2.5.05

Campal

Saio para o mundo
Disposto a destruir tudo
Pela força que foi concedida
Através do poder que descobri

Paro ao primeiro passo

Aprendi a enxergar esta cegueira
Paralisia advinda de um fluxo interminável
De vontades equivocantes
Que separam o amor do ódio

Equilibristas treinam sempre no baixo, pois caem também

Executar verbos prefixados em des é fácil proeza
O espírito quer conquistas
Mas despreza o desperdício da batalha
Prefere o toque aconchegante

Vitórias pela delicadeza

Respeito é o que lhe vem
Quando as pessoas não nos temem
Pretendo levantar a voz
Somente por ótimos motivos

Exteriorizar que te amo

Há capacidade para conseguir o máximo
Pois é o mínimo que almejo
Picadas por caminhos tortuosos são preferíveis
Para infectar-me com o vírus da resistência

Doença com nome e sobrenome: santa paciência

Que compõe das músicas, a mais bela
Montando sua presença ao acorde dos ventos
Transpirando seu cheiro a cada movimento
Na saudade que nunca dói

Meu acalanto, meu travesseiro, meu alento

Onde durmo minhas pressas cotidianas
Repousando meus torpores corriqueiros
Deixo que o medo me invada
Tornando minha existência temerária

Fazendo buscar a segurança do seu eu

Fragílimo em minhas bases mais profundas
Quero ser derrotado, perdido, agredido
Por este sentimento que só fica mais forte
Este maldito azar que só dá sorte

A cada sinal na mata que apago farejo você

Sigo seu rastro
Anseio casto
Estar em seus cachos
Erguendo meu mastro

Ao aguardo de sua brisa e vela

Que me guia, navega e leva
Desconhecidamente familiar
Direto para nenhum lugar
Exato onde quero ficar

Que me esqueçam por lá

Certeza saber sua pessoa assim
Sem referencias, influências
Invisível aos olhos da carne que pulsa
Expulsando seu lado mais lindo

Quando choras ao sentir que me ama

Fizemos um trato em silêncio
Para toda vida, um encanto
Quem faz trato com o tempo vence
Pois ele nos cobre; é um manto

Que venha mais uma batalha

Cortando fundo na carne, navalha
Fazendo espadas no aço, que malha
Quando saindo do peito estraçalha
Este peito frouxo, fornalha

Escaldada pelo indestrutível amor que sinto por você

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