14.2.05

Estrelizar

Dela eu não queria o brilho.
Não almejo o que todos querem.
Meu querer é singular e egoísta.
Só o quero para mim e para ela e para mais ninguém.

Me entrego em poucas palavras, viste?
Existe mais alguém por quem quero junto
Então não sou mais egoísta por definição, não é?
Sou sim, pois carrego os dois amores em um só coração.

Queria dela apenas sua mais linda aparição.
Daquelas em que seu rutilar brinda as estrelas com sufocante luz
Para ser dona de seu único ato não, pois.
Justo e, somente apenas, para testemunhar um passeio eterno rumo ao terminável.

Queria que ela ocularizasse beleza vindoura maior, como de fato é
Que ela sucumbisse à mortalidade de uma mulher tão linda
Que transforma noites em puro cenário e faz de sua protagonista
Uma mera estrela.

Pena que a lua cheia de meus sonhos seja tão vazia
Lástima a mulher que estreliza luas ser tão tardia
Erro próprio do que nasce impróprio pela covardia
Que se faz nigérrimo, ao alvo sol do meio dia

Quem precisa da segurança negra das noites
Se lhe bastam as sombras do sol de um amor
Que arde por não poder cessar
Que cessa por não poder calar

Em palavras de adoração mútua
Em silêncios de desejos únicos
Em vidas de seres distintos
Em destinos de caminhos lúdicos

Será minha lua enquanto impossível for ter-te e alcançar-te
Linda, perfeita, estática, baluarte
Serás de todos como assim desejam
Pois não é possível a você lua, para meu sol amor entregar se

E em qualquer noite de lua que se conceda
Um olhar, será diferente e egoísta
Quererei sempre provar-te
Que mulher mais linda existe e que por mim foi vista
Mas não foi permitiu-se que ficasse

As vezes, somente em erros regenciais como estes
Percebesse o acerto que deixamos de realizar
Por que o não ter regra da vida é simples
É preciso se deixar tentar.

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