17.11.04

A Van do Zé Maria

O clima ta sinistro. Zé Maria ronda o meu serviço. Ontem, dois amigos meus baixaram no hospital. Um foi menos grave: dor no peito, pressão alta e está internado. Coração.
O outro foi bem mais grave. Estava trabalhando, por volta das 10 horas da manhã. Eu ia até sacanea-lo, pois estava com um bigodinho a lá Hitler. Não deu tempo. Queixou-se de forte dor no peito e uma pressão na cabeça. A colega de serviço logo o levou ao hospital. Apagou no caminho. Fizeram massagem cardíaca e ele voltou.
No hospital, seu gerente, que também está no grupo de risco dos infartantes, ao virar-se para perguntar o que devia fazer em relação a burocracia do hospital, teve uma visão apavorante: seu amigo estava todo entubado, babando, olhos virados e convulsivo.
Outra parada cardíaca. Duas em menos de uma hora. Desfibrilador no peito e ressuscitaram o malaco novamente. Vai ter que fazer cateterismo. Ta com os tubos e conexões tigre entupidos. Não fosse o socorro rápido e a medicação e manobras para traze-lo de volta, já não estaria entre nós.
Entre os dois, algumas características em comum: ambos fumam pra caralho, bebem álcool pra caralho, dormem pouco, comem mal e são pilhados pra cacete. Nenhum dos dois é obeso ou muito velho.Os dois são na capa e devem ter 50 anos no máximo e não fazem qualquer tipo de atividade física, a não ser halterocopismo.
Cigarro só faz mal. Parei de fumar a dois anos e sei do que estou falando. Cada cigarrinho que se fuma são lugares na fila de Pedrão que furamos. E pra quem quer carona Zé Maria ta aí, a espreita esperando formar um time de pelo menos doze (com quatro letras e não douze, que é um número que não existe), pra lotar sua Van e ir direto pro piscinão de São Gonçalo, que é o portal dimensional do inferno.

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