14.1.05

Amora, amor há

É isso aí, bom e velho. Como se eu não te conhecesse. Como se tudo que você faz fosse simples e não renascesse. Mas já não sou criança e na maioria das vezes, queria continuar a sê-la. Pra não doer, pra não saber, pra não temer.

Pois é, amigo velho. A gente cresce, tu apareces e nada mais me cabe. O espaço que tu demandas é sempre mais que o peito agüenta e dói entender que seu lugar é fora em outro alguém. É lá que você mora. Fino frágil, gostoso e visível como pé de amora

Amora
Amor que fora
Amor agora

Raiz que finca
Brotando desejos.
Brinca
E o sentimento brota
Suas frutas doces de caldo marcante
Levam a boca o sabor do que se persegue
E a cada mordida se sangra um suor querido
E sempre se rega a árvore naquela certeza do ser constante
Amores nascem, frutificam e vão
E é sempre certo
Que, invariavelmente
Amor há e como toda coisa de dois
O amor são

Substantivo masculino singular e por mais estranho e esquisito que se lhe pareça, errado é aquele que tenta, em qualquer forma, sua forma aprisionar.

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