Dai a mão como se fosse perdê-la
Encontre-se, justo assim, na próxima
Que com certeza absurda
Se lhe estenderá
Entrega escancarada
Siga sua alma
Chore toda vez que lhe ocorrer vontade
Viva infinitamente
Presenteie-se com a dádiva maior
Abra-se
Desconsideráveis oceanos bravios
Mares, vales, terremotos
Desdenhe de qualquer ente da natureza
Estranhe a força descomunal
Desde que seja possível reconhecer-se
Desvincule sua essência do que o mundo o supõe estar
Acredite, levemente, naquilo que é
Seja, lhe suplico
E não serás nada mais do que já o é
Tudo, simplesmente
Por muitas vezes, na sua jornada
Parecerá que o que tens
Transcende o que merece
Que abunda o que aos desprovidos rareia
Inverta sua posição
Merecimento deriva dum binômio
Tão dolorido quanto gratificante
Jamais abra mão de ser
Capaz e confiante
A sorte só é aliada daqueles que têm azar
Faça tudo para desmerecê-la
Escute, olhe, sinta, toque
Erre, acerte, tente, aprenda
Ajude, ensine, compartilhe, compreenda
Aos capacitados é impossível falhar
Trabalhe a injustiça do mundo de forma justa
Quando lhe pedirem para ser um pouco pior
Repreenda-se, impermita-se
Repouse a compaixão aos olhos
Renda-se : seja, simbolicamente, menos melhor
Tradição é algo que ocupa muito espaço
Inconvenientemente
Desfaçamos-nos como um todo destes ranços
Precisaremos estar vazios, pois
Paremos de confundir caridade com mediocridade
Desconsidere qualquer pedido de retorno
Quando a anterioridade obrigatoriamente
Remeter a patamares retrógrados, arcaicos
Quando alguém lhe estender a mão, de baixo
Curve-se quando estiver forte o bastante para puxá-lo
Melhore o universo que lhe cerca
Mesmo que este compreenda ínfima geografia
Entenda que tudo que fazemos
Se expande sem harmonia
Vivendo entre os outros, harmonicamente
Continue crescendo
Mais, muito, indefinidamente
Ao duvidar ser possível
Reponde tranqüilo:
Sou aquele que merece, perfeitamente
Nenhum comentário:
Postar um comentário