4.1.05

Lei

Lascivo, corta a carne e penetra.
Lânguido, esgueira-se pelas arestas polidas do corpo e introduz-se
Luxurioso, toma-lhe pelas mãos sua cabeça e repousa o sexo em sua boca
Loucos, fecham os olhos para conter o prazer em corpos que já não se bastam
Livres, dão, como se fosse a única saída escolhida pelo desejo para entregar a carne a alguém

Externo como o pouco ar que se aspira neste momento
Esperto em mãos que fazem percorrer seu caminho inconhecido para destino certo
Espetaculares, os movimentos que desencadeiam sentimentos de prazer e chuva
Esvaziando pelo suor o peso confortável da presença do corpo desejado
Ejaculação sinestésica de pensamentos coisificados em corpos que se crescem em sexo

Incontrolável como o tato que de tão usado já confunde
Imensurável a ponto de transformar palavras em gemidos fortes
Inaudível para olhares mudos que só escutam o que se sente
Imaculados na arte de manchar com força e sangue um intento de carinho e paixão
Impossível de se conter na palavra que as três letras iniciais de cada estrofe são.



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