Há plantações que são feitas de suor e luta
De pura labuta.
Escolhem-se sementes, se semeiam grãos
E por vezes as lagrimas os regam
E dali se faz seu pão
Acontece de vermos terras arder em vão
Sementes que nunca vingam
Águas que não penetram
Um chão que morre em chão
Infeliz é aquele que semeia o Não
Porém há pastos
De verdes vastos
que são muito além de matos
e estes a outros se dão
O acaso aqui se faz perdão
E voam pássaros
Que de bico em bico
Que de papa em papo
Levam a certos merecedores
Muito mais do que o esperado
E estes alguns sim,
Lavradores
Fazem do bem seu prato
E este sentimento escasso
Estende-se na colheita em abraço
Levando a um alguém exato
O que se plantou de fato
Semear o bem é sim, certeza de colher o que há de melhor. Não me preocupo com a qualidade da plantação, mas me pergunto se sou merecedor de recolher, não só para mim, tanta bonança, pois toda vez que admiro as terras férteis da minha vida, certifico-me que há culturas magníficas que me trouxeram e que jamais plantei. Retiro-as e devolvo suas sementes a terra em sinal de gratidão.
Obrigado Clara Isasknovit
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