28.2.05

Baforado

Não há quem explique por completo
Cada um vive o seu, diverso
E por mais que eu me estenda em vasto número de verso
Jamais serei uno

Impossível universo.

Prazer de aceitar que se pode sofrer
Opção de quem sabe que a alternativa raiz é só querer
E neste eterno de prazer e vontade
Toma-me, me encarna, me invade

Me domina para sua completa realidade

Do que se quer beber em corpos
Do que se penetra para tornar aberto
O corpo responde aos estímulos
E estes fervem quando se está por perto

Intimo, interno, no seu interior; desejo.

O seco das bocas algodoa pela maciez do toque
Leve-me, me tome, sacuda em reboque
Deixe minha cabeça ilesa e castigue meu corpo
Com todo seu calor

Me permita! Entrar, sair, tirar, me por. Suor, gozo, vapor

De suas lagrimas que brotam pela pele
Da pele que me impele
Que me imploram que eu te revele
No negativo da minha língua

Que te banha em prata, que se lhe mostra em saliva doce, que por embalo quase mata

E o que segura não são vossos braços
E o que sustenta não são pernas em laços
O que se quer difere de sexo no encalço
A busca é maior que qualquer percalço

Te quero amor, Amor, este impossível em ser falso.

Que remete ao paraíso
E retorna em sem segundos
Que me arrouba em paixão o juízo
Me fazendo prisioneiro voluntário de seus mundos.

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