que enterrasse a velha história
Momento difuso e confuso
Envolto em perda e glória

Apenas mais um reencontro

Mais próximo do eu que sempre se ausenta
Naquela busca incerta, dispersa
Levando a nada e lugar nenhum
Fazendo os muitos desnecessários

Quando urge somente um

Antigo, inconhecido
Envolto nos mistérios criados
Pelo desejo do medo tolo
Que impede a vitória exata

Querer é pleno e intenso

Mas não ouse simplesmente começar
Invada campos muito além
Pise os lugares que lhe convidam
Polinize descaradamente

Fecundador fértil das fazendas destino

Desatine, desopile desobrigue
Desconstrua, desacredite, destrua
Descontrole, destoe
Destempere, desconcerte

Porém, construa sempre

Imponha em cada atitude
Vontade e ânimo
Nunca se mova desnecessariamente
Jamais repouse sem por-se exausto

Esgote o ser e afaste o estar

Apreenda que nada fica
Quando não precisamos
Sinta que nada vive
Quando desamamos

Desarme-se


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